segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

São Bernardo vence a primeira

Um bom público compareceu ao Clube Náutico, no último final de semana, para assistir aos jogos de abertura da Copa Brasil de Biribol. A equipe de São Bernardo do Campo, formada por atletas de Taquaritinga, foi a campeã da 1.ª divisão. O time que representa a própria cidade ficou em 5.º lugar. Uma terceira equipe da cidade, que joga por Itápolis, terminou na 3.ª posição, na 2.ª divisão.
O técnico das três representações, Marco Túlio da Silveira, disse que os atletas campeões tiveram um “desempenho fantástico” e saíram invictos da piscina. São Bernardo/Taquaritinga/Nova Estradas/Nível A/Uniesp venceu todas as suas partidas por 2 sets a 0. Os jogadores são: João Carlos Galhardi, José Maria Alves de Souza, Yuri Albani, Tiago Toledo e Gilberto Ariano Filho.
NILTON MORSELLI

CAT vai para a zona de rebaixamento

O CAT apenas empatou ontem com a Inter de Bebedouro. Com esse resultado, o time do técnico Paulinho Kobayashi entrou, pela primeira vez, na zona de rebaixamento. O próximo compromisso é nesta quarta-feira (2), contra a Francana, que tem uma das melhores campanhas na temporada da Série A3.

Caso João Paulo: polícia espera laudos para concluir inquérito

O delegado Claudemir Aparecido Pereira disse que deve pedir mais 30 dias para concluir o inquérito sobre a morte do menino João Paulo Jesus Maria, sugado pela tubulação de uma piscina do Clube Náutico, no fim de janeiro.
A prorrogação será necessária porque os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal, ambos de Jaboticabal, ainda não foram remetidos para a Delegacia de Taquaritinga.
NILTON MORSELLI

Mais de 500 eleitores podem perder o título

Mais de 500 pessoas podem perder o título de eleitor na Comarca de Taquaritinga. Esses eleitores não votaram ou justificaram a ausência nos três últimos pleitos. Se não regularizarem a situação até o dia 14 de abril, terão o documento cancelado. A informação foi dada nesta semana pelo cartório eleitoral.
Lá, encontra-se afixada a lista dos 513 eleitores da Comarca. São 450 em Taquaritinga 33 em Santa Ernestina, 27 em Fernando Prestes e 3 em Cândido Rodrigues.
Para evitar o cancelamento, eles devem procurar a Justiça Eleitoral levando um documento de identificação, o título de eleitor e comprovantes de votação ou justificativas das últimas eleições. Será cobrada multa no valor de R$ 3,51 por turno faltante. Cada turno é considerado uma eleição.
A lista dos faltosos também está publicada na edição impressa deste sábado (26).
NILTON MORSELLI

Pós-graduação na Fatec

Terminam no dia 14 de março as inscrições para a especialização em produção industrial, o primeiro curso de pós-graduação da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Taquaritinga. O curso, com matrícula e mensalidade de R$ 350, oferece 50 vagas para profissionais diplomados em diversas áreas. A carga horária é de 400 horas/aula, sendo 360 para o desenvolvimento didático, mais 40 horas reservadas à monografia, aulas práticas e visitas técnicas. O início está previsto para 6 de maio. Mais informações podem ser obtidas no site www. fatectq.edu.br, onde está publicado o edital completo.

Ites deve ter mais 2 cursos de engenharia

A direção do Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior (Ites) pretende implantar no segundo semestre deste ano os cursos de engenharia civil e de engenharia de produção. Os detalhes para a abertura foram tratados na semana passada, em audiência com o secretário da Educação Superior do Ministério da Educação, Luís Cláudio Costa. Participaram do encontro, em Brasília, a diretora da faculdade, Ligiane Raimundo Gomes, o deputado federal Dimas Ramalho (PPS) e o presidente da fundação mantenedora do Ites, o ex-prefeito Tato Nunes.
Com a abertura de mais essas carreiras acadêmicas, o Ites passará a oferecer sete cursos. Os outros são: pedagogia, psicologia, ciências contábeis, administração de empresas e engenharia agronômica. A direção da faculdade, que aguarda a publicação das autorizações no “Diário Oficial da União”, já concluiu todas as etapas do projeto de implantação.
NILTON MORSELLI

3D na região

O Cine Teatro Matão, dirigido pela empresária Valéria Tadiotti, inaugurou uma sala para exibição de filme em três dimensões. O investimento é para oferecer à clientela a leva de filmes produzidos com essa tecnologia visual.
NILTON MORSELLI

Fulvio no PT

Candidato a deputado estadual nas últimas eleições, Fulvio Zuppani iniciou um namoro com o PT. O médico ficou animado com o resultado do pleito (5.171 votos na cidade e outros 604 nas redondezas) e pretende disputar a Prefeitura em 2012. Uma primeira reunião já aconteceu e, se tudo correr bem, Fulvio deixará o PSL e ingressará no partido de Valter Lupi.
NILTON MORSELLI

Pedágios caríssimos

O governo paulista vai tentar um reajuste menor para o pedágio, agora, nos próximos meses. Os contratos leoninos que foram feitos há anos, em favor das concessionárias, dificilmente serão mudados, mas se a Justiça se pronunciar, tenho a impressão de que as coisas voltam ao lugar, isto é, acaba o abuso criminoso dos preços dos pedágios. Não tem que haver nem reajuste menor: no preço em que está, as concessionárias podem muito bem ficar dois anos sem aumentar um tostão.
Por exemplo, na praça do pedágio de Araraquara, pago diária e vergonhosamente, R$ 11,25 para ir e a mesma tarifa para voltar. São mais ou menos 8 euros, e na Europa, nenhum pedágio atinge, nem de longe, essa quantia. Não sou contra os pedágios, sou contra o excesso de preço cobrado. Nos Estados Unidos, o preço dos pedágios era de um dólar, na última vez em que lá estive, em qualquer rodovia.
FLANS

Justiça condena prefeito e secretários a devolver dinheiro

A Justiça de Taquaritinga condenou o prefeito Paulo Delgado (DEM) e os secretários municipais a devolver os valores recebidos a título de abono nos anos de 2007 e 2008. O autor da ação popular que culminou com a decisão é o advogado Álvaro Lopes.
A sentença foi dada pela juíza Patrícia Soares de Albuquerque, da 2.ª Vara da Comarca, que acatou em parte as alegações do advogado. Ela excluiu da ação a Câmara Municipal, acusada de ter aprovado a lei que concedeu o abono.
A decisão foi tomada sobre a Emenda Constitucional 19/98, que determinou o sistema de remuneração por subsídio, em parcela única, para algumas categorias. Proíbe, também, qualquer tipo de acréscimos.
A Câmara e o prefeito apresentaram suas defesas individualmente, enquanto os secretários se manifestaram juntos no processo. Entre as alegações afastadas pela juíza é que o valor recebido era baixo.
Para a Justiça, o Legislativo agiu dentro de suas prerrogativas. Mas condenou as outras partes a restituir os valores recebidos nos dois anos. Ainda cabe recurso, mas os citados não deverão recorrer da decisão, optando por fazer a devolução parceladamente.
NILTON MORSELLI

Prefeitura demite servidores concursados

Temendo ser alvo de uma ação civil pública, a Prefeitura de Taquaritinga está dispensando funcionários no-meados no último concurso, realizado em julho do ano passado. O Ministério Público da cidade recomendou a demissão de uma servidora que não apresentou todos os documentos exigidos no ato da contratação, o que desencadeou o problema.
Uma pessoa aprovada para o cargo de farmacêutico levou ao conhecimento da promotora Ana Paula Outeiro Nidalchichi, da 2.ª Vara da Comarca, a informação de que a profissional contratada não teria o registro definitivo no Conselho Regional de Farmácia (CRF).
A promotora oficiou o prefeito Paulo Delgado (DEM) para que corrigisse a falha e recomendou que casos idênticos, em outras carreiras, também fossem resolvidos. Se a medida não fosse tomada, o MP ingressaria com ação contra o prefeito e os membros da comissão organizadora do concurso.
NILTON MORSELLI

Pode? Pode!

Vivemos a era da permissividade. Os limites foram se estendendo como borracha, elásticos, cedendo cada vez mais, e, finalmente, desapareceram. Pode-se tudo.
Salvo engano, a liberalização geral começou com a “redemocratização”, em meados da década de 1980, no ocaso do governo Figueiredo. A censura caiu por terra. Ulalá!
Sou defensor ferrenho da liberdade de expressão. Liberal neoliberalíssimo. Estou com Voltaire e não abro: “Embora não concorde com uma só palavra do que dizes, defenderei até a morte o teu direito de dizê-las”. Censura à religião, ao direito de ir e vir, etc., só existe mesmo em ditaduras militares e em regimes comunistas. Cuba, China, Coreia do Norte. Seus monarcas não largam o osso do poder nem a pau. E atiram ao cárcere aqueles que divergem de seus pontos de vista. Vovó Gertrudes filosofava, enquanto fazia as bolachinhas em forma de lua, de estrela, para os netos: “O que seria do amarelo se todos gostassem do azul!” Expunha a anciã, em linguagem popular, a ideia de que no mundo há espaço para todas as opiniões. Só que em Cuba o carniceiro Fidel Castro gosta apenas do vermelho (sangue) e fuzila os que ousam apreciar outras cores. No horizonte da “ilha presídio”, há meio século, não se contempla a magia policromática do arco-íris.
Os partidos de esquerda não sabem conviver com a democracia, a diversidade de pontos de vista, a divergência ideológica. Só eles conhecem a “verdade histórica” – seja lá o que isso for. Lula ficou louquinho babando, tentando cercear a liberdade dos meios de comunicação. Lembram-se? Lembram-se uma ova. O brasileiro tem memória curta. Curtíssima.
Retomando o fio da meada. Vivemos a era da permissividade. Sem recatos e sem pudores. As letras das músicas cantadas pelo povão provam que se fizermos um teste de QI, a maioria dessa plebe ignara não passaria dos 30 pontos. Vejamos a “evolução” do monstrengo: Éguinha pocotó, Dako é bom, Tô ficando atoladinha, Bicicletinha. E por aí afora. E abaixo.
Programas de TV? Ratinho retornou ao horário nobre, com exames de DNA, tombos do humorista (?) Marquito e demais boçalidades; a Globo insiste nessa porcaria chamada BBB, assistida por milhões de pessoas que precisam urgentemente amadurecer, aprender a usar o tempo em coisas sérias, adultas; nos demais canais, religião, religião e religião. A toda hora, de segunda a domingo, o mesmo blábláblá, idêntica lengalenga, o lero-lero de sempre, que já encheu até a paciência infinita do bom Deus. Comentaristas de futebol repetindo besteiras, papagaiando horas e horas um lance “polêmico”, a contratação de jogadores, atuação de árbitros, etc. Esse pessoal ainda não acordou para a realidade nua e crua: o futebol brasileiro está falido. Os bons jogadores atuam nos gramados europeus. Quando estão para aposentar, não conseguindo mais acompanhar o ritmo acelerado dos jogos italianos, espanhóis, alemães, voltam à boa terrinha das palmeiras, onde canta o sabiá. Vide Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho. Aconselhamos os times brasileiros a contratarem médicos geriatras imediatamente. Os artilheiros da quarta idade agradecem.
Gilberto Tannus é mestre em História pela Unesp

Concurso congelado

A dispensa de funcionários contratados no último concurso público da Prefeitura de Taquaritinga em decorrência de falta de regularidade na documentação exigida expôs um erro primário. Essa inobservância legal apontada pelo Ministério Público (MP) provocou um transtorno que seria perfeitamente evitável e colocou a perder, não a credibilidade do certame, mas a estabilidade emocional e financeira dos que estão enfrentando o problema.
As etapas do concurso público promovido no ano passado foram conduzidas de forma transparente, com lisura elogiável, sob o ponto de vista da impessoalidade e da igualdade entre os concorrentes. No entanto, o equívoco ocorreu no momento da contratação, justamente o fim do processo. A Prefeitura, conforme entendimento do MP, foi permissava com aprovados que não apresentaram toda a documentação exigida para a ocupação do cargo.
Ao proceder dessa maneira, o governo municipal deixou de cumprir uma elementar regra de concursos. Se até a falta do título de eleitor já impede o candidato selecionado de assumir o cargo, imagine como é o rigor quanto à condição de precariedade de alguns diplomas profissionais. Levando-se em conta não ter havido má-fé, esse deslize pode custar caro para a Prefeitura, obrigada a desconvocar dezenas de pessoas.
Além desse transtorno, a medida vai provocar o congelamento do concurso, uma vez que não é razoável preencher as vagas imediatamente porque, se os dispensados conseguirem reaver seus cargos na Justiça, o Paço Municipal já não os teria disponíveis. Pessoas que pediram demissão de seus empregos na iniciativa privada para assumir como servidoras certamente vão tentar indenizações por dano moral.
EDITORIAL

Taquaritinguense na presidência do TJ de São Paulo

O desembargador taquaritinguense José Roberto Bedran ocupará o mais alto grau da magistratura no Estado de São Paulo: a presidência do Tribunal de Justiça. Ele é o único candidato inscrito para a eleição marcada para quinta-feira (3).
NILTON MORSELLI

Atriz taquaritinguense integra núcleo teatral de Ribeirão

Embora todas as pessoas sejam providas de talento, são poucas as que acreditam que transformar o sonho em realidade é possível. A atriz taquaritinguense Ester Moreira, de 24 anos, é apaixonada por teatro desde pequena, quando se deu seu primeiro contato com o palco, na Escola Estadual Felícia Adelvais Pagliuso, no Jardim São Sebastião.
Além de Ester, são mais 13 irmãos, mas nenhum deles envolvidos com a arte. “Como eu era uma pessoa muito tímida, fui convidada para fazer aula de teatro na escola”, contou Ester.
E a vontade de ser atriz foi crescendo. Foi por meio de uma amiga de classe que Ester conheceu o projeto Quartel Legal, hoje conhecido como Centro Cultural Adesca, que coleciona talentos dos mais diversos no mundo artístico e já provou para a cidade que veio para ficar.
Lá, uma das atividades desenvolvidas é o teatro, que foi o ponto chave para Ester seguir carreira. “Quando eu fiz minha primeira aula de teatro com o professor Marcelo Rosa, eu me apaixonei”, ressaltou.
Com o projeto, ela apresentou oito peças teatrais e foi escolhida como a melhor atriz do Mapa Cultural Paulista, entre as dez cidades da região de Araraquara. A peça foi “Velório à Brasileira”, apresentada na cidade de Itápolis.
“Eu fiquei por seis anos no projeto e depois percebi que tinha que crescer ainda mais, foi onde procurei pela cidade de Ribeirão Preto. O projeto me serviu como uma bagagem e acredito que servirá para outras pessoas também”, disse.

Ribeirão Preto – Sem incentivo de cultura em Taquaritinga, Ester decidiu procurar por uma escola de teatro em Ribeirão Preto e está nela até hoje.
No final de 2006, além de Ester, a amiga Pamela Gibertoni, que também fazia parte do Centro Cultural, foram tentar uma vaga na ONG Ribeirão em Cena para fazer o curso de um ano, de iniciação às artes cênicas. As duas foram aprovadas mediante um teste e uma entrevista pessoal.
“Eu escolhi para apresentar no teste a Valsa nº 6 de Nelson Rodrigues, mas antes mesmo eu percebi que várias pessoas também iam fazer a mesma apresentação, então na hora resolvi trocar. Encenei uma peça baseada na música ‘Sonho impossível’, de Chico Buarque, e com ela fui aprovada”, contou. Pamela, embora também selecionada, não deu continuidade ao curso.
Mas Ester não parou por aí com simplesmente o curso na ONG. Aluna do curso de Letras da Faculdades COC e secretária de um consultório odontológico, a vontade de crescer falou mais alto quando ela ingressou no Núcleo de Investigação Teatral, que pertence à ONG. E lá se vão três anos de pura felicidade. “Eu vivo por isso. Eu respiro teatro.”
Há 15 dias, o núcleo, que é composto por 10 pessoas, entre elas os atores José Maurício Cagno, coordenador/diretor, e Renato Ferreira, preparador corporal, foram convidados para fazer um workshop e demonstração de trabalho na Universidade de la Sourbonne Nouvelle, em Paris. A oportunidade foi alcançada devido a uma ex-integrante do núcleo, que está fazendo mestrado sobre o Núcleo de Investigação Teatral. Os integrantes vão ficar em Paris durante uma semana.
O núcleo pretende, em dezembro deste ano, levar para Ribeirão Preto Eugênio Barba (diretor teatral italiano) e Julia Varley (atriz), o que será um grande marco das artes cênicas no Estado de São Paulo. Na ocasião, o grupo irá estrear sua primeira montagem: “Édipo em Colono”, que compõe a trilogia Tebana ao lado de “Antígona” e “Édipo Rei”, do grego Sófocles.
NATALIA GALATI

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reage, Taquaritinga

Na semana passada, postei um comentário no Facebook para registrar minha indignação: Taquaritinga está, a cada dia, mais dependente da região. Para citar só um exemplo, falei do cinema, fechado há 3 anos e meio. Choveu comentários, todos confirmando essa dependência, que é vergonhosa. Arrematei a nota dizendo que seria necessário criar o movimento "Reage, Taquaritinga". Muita gente tem dito que apoia uma iniciativa desse tipo. A ideia está lançada.

Louvemos o fim do horário de verão

O horário de verão é bom para quem tem hora certa para sair do trabalho. Melhor ainda para quem mora perto da praia. Dá para pegar um solzinho, caminhar pela orla... Aqui, no interior, a coisa é diferente. Para jornalista, então, pior ainda. Não temos hora para deixar o batente. Graças a Deus, terminaram os longos quatro meses do horário de verão 2010/2011, que foram capazes de alterar meu ritmo de vida. Enfim, o tal relógio biológico vai voltar ao normal.

Adesca arrecada donativos

O Centro Cultural Adesca arrecadou nos dias 11 e 12 donativos para desabrigados das enchentes do Rio de Janeiro.
Os integrantes estiveram em frente aos supermercados Carvalho, Cobal, Ricoy, Watanabe (centro da cidade), Ipiranga (Talavasso), Marotti (Santa Cruz) e Watanabe bairro (Jardim São Sebastião).
O responsável da campanha, Gustavo Henrique Alves Júnior, disse que a população de Taquaritinga fez questão de ajudar. “Foi um trabalho muito bonito.”
As pessoas doaram água potável, produtos de higiene pessoal e limpeza.
NATALIA GALATI

Centro Cultural Adesca antecipa Carnaval com atividades

Com o Carnaval se aproximando, o Centro Cultural Adesca já programa suas atividades.
Na próxima terça (22) e quarta-feira (23), haverá na Praça Dr. Waldemar D’Ambrósio, às 19h30, um workshop de dança aberto à população. A parceria é com a Secretaria da Cultura.
O grupo que vai ministrar a atividade é o Stylo 09, sob a coordenação de Gustavo Henrique Alves Júnior.
A proposta do workshop é atender aquelas pessoas que trabalham durante o dia e à noite têm o horário livre. “Resolvemos dar essas aulas abertas na praça para qualquer pessoa, em horário que não atrapalha ninguém”, informou o responsável.
As coreografias são referentes às músicas que prometem fazer sucesso neste Carnaval, como “Superman, Liga da Justiça”, da banda LevaNoiz.
Os interessados devem comparecer ao local com meia hora de antecedência para fazer a inscrição. É recomendado ir com roupas leves e de tênis, e lavar uma toalha e uma garrafa de água.
NATALIA GALATI

Isso é muito perigoso

Hoje de manhã vi uma cena perigosa. Uma mulher conduzia uma bicicleta, provavelmente indo para o trabalho. Na frente, numa cadeirinha, sua filha, uma menina de menos de dois anos, seguia com as mãozinhas firmes no guidão. Fiquei pensando: uma freada brusca, e os dentes se chocariam de forma inclenente contra o ferro. E uma queda, meu Deus! Nem um capacetinho a protegia.
Na hora, lembrei de um caso ocorrido no Jardim Buscardi, lá no começo dos anos 90. Pai e um casal de filhos pequenos andavam de bicicleta quando foram atingidos por um carro. Vivo, só restou o menino, mas com a cabeça marcada para o resto da vida.
NILTON MORSELLI

Vergonha! Uniforme emprestado

Um fato vergonhoso ocorreu minutos antes de Santacruzense 3 x 1 CAT. O Taquaritinga viajou para Santa Cruz do Rio Pardo apenas com o primeiro uniforme, que era bastante parecido com o do adversário. Sem as camisas reservas, o CAT acabou entrando em campo com o uniforme número 2 do time da casa. Levou o maior chocolate até agora no campeonato da Série A3.

Mulher procura filha desaparecida há 1 ano

Uma mulher está em busca de informações de sua filha há cerca de um ano. Maristela dos Santos da Silva disse que não sabe o paradeiro da jovem desde quando ela desapareceu, dias antes do Carnaval do ano passado.
Raquel Cristiane da Silva, que tinha 17 anos quando sumiu, saiu para ir ao trabalho, na sorveteria Skinata, e nunca mais voltou. A mãe conta que ela estava de calça jeans e camiseta branca, uniforme do trabalho, e uma sandália tipo rasteirinha.
Segundo Maristela, a filha se dava muito bem com todos e não tinha intrigas com ninguém.
A Polícia está investigando o caso. Quem tiver pistas sobre ela deve entrar em contato pelos telefones: 3252-2689/9713-7627/9758-8107, ou pelo endereço Rua Grisso Lupi, 74, no Jardim Micali.

Confusão na Prefeitura provoca ‘a guerra da salsicha’ na Câmara

Os vereadores Vanderlei José Marsico (PTB) e Francisco Vincenzo Curti (PSDC) entraram em uma grande discussão na sessão da Câmara de segunda-feira (14). A confusão se originou com a publicação de três extratos de contrato no jornal oficial do município.
Em sua rádio, a Canal Um FM, no sábado (12), Vanderlei comentou uma enorme compra de salsicha especificada nos extratos. A publicação informa que o Executivo gastaria R$ 806 mil com a compra do produto para a merenda escolar.
Dois dias depois, na sessão da Câmara, Fran Curti usou a tribuna livre para combater a informação e acabou ofendendo o colega.
De acordo com Fran, são 10 mil merendas por dia. “Como político, o Vanderlei deveria debater os assuntos na tribuna livre e não na Canal Um, onde ninguém pode falar. Ele é um covarde.”
Vanderlei rebateu dizendo que não é covarde e que luta pela cidade. A polêmica se estendeu por vários minutos. O empresário acabou dizendo que foi o ex-vereador Beto Girotto quem levantou o assunto, em sua coluna semanal num periódico da cidade.
O diretor do Setor de Licitação da Prefeitura, Clézio Oliani Júnior, afirmou depois que houve um erro na publicação. Ele apresentou documentos que descrevem as compras de produtos referentes àqueles contratos.
A Prefeitura não teria contratado apenas a aquisição de salsicha (de carne bovina e de peru), mas de produtos como carne bovina de 2.ª moída (acém e paleta), carne bovina de 2.ª sem osso cortada em cubos, almôndega ao molho de tomate, carne desfiada bovina, frango – peito sem osso e sem pele, luinguiça toscana de carne bovina e suína em gomos, bisteca de porco repicada em cubos, apresuntado, mortadela e mussarela.
O bate-boca entre os vereadores, que por pouco não se transforma em agressão física, foi transmitido ao vivo pelo site da Câmara para o mundo inteiro.
O “Jornal da Imperial” reproduziu o áudio da discussão e deverá repeti-lo a partir das 11h30 deste sábado (19), durante a edição que resume os fatos mais importantes da semana.
NATALIA GALATI

Campanha da Fraternidade

O meio ambiente vai ser discutido pela Campanha da Fraternidade, da Igreja Católica, que começa na Quarta-Feira de Cinzas, 9 de março. O tema é “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema, “A criação geme em dores de parto”. Esse gemido pode ser ouvido na exploração descuidada e gananciosa dos recursos naturais.

A Jardineira é do povo

Muita gente tem perguntado se a Jardineira da Tarde vai sair neste ano. O jornalista Augusto Nunes, criador do cordão, responde que a brincadeira que animou os Carnavais de 2009 e 2010 terá continuidade se o povo se organizar. “Patrocinei o bloco nos dois primeiros anos”, enfatiza. Agora, a população e a banda devem se unir para a Jardineira não parar. Mais ou menos como aconteceu com o Batatão, iniciativa popular que foi absorvida pela Prefeitura e se transformou na maior atração da festa taquaritinguense.

Piada

Uma última piada, talvez a gente ria mais um pouco. Um bêbado ao passar em frente a uma dessas novas igrejas pentecostais de periferia, que abrem nas esquinas, todas as semanas, vê uma bela jovem gritando: - Aleluia! Aleluia! Ontem eu estava nos braços do Diabo, hoje estou nos braços de Jesus. E o bêbado pergunta: - E para amanhã, moça, você já tem algum compromisso?
FLANS

Moradores do Francisco Romano ainda podem renegociar dívida

Os mutuários e moradores que poderiam perder suas casas a partir desta semana no Conjunto Habitacional Francisco Romano, por estarem inadimplentes com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), podem ficar mais tranquilos. Mesmo que tenha terminado o prazo.
A Prefeitura comunica que as 56 pessoas sorteadas com casas no Francisco Romano que precisam fazer renegociação financiamento dos contratos com a CDHU deverão ir à Secretaria de Promoção Social. O órgão funciona das 8h às 17h, na Rua Antônio Carletto, 253, Vila Rosa.
Eles deverão levar os documentos pessoais, o contrato e os comprovante de parcelas pagas desde o recebimento da casa. A Secretaria sublinha que é necessária a apresentação do número do contrato.
O conjunto foi construído na gestão do ex-prefeito Tato Nunes (PMDB) e inaugurado no começo do mandato do ex-prefeito Sérgio Salvagni (PSDB), em 1997. O projeto acabou com o Pito Aceso, favela encravada no Jardim São Sebastião.
O empresário Tato Nunes se preocupa com a situação dos mutuários e moradores. “A obrigação da gente é encontrar uma saída para o pessoal não perder suas casas. Não queremos que Taquaritinga volte a ter favelas. Já temos tantos problemas e não vamos recriar mais um”, disse Tato.
De acordo com o secretário de Governo da Prefeitura, Félix Pereira Marques Júnior, tudo o que o CDHU quer é que os moradores façam o acerto, sem que seja necessário retirá-los de suas casas. “Agora, se não houver o acerto por parte das famílias que têm ordem de despejo no Francisco Romano, é claro que vai tramitar uma ação judicial e alguns deles perderão suas casas. Nós não temos a prerrogativa de quitação de dívidas”, afirmou Félix.
Por enquanto, a CDHU trata o assunto administrativamente. Não propôs ação judicial.
De acordo com Félix, o número de inadimplentes era maior. Ele disse que Taquaritinga foi a cidade em que mais mutuários fizeram acordos com a companhia para pagar seus débitos. “Isso me deixa satisfeito. Muita gente que tinha casa em seu nome renegociou a dívida e fez o pagamento”, contou o secretário.
A CDHU promete fazer uma reunião em breve com os moradores para um possível acerto. O NJ apurou que a prestação das casas custa em torno no R$ 40. “Os moradores que podem perder suas casas deverão ficar mais tranquilos que tudo vai ser resolvido”, completou Félix. O pagamento, porém, terá de ser feito.

UPA: prefeito faz nova previsão sobre início das obras

A Secretaria Municipal da Saúde divulgou uma perspectiva ilustrado do prédio da futura Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que será construída pelo governo federal na esquina das Avenidas Vicente José Parise e João Perissinotti.
O projeto ainda está em fase de licitação para escolha da construtora. Em novembro, a Prefeitura havia anunciado que a empresa estaria selecionada até o final de 2010.
“O novo prontos-socorro será modelo regional e cartão-postal do município”, disse o prefeito Paulo Delgado (DEM), que anunciou uma nova previsão para o início das obras: daqui a 60 dias. Em novembro, havia a expectativa para elas começassem no início do ano.

PT, quem te viu e quem te vê...

Não há dúvidas. Augusto Nunes tem razão: depois de o PT ter tomado o governo em suas mãos, iniciou-se a Era da Mediocridade. Os revolucionários de araque sanfona empoleiraram-se nos cargos públicos, encabidaram filhos e demais parentes em ministérios, secretarias, assessorias da Câmara e do Senado, empresas estatais, etc. Revolucionários de alma burguesa se limitaram a arrumar suas vidinhas.
Os “perseguidos” pela ditadura militar ganharam indenizações milionárias em ações movidas contra a União e vivem no “bem-bom, obrigado”, recebendo pensões mensais vultosas bancadas pelo suor dos trabalhadores de salário-mínimo. Estes são os mesmos trabalhadores que os supracitados “perseguidos” políticos afirmavam defender da cruel exploração dos patrões e da desumanidade do sistema capitalista. Upalelê! Com a maior cara de pau, após encherem as burras, os agora ricos “perseguidos” esbaldam-se, comendo, bebendo e vestindo, e graças ao que outros plantam e fabricam.
O PT traiu os trabalhadores. Aliou-se a Fernando Collor de Melo, o “caçador de marajás”, amigo dos “descamisados” – personagem imposto ao imaginário nacional pela Rede Globo. Recordam-se os amigos leitores dos “caras-pintadas”, estudantes mobilizados pelo PT para derrubar do poder o presidente Collor? Bancaram os palhaços. Foram usados como massa-de-manobra pelos maquiavélicos dirigentes petistas da época. Se Collor não valia nada e o PT encabeçou a campanha ética para “destroná-lo”, então por que diabos dele se aproximou?
José Sarney, ridicularizado pelos manifestantes de esquerda com o chavão “o povo não esquece, Sarney é PDS”, apoiou a reeleição de Lula e por Lula foi apoiado no momento em que esteve com a corda no pescoço, prestes a ser desbancado da presidência do Senado, por falta de decoro parlamentar.
Para eleger Dilma o PT uniu-se ao PMDB dito “fisiológico”. Os petistas abraçaram-se à turma do toma-lá-da-cá, do “uma mão lava a outra”, do “é dando que se recebe”. Lula até elogiou Orestes Quércia, antes violentamente atacado pelos petistas.
O PT mandou às favas princípios éticos, coerência política, ideologia e tudo o mais. Seus políticos, que prometeram lutar por um salário mínimo decente, pressionam os deputados oposicionistas a não aprovarem o seu aumento para 600 reais. PT, quem te viu e quem te vê...
A roubalheira corre à solta em Brasília. Os corruptos nadam de braçadas no mar de lama em que se transformou a capital do país. O desvio de verbas é prática contumaz e as CPIs acabam em pizza.
Os sindicatos fingem oposição, a UNE cala-se e os revolucionários de espingardinha de rolha embebedam-se com doses cavalares de marxismo mofado do século XIX.
Tudo uma pantomima de circo mambembe de quinta categoria. A subida do PT ao poder me faz lembrar da famosa citação latina: parturient montes; nascetur ridiculus mus. Trocando em miúdos: as montanhas estão em trabalho de parto; nascerá um ridículo rato.
PROF. GILBERTO TANNUS

A lei é para todos

A Prefeitura fez valer uma antiga lei que prevê a desocupação das áreas públicas. Por força dessa legislação, que é inquestionável, obriga-se os comerciantes do setor de alimentação que se utilizam de trailers e barracas a deixar os locais, sob pena de interdição e remoção da estrutura. Há que se destacar que esses vendedores não invadiram os locais. Ao contrário, tiveram o aval da Prefeitura para que seus pontos se tornassem fixos e arcaram com todas as imposições tributárias decorrentes do negócio. Alguns já sentiram o peso da mão municipal e acompanharam a lacração dos estabelecimentos. Outros conseguiram ganhar tempo graças a medidas cautelares.
A brecha oferecida pela Prefeitura é a exploração do comércio ambulante, ou seja, os interessados podem utilizar as praças, desde que recolham seus trailers no período em que não estiverem em funcionamento. Notificada pelo Departamento de Fiscalização, uma lanchonete das adjacências da Avenida Paulo Scandar foi obrigada a retirar uma barraca afixada na rua e utilizada como depósito de bebidas.
Entretanto, parece estar havendo o que se chama de dois pesos e duas medidas. Embora dotados de rodas, vários trailers que atendem no centro da cidade pernoitam em seus pontos, mesmo fora do horário de atendimento. Além disso, a Prefeitura precisa olhar com muita cautela a quem utiliza a calçada, enchendo-a de mesas e cadeiras, como se fosse a extensão de seus estabelecimentos. Se alguém for atropelado ao ser impedido de utilizar a calçada, ações indenizató-rias podem ser ajuizadas inclusive contra os órgãos que fecharam os olhos para o problema. Quem avisa amigo é.
EDITORIAL

Grupo TAPA completa 4 anos

O Grupo Todos Amando Pela Arte (TAPA) completa neste sábado (19) quatro anos de existência. A comemoração vai ser no Buffet Portal dos Sonhos com um coquetel. A partir de hoje, devido ao aumento de integrantes, o grupo passará a se chamar Cia Teatral Todos Amando Pela Arte.
O ator e diretor é Lynno Fernandes, de Itabira, terra de Carlos Drummond de Andrade. Foi ele que fundou o Grupo TAPA. A ausência de incentivo na cidade natal foi o que impulsionou a procurar algo melhor no Estado de São Paulo, chegando a Taquaritinga.
“Quando cheguei na cidade resolvi criar o grupo pelo fato de não ter em Taquaritinga uma cultura totalmente voltada para o teatro”, ressaltou Lynno.
Tudo começou em uma brincadeira. “Foi durante uma conversa com que os amigos que descobri a peça teatral Maria’s. Comecei a escrever e deu resultado. Foi um sucesso em Taquaritinga e região”, contou.
É a história de três irmãs muito diferentes, que fazem jus ao nome que têm. Maria das Dores, Maria Felicidade e Maria da Glória têm um objetivo comum: casar. Apaixonadas por um mesmo carteiro, que na verdade é um anjo, são persuadidas a trocar de personalidade para consquistá-lo. Além das situações inusitadas, o que faz da peça uma comédia é o fato de as protagonistas serem interpretadas por homens.
Outra peça que já foi apresentada na cidade foi: De médico e doido todo mundo tem um pouco. Além de outras, que fazem parte do currículo de Lynno, tais como O Abandono do Diretor; Revelando-me; O amor nasce onde menos se espera, esta peça trata de uma temática homossexual; Além do amor, que é um drama, entre outras. Todas de autoria de Lynno Fernandes.
No próximo mês, a Cia Teatral Todos Amando pela Arte estreará em Monte Alto a peça Revelando-me. “Os integrantes têm amado participar do TAPA e não descem mais do palco. Hoje já somos 12 pessoas: Lynno, Thyna Silva, Luis Otávio Dada, Tiane Silva, Fernanda Julianda, Lis Del Vecchio, Gabriela Letícia Carleto, Aline Barelli, William Tunisi, Ataian Marques, Guilherme Ruteski e Felipe Gonçalves.
A Cia Teatral Todos Amando pela Arte tem uma forte ligação com o Centro Cultural Adesca. “Somos parceiros e fazemos um trabalho paralelo. Devo muito ao meu ‘paizão’, o William Silva Santos, o Cajú”, disse Lynno.
O fundador do Grupo TAPA se mudou nesta semana para Ribeirão Preto, onde começou o curso técnico em artes dramáticas no Senac, com duração de um ano e nove meses.
“Aos finais de semana eu vou ficar em Taquaritinga cuidando dos meus trabalhos e, durante a semana, fazer meu tão sonhado curso”, completou. Lynno contou que concorreu com 32 pessoas, que disputaram 8 vagas – e ficou em 4º lugar. “Vou fazer o que eu gosto e crescer nesse ramo. Ver o Grupo TAPA completando quatro anos é de ficar muito emocionado. Esse grupo veio para ficar.”
NATALIA GALATI

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Filosofemos, senhores, filosofemos

A filosofia no Brasil perdeu o rumo. Caminha aos tropeços, sem eira nem beira, desorientada, por um atalho que não a levará a lugar algum. Imaginemo-la uma flecha, disparada por um arco trincado, nas mãos vacilantes de um arqueiro amador, míope e bêbado. A seta de bambu podre balança no espaço, leve, desviada pela força do vento da direção de um alvo inexistente. Ah! O tédio infinito dos cafés filosóficos da TV Cultura! Abobrinhas ditas e ouvidas com semblantes compenetrados. Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem.
Antes os nossos filósofos usavam e abusavam das abstrações sem sentido, dando-nos uma imagem enganosa da realidade. Em seus ensaios (que se pretendiam sérios), em seus textos empolados (cujo brilho advinha de uma leve camada de verniz pretensamente acadêmico) as palavras soavam solenes, envoltas por uma aura de falsa sacralidade. Não passavam de sons ocos, paridos pelo vibrar inexato do bronze de um sino trincado.
Os pensadores tupiniquins nada mais faziam senão encenar o papel de exóticos Kant despatriados, dançando ao redor de fogueiras acesas à noite, nas tabas carnavalescamente selvagens ao sul do Equador. Pobres Ideias platônicas, metamorfosea- das em folclóricos fundamentos de sistemas cosmológicos sem pés nem cabeça.
Nossos filósofos diplomados alçaram-se à exata altura de suas pernas de pau improvisadas, apêndices circenses. Acrófobos, com o bom senso abalado pela vertigem, tropicaram nos próprios calcanhares. Recordam-se os amigos leitores do que a vovó dizia? “Quanto maior a altura, maior é o tombo.” E eles viviam, egocêntricos e olímpicos, com a cabeça nas nuvens...
Ultimamente os Nietzsche de fachada preferem seguir as orientações de um novo mapa, de viés mercadológico, rumo à fantástica ilha do tesouro. Comprazem-se em bancarem os psicólogos de botequim. Abandonaram as grandes questões existen- ciais e começaram a escrever livros de autoajuda. Está ai o Gabriel Chalita que não me deixa mentir. Suas “obras” filosóficas açucaradas têm a profundidade intelectual de um pires de xícara de café. No entanto, cumpriu-se a profecia. O galã de cativante discurso católico foi eleito deputado federal.
Os boçais, fracos de espírito, quando expostos à influência da propaganda eleitoral são incapazes de resistirem à compulsão de votar em um Clodovil, Tiririca, Enéas ou Chalita.
Donde se conclui que se Tinky Winky, Dipsy, Laa-Laa e Po (os Teletubbie) saíssem candidatos, os eleitores brasileiros os elegeriam deputado, senador, governador e presidente da República, respectivamente. Una cosa de loco!
A filosofia empobreceu. Descambou ladeira abaixo no irracionalismo textual das “pílulas de otimismo”.
Cavalheiros, ouçam Albert Camus, envergonhem-se e salvem suas almas enquanto há tempo: “Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não ser vivida, é responder à questão fundamental da filosofia”. O resto é silêncio...
PROF. GILBERTO TANNUS

Dupla lança CD com músicas de sucesso

Um repertório sertanejo de primeira linha compõe o primeiro disco da dupla Horizonte & Rio Brilhante, de Taquaritinga. São 12 músicas consagradas, como “Oi, paixão” e “Meu reino encantado”. Um detalhe que chama a atenção é a idade dos parceiros: Hélio Medeiros Pereira, o Horizonte, tem 71 anos, e João Evangelista, o Rio Brilhante, 62.
Os dois são aposentados como carreteiros e cantaram juntos por seis anos. Porém, há cinco interromperam a carreira artística, não por desentendimento, mas porque Rio Brilhante adoeceu. “A ideia de gravar o disco foi do meu amigo”, disse Hélio, o Horizonte, primeira voz em todas as faixas.
O sonho de registrar um trabalho ao lado do amigo virou realidade em canções do sertanejo de raiz. Apesar do tempo de separação, não foi preciso muito ensaio para fazer a gravação, no estúdio da dupla Vitor & Marcel, em Taquaritinga. “Foi muito emocionante”, disse Rio Brilhante, que lamenta não poder fazer shows.
O resultado foi um CD com cheiro de nostalgia, que está sendo vendido a R$ 10, só para compensar os custos da produção, que incluiu uma capinha de cartolina, com foto colorida. As músicas: “Amor e saudade”, “Carteiro”, “Desatino”, “Fera da estrada”, “Mágoa de boiadeiro”, “Oi, paixão”, “Porta do mundo”, “Preto velho”, “Prato do dia”, “Meu reino encantado”, “Seguindo seus passos” e “Último julgamento”. (NM)

Dedê Donato volta à presidência da Acit

O empresário Antonio Cláudio (Dedê) Donato será aclamado presidente da Associação Comercial e Industrial de Taquaritinga (Acit) no próximo dia 21. Ele foi o único a inscrever chapa para concorrer na eleição. O prazo venceu na quinta-feira (10). Será a terceira vez que Dedê dirigirá a entidade, que representa os dois setores. O mandato vai até 2013.
Além de Dedê, a Diretoria Executiva é composta por: Luiz Fernando Coelho da Rocha (1.º vice), Clodosval Antonio Volanti (2.º vice), Mauro Henrique Bussadore (1.º tesoureiro), Ederaldo Pereira Marques Junior (2.º tesoureiro), Anderson de Oliveira Donato (1.º secretário) e João Donizete Furtado (2.º secretário).
Carlos (Gu) Pastore Neto presidirá o Conselho Deliberativo, que terá como membros: Gilberto Felipe, Juliano Galatti, Thiago Matsuda, Humberto Francisco Nucci, Idynei Marcel Barbosa, Roberta Aparecida Saita, Mário M. de Araújo Filho, Rogério Gonçalves dos Santos e João Vicente da Silva. No Conselho Fiscal estarão: Rogério Bussadore, Alessandro Roberto e Manoel Bueno. (NM)

MAIS UM PASSO RUMO AO PALCO


Um aluno do Centro Cultural Adesca se prepara para estudar na Escola de Atores Wolf Maya, em São Paulo, uma das que mais descobrem e preparam novos talentos para o mercado de teatro, cinema e televisão em franca expansão.
O ator Gustavo Henrique Alves Júnior, de 19 anos, está feliz com a notícia. Para fazer parte deste grupo e concretizar o sonho, não foi fácil. Ele passou por duas fases de seleção, com aproximadamente 200 inscritos.
Na primeira, foram quatro testes teatrais, e na segunda os concorrentes tinham de criar um personagem para ser apresentado ao ator e diretor Wolf Maya e a uma comissão de profissionais. “Não foi nada simples, mas tinha que ter muita calma”, ressaltou Gustavo, revelando que foi seu professor de teatro que pediu para ele prestar a prova. “Ele acreditava no meu potencial e sabia onde eu podia chegar”, afirmou. O diretor-geral do Centro Cultural Adesca, William Silva dos Santos, o Cajú, também deu todo o apoio.
Gustavo fez a matrícula no último dia 4 e espera ansiosamente o momento de encarar São Paulo com uma nova vida. “Agora que passei, vou mergulhar de cabeça e me entregar de corpo e alma: estudar, ler muito e aproveitar o máximo dos professores. É o que eu mais quero”, observou o estudante.
O curso de formação profissional dura três anos, com aulas teóricas e práticas. Além de Gustavo, duas pessoas do Centro Cultural também concorreram a uma vaga na Escola de Wolf Maya: Rodrigo Azevedo Santos e Letícia Laura Ribeiro. O ex-aluno do Centro Cultural Thiago Lucc se forma neste ano. A mensalidade é de R$ 600, paga pelo próprio aluno.
Alguns dos famosos que já passaram pela Escola de Atores Wolf Maya: Giovana Lancellotti, Paola Oliveira, Julio Oliveira, Bárbara Silvestre, Marjorie Estiano, Carol Macedo, Lucy Ramos, João Maia, Camila Camargo, Malvino Salvador, entre outros.

Convivência – Não falta talento para Gustavo, mas o “empurrão” ele recebeu no Adesca, onde ficou por cinco anos. O ator conta que antes mesmo de conhecer o projeto era muito envolvido com o esporte. “Já fiz futebol, vôlei, basquete, mas o que eu mais gostava mesmo era natação, e eu fiz por dois anos”, lembrou o estudante.
Resolveu participar do Centro Cultural depois de assistir ao filme Moulin Rouge. Gustavo disse ter ficado paralisado em frente à TV, sem reação, quando o filme terminou. “Naquele dia, eu notei que era aquilo que eu queria fazer”, contou.
Hoje, ele é professor de dança, pratica aulas de dança e teatro, além de já ter feito canto. “Vou sentir muita falta do Adesca. Lá, aprendi a ser paciente, a entender melhor o próximo e a saber lidar com pessoas que são boas comigo”, explicou o taquaritinguense, que nos próximos dias vai deixar a cidade.
Antes de fazer parte do Centro Cultural, Gustavo admite que sua vida era vazia e sem metas a serem cumpridas para o futuro. “Hoje, eu tenho objetivos, sonhos, que aprendi a conquistar graças ao projeto, que vou ser grato pelo o resto da minha vida.”
Gustavo fez questão de deixar um recado para os amigos: “Vocês que fazem parte do projeto, levem muito a sério tudo o que for aprendido. Hoje, eu estou caminhando para um sonho, mas amanhã pode ser qualquer um de vocês, desde que queiram, se empenhem e, o principal, nunca desistam”.
NATALIA GALATI

Taquaritinguense faz música para Cido Guarda-Chuva no Carnaval

O carnavalesco Ademir Mazzi, mais conhecido como Dê Mazzi, preparou um enredo especial para homenagear Aparecido Rodrigues, o Cido Guarda-Chuva, que morreu no último dia 25. O arranjo está ficando por conta de Thomás e Zita & Cia.
Cido era apaixonado pelo Carnaval da cidade e não perdia sequer um ano. O bloco era a alegria dele. Também participava do Desfile de Bonecas.
A ideia de escrever uma música ao Cido Guarda-Chuva, segundo Dê Mazzi, surgiu logo quando ficou sabendo de seu falecimento. “De imediato, eu pensei em fazer uma homenagem a essa pessoa tão simples e tão querida de nossa cidade. Afinal quem não conhecia esse personagem?”, perguntou Mazzi, que tinha muita afinidade com o Cido, ainda mais por ele desfilar sempre no Batata Doce.
Mesmo sem habilidade para a composição, Dê Mazzi não esconde o carinho que sente pelo eterno amigo. “Em poucas palavras, eu escrevi para homenageá-lo, sempre brincando, como sempre fiz com ele: ‘Cido guarda a chuva pra gente pular’”, disse o autor.
Dê Mazzi conta que os amigos do Centro Etílico “Burro Voador” gostaram muito da música e querem fazer a abertura do Carnaval, na sexta-feira (4), cantando. “Queremos apresentar a música no trajeto da Igreja Matriz de São Sebastião até o Bar do Tadao, na esquina da Rua Visconde do Rio Branco com a General Glicério”, completou Dê.
NATALIA GALATI

Cido (letra e música: Dê Mazzi)

Cido, guarda a chuva pra gente brincar
Cido, guarda a chuva pra gente pular
Do Cido Guarda-Chuva pra sempre vamos lembrar
Vai lá, vai lá Cidão, junto com os outros que conosco sempre estarão

Grande personagem da história da cidade, das crianças e até
de nossos padres
Em todos os desfiles de bonecas, dos corsos e dos velhos carnavais
Alegre e irreverente com seu bordão;
“Aaaaah se me paga moleque”
Cidão, carnavais virão e com certeza muitos de ti lembrarão

VAI LÁ, VAI LÁ CIDÃO
VAI LÁ, VAI LÁ CIDÃO
COMPANHEIRO DA BATATA COM MUITA TRADIÇÃO.

Minha casa, minha dívida

No dia 15 de janeiro, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), braço do governo do Estado, publicou dois editais no Nosso Jornal em que deu prazo de 30 dias para mutuários inadimplentes regularizarem suas dívidas. As listas, com nome e endereço, convocam para um acerto 56 pessoas sorteadas com casas no Conjunto Habita-cional Francisco Romano. As que não pagarem perderão os imóveis. O prazo termina na terça-feira (15). Cons-truído na gestão do ex-prefeito Tato Nunes (PMDB), esse conjunto reservou algumas unidades para o projeto que acabou com o Pito Aceso, favela encravada no Jardim São Sebastião.
NILTON MORSELLI

Legislativo ineficiente

A História mostrou que é melhor uma democracia ruim do que uma ditadura boa. Sinal evidente de que a liberdade anda sem sobressaltos em um país, o Legislativo é o primeiro poder a ser calado quando um ditador quer tomar conta de tudo sozinho. Sem essa esfera, não há a saudável convivência dos contrários.
Ao recuperar-se do trauma de ter seu Legislativo massacrado pelo regime militar, o Brasil acordou para uma realidade igualmente preocupante, que diz respeito à qualidade do trabalho desenvolvido nas casas que representam o povo. Parte desse retrato foi produzido pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, levando em conta números da Assembleia paulista.
A legislatura passada, na análise do jornal, foi ofuscada pelo poder político do Executivo. De 2007 a 2010, a Casa aprovou e o governador sancionou 1.786 novas leis – 85% delas (ou 1.535 normas) tratavam de temas como nomeação de espaços públicos e criação de datas comemorativas. Só 90 projetos (5% do total) que se tornaram lei são de autoria de parlamentares e regulam áreas como defesa do consumidor, gestão pública e meio ambiente.
Não é novidade que os parlamentares – de vereadores a deputados – têm atuação restrita. Mas um grande número de projetos sem relevância para a vida da população abusa dessa justificativa. Não precisava ser assim. Durante a gestão José Serra/Alberto Goldman (PSDB), 274 normas foram totalmente vetadas pelo governo e não entraram em vigor – a maior parte delas, sob o argumento de que seriam inconstitucionais.
Os eleitores têm parte na culpa pela ineficiência do legislativo nacional. É por meio do voto que eles chegam lá, muitas vezes permanecendo seis ou sete mandatos. Ninguém entra pela porta dos fundos.
EDITORIAL

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Rainha do Carnaval


Linda, não? Gislaine Carrinho é a Rainha do Carnaval de Taquaritinga. Ela reinará ao lado Ricardo Prado, que é seu namoradão, escolhido ontem à tarde como Rei Momo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Nossa capa

Homenagem


O publicitário e cartunista Chico Rodrigues fez uma caricatura em homenagem a Aparecido Rodrigues, o popular Cido Guarda-Chuva, que morreu na semana passada. Assim como Chico, Cido fazia parte do Batata Doce, o irreverente bloco carnavalesco de Taquaritinga.

Ico Curti reúne em livro contos bem-humorados


Professor, funcionário público federal, ex-vereador e observador das coisas de Taquaritinga. Antonio Fernando Almeida Curti, o Ico, agora também é escritor. Ou melhor, já era escritor. Só não havia publicado seus textos em forma de livro. No fim de 2010, resolveu aliviar-se desse pecado, compartilhando histórias que reuniu em “Contos contidos”, impresso na TAG Gráfica e Editora.
O bom humor e a serenidade, que são marcas registradas de Ico no cotidiano, estão em alto relevo nos 30 textos da obra. E é exatamente do dia a dia que ele retirou algumas situações relatadas, como na hilária cena reproduzida na coluna ao lado. Mas também há diálogos creditados à inventividade, prerrogativa indispensável a todo escritor, e à memória do Ico menino e do Ico adolescente.
A vontade de publicar o livro aumentou depois que o taquaritinguense venceu a edição 2008 do Prêmio Literário Cidade de Porto Seguro, com a crônica “Meu melhor amigo”, sobre seu cachorro. No ano passado, circulou o livro referente ao concurso, cujo título é o mesmo da história vitoriosa. Mas essa não foi a primeira investida de Ico no mundo literário. Ele é detentor da Medalha de Participação Especial no I Concurso Nacional de Literatura Arti-Manhas e do 5º lugar no XXV Concurso Internacional Literário promovido pelas Edições AG, em 2008.
Com os dois filhos (Luiz e Beatriz) formados e empregados, Ico vive feliz ao lado da esposa, Teca, irmã do jornalista Luiz Gonzaga Mineiro, diretor de jornalismo do SBT, que escreveu o prefácio. O autor doou a primeira impressão para algumas instituições beneficentes da cidade, que ficarão com o dinheiro dos exemplares que conseguirem vender. Como ser escritor ainda é uma novidade na vida de Ico, de vez em quando acontece algum imprevisto, como acabar a tinta da caneta no meio de uma dedicatória. Da próxima vez, é melhor começar pelo autógrafo.
NILTON MORSELLI

LEIA UM DOS CONTOS
Pegadinha ou “fu fiu”
O rancho na beira do rio era do pai dele, mas quando sobrava um fim de semana o Arakém pegava a turminha e ia para lá pescar, ou melhor, churrasquear.
Desta vez foi não foi diferente. Na sexta-feira, quando soube que o velho não ia, correu para avisar a turma.
No dia seguinte acordaram bem cedo (coisa que não faziam nos outros dias da semana) e partiram felizes no fusquinha.
Arakém, Geada, Maurício, Cidão, duas caixas de cerveja, um garrafão de pinga e dez quilos de costela.
Lá chegando, a primeira providência foi botar a cerveja para gelar e acender a churrasqueira. O resto não tinha pressa.
Enquanto a cerveja gelava, o Cidão preparou uma jarra de caipirinha.
Foi a conta certa.
Cerveja gelada, carne assando, era só alegria.
A certa altura o Cidão, que não estava acostumado a acordar cedo, resolveu dar um cochilo na rede armada na varanda. A turma continuou conversando animada, até que o Maurício viu uma cobrinha na grama em frente ao rancho.
Alertados, os valentes caçadores se dirigiram até a coitada e, depois de umas vinte pauladas, conseguiram abater o perigoso ofídio.
Em seguida, o Arakém teve a brilhante ideia.
Pegou a cobrinha, enrolou cuidadosamente e colocou no peito do Cidão, sem esquecer de um detalhe: colocar a cabeça virada para sua cara.
Feito isso, continuaram a animada conversa.
Depois de algum tempo, o Cidão acordou e se deparou com aquela situação.
Muito assustado, mas sem poder se mexer, resolveu assobiar para chamar a atenção de seus amigos.
“Fu fiu”, fazia o Cidão insistentemente, sem que eles se dessem conta.
Na verdade, hoje se sabe que eles fingiam que não ouviam. Estava tudo combinado, embora o Maurício e o Geada neguem por questões de segurança.
Depois de uns bons quinze minutos com o Cidão suando frio e quase sem fôlego de tanto assobiar: “Fu fiu, fu fiu, fu fiu...”, o Arakém resolveu olhar.
O Cidão, que já estava quase perdendo a esperança, disfarçadamente fazia sinal com o dedo indicador, braço fora da rede, apontando a cobra.
Arakém demonstrou um grande espanto e, também, como se para não assustar a serpente, fez final com a mão que o Cidão aguardasse.
Feito isso, foi para dentro do rancho, voltando em alguns segundos com uma espingarda cartucheira e apontou para a cobra, ou seja, para o peito do Cidão, que apavorado assobiava: “Fu fiu” e com o dedo fazia sinal de não desesperadamente.
Dizem que naquele dia o Cidão jurou que isso não ia ficar assim.
Se teve o troco ainda não sei, mas quando souber, prometo que te conto.
ICO CURTI

Saaet melhora rede que passa no ‘balão do colesterol’

Por motivo de sempre faltar água no Parque Residencial Laranjeiras e os moradores reclamarem, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaet) está em fase de acabamento de uma obra na Avenida Mário da Silva Camargo, o famoso “balão do colesterol”, que agora deverá solucionar o problema.
Há 20 dias, a Nova Estradas, empresa contratada pelo Saaet, está concluindo a obra orçada em aproximadamente R$ 70 mil. A interligação por tubos de PVC de seis polegadas foi feita do Poço Profundo “Emílio Rodrigues” até a Rua Miguel Anselmo, totalizando 900 metros. O projeto de adutoras de água servirá para o abastecimento público. Antes da obra, os tubos eram de duas polegadas, insuficientes para o abastecimento do Laranjeiras I e II e da Praça Guilherme Franco.
Do outro lado da Avenida os tubos já são de seis polegadas, por isso foi preciso fazer apenas de um lado a adutora de água. “Os moradores viviam reclamando que faltava água e sempre muito fraca. Então, com a obra, aumenta o volume e a pressão da água”, disse à reportagem do NJ o superintendente do Saaet, Manoel Bueno Neto.
Uma interligação com o Poço do Parque Residencial Laranjeiras III também foi realizada. “Se vier a dar problema um dia o Saaet consegue reabastecer. Preferimos deixar tudo pronto. Com isso, vai melhorar para todo mundo”, ressaltou Manoel.
“Estamos fazendo um excelente trabalho, que não tinha antes. A Avenida tem 1.400 metros e agora conseguimos resolver o problema de 900 metros, sendo que o restante já estava pronto”, observou o superintendente.
A Nova Estradas deve terminar o serviço nos próximos dias. “Queremos que seja tudo bem resolvido”, completou Manoel.

Mudança – Com fortes chuvas, o barro atrapalha quem tenta se exercitar na avenida. Em razão das obras, as pessoas que costumam caminhar no balão “migraram” para a Praça Guilherme Franco.
Sem buracos e com um asfalto lisinho, a praça tem ficado lotada de adultos, jovens e crianças, nas manhãs e nos finais de tarde.
A Prefeitura instalou brinquedos de madeira para as crianças. Há ainda áreas para andar de bicicleta, jogar bola e fazer caminhada por dentro da praça.
NATALIA GALATI

Taquaritinga, Capital do Estado

Em 1968, iniciou-se um movimento no sentido de mudar a Capital do Estado para o interior, precisamente nas proximidades da cidade de Boa Esperança, onde se localiza um marco determinando o centro geográfico do Estado.
Era uma ousadia, a exemplo de Brasília.
Diziam os mais afoitos pela ideia que a centralização da sede do Governo e das Secretarias numa cidade tão grande como São Paulo tornava inviável uma administração progressista e que isso estava trazendo enormes prejuízos aos cofres públicos, além de atravancar o desenvolvimento.
A notícia do projeto da descentralização alvoroçou as cidades da redondeza do centro do Estado de São Paulo.
Essas cidades procuraram usar de seus meios para ser a candidata preferida. Cada qual exibindo suas qualidades, usando seus atributos e seus fiéis intermediários, alguns não muito fiéis porque muitos deputados votados em Taquaritinga, agora iriam puxar a “sardinha” para a cidade deles, portanto era difícil de confiar em alguém.
Era uma competição política desigual. Taquaritinga contava com poucos figurões, se considerarmos que na disputa estavam: Araraquara, Jaú, Bauru, São Carlos, que eram pesos pesados na política, sem contar com a própria Boa Esperança, que tinha a vantagem de ser o município onde se localiza o cento do Estado, rodeada de pequenos municípios.
Mas Taquaritinga não se intimidou com os inimigos e foi à luta.
Houve uma reunião, convocada pelos: Prefeito Dr. Waldemar D’Ambrósio e o Vice Dr. Horácio Ramalho, para tratar da estratégia a ser usada.
Nessa ocasião já se delineava a sucessão municipal na qual o Dr. Adail Nunes da Silva era candidato da oposição e que viria a ser eleito Prefeito, também se empenhou profundamente na contenda. Por um curto espaço de tempo houve uma grande trégua política em Taquaritinga, todos queriam que nossa cidade fosse a Capital do Estado.
Governava o Estado de São Paulo o Dr. Roberto Costa de Abreu Sodré e seu vice era o Dr. Hilário Torloni, famoso por fumar em uma longa piteira de ouro, particular amigo do Dr. Waldemar. Laudo Natel, que havia sido Governador no período anterior, era amigo do senhor Pedro Vassovinio, dono da Tallavasso. Era Secretário do Turismo o nosso saudoso e particular amigo Dr. Orlando Gabriel Zancaner.
Já era um começo.
Foi marcada uma audiência no Gabinete do Vice Governador Dr. Hilário Torloni, e lá estavam Laudo Natel, Dr. Zancaner e muitos taquaritinguenses.
Para essa disputa nós tínhamos uma grande arma e que fora exibida com detalhes na reunião. Taquaritinga tinha já construídas 500 casas, todas vazias e em condições de serem habitadas, portanto prontas para ficarem à disposição do Governo, e um projeto aguardando aprovação para mais 500 casas e o compromisso de Dona Julinha, proprietária da Fazenda Paraguaçu, em ceder a área que fosse necessária, junto às 500 casas, para a construção de tantos prédios quantos fossem precisos.
Laudo Natel foi um grande incentivador de Pedro Talavasso para que ele construísse as 500 casas do Conjunto Residencial Ipiranga.
A sorte estava lançada.
Sentimos que os fortes candida- tos se preocuparam com a nossa proposta.
Taquaritinga, assim como outras cidades, chegou a receber uma equipe para estudos preliminares.
Como sabemos, o projeto não prosperou e até hoje, depois de mais de 40 anos, sem tomar qualquer providência a respeito, São Paulo continua com seus sérios problemas de espaço e cada vez mais difícil de serem resolvidos.
Talvez algum dia mude tudo.
José Claudinê Bassoli é advogado militante em Taquaritinga

Consultor ensina como definir preço de venda

O Sebrae realiza na quarta-feira (9), em Taquaritinga, a palestra “Entendendo custos, despesas e preço de venda”, a partir das 9h, no salão anexo à Igreja Matriz de São Sebastião. O consultor Arivaldo Halgrenn vai ensinar a calcular o preço de venda dos produtos. A participação é gratuita, mas, como as vagas são limitadas, é necessário se inscrever no Posto de Atendimento ao Empreendedor (PAE), pelo telefone 3252-2811 ou pelos e-mails edio.postosebrae@actq.com.br ou marcela.postosebrae@acitq.com.br

Esquenta

Ricardo Ramos, Joãozinho Longhitano, Arivaldo Galassi, Martinha Passafaro, Né Parise e companhia estão tocando e cantando samba do bom em alguns bares da cidade a cada fim de semana. É o Carnaval que já se faz sentir. Neste sábado, por exemplo, o grupo esteve no pesque-pague do Tennis Park.

Verdinho

Se no passado Taquaritinga foi a Capital do Tomate, agora é outro fruto que reina nos pomares: o limão taiti. Taquaritinga produz 10 milhões de caixas, metade da safra paulista, a maior do País. A colheita começou na semana passada.

Pouca chuva

Quem acha que choveu muito neste comecinho de ano está enganado. As chuvas de janeiro ficaram abaixo da média história em Taquaritinga. De acordo com a Casa da Agricultura, que faz o acompanhamento do índice pluviométrico, foram registrados 298,2 mm ao longo dos 31 dias. Ficou acima de janeiro do ano passado (228 mm), mas abaixo do volume registrado no mesmo mês de anos anteriores. O dia de maior aguaceiro foi 3 de janeiro, uma segunda-feira, com 70,8 mm.

Donos de trailers estão se adaptando à nova exigência

A Prefeitura de Taquaritinga lacrou na segunda-feira (31) os trailers que foram notificados por ocuparem áreas verdes da cidade. Os proprietários tinham até domingo (30) para retirar, avisou o Executivo. Das 18 barracas – duas conseguiram liminar na Justiça, seis já foram derrubadas e o restante, lacradas. A questão que vem sendo discutida há anos parece que chegou ao fim.
De acordo o secretário de Administração da Prefeitura, Luiz Tadeu Giollo, os dois trailers que ainda continuam abertos estão localizados na Praça Dr. Horácio Ramalho. Um é de Marcelo Aparecido Proni, que está no ponto há 9 anos, em frente à faculdade Ites, e o outro é de Ilço Antonio Zibetti, o Gaúcho, que construiu sua família vendendo lanches na mesma praça. Isso já acumula 30 anos.
O secretário disse que a Prefeitura já está tomando as providências junto ao setor Jurídico para tentar derrubar a liminar, o que deve demorar cerca de 10 dias, afirmou Tadeu. “Fizemos essa retirada de barracas para liberar as praças da cidade. A praça é do povo, todo mundo teria esse direito e se fosse assim elas iam ficar lotadas de barracas”, ressaltou Giollo.
O prefeito Paulo Delgado (DEM), segundo o secretário, pretende reformar todas as praças da cidade que eram ocupadas por barracas.
Gaúcho tomou providências para seguir no ramo. Comprou um novo trailer, com rodas e cobertura própria. “Eu investi R$ 40 mil em um trailer novo. Comprei no Rio Grande do Sul. Agora vou ser ambulante. Até o final de fevereiro já vai estar tudo certo. Todo mundo sempre me ajudou e eu não posso parar”, explicou. O atual trailer, que não possui rodas, ele vai dar para o irmão montar uma lanchonete em Jaboticabal.
Para um comerciante que tem o trailer afixado há 14 anos no Lopes Moreno é muito triste passar por esta situação. “A barraca fazia a alegria do povo. Os moradores compravam muitas coisas comigo, como leite, massa de tomate, entre outras coisas. Agora acabou e a gente não sabe o que vai fazer da vida”, lamentou o proprietário. “A gente tem até esperança de que vai mudar. Para eu transportar [o trailer] todos os dias é muito complicado.”
Agora o alvo da Prefeitura são os trailers de lanches que ocupam as ruas. Muitos ficam estacionados, mesmo após o fim do dia de trabalho. Os comerciantes serão obrigados a fazer o transporte todos os dias, assim como os de praças públicas. “Teve gente que até providenciou a retirada”, contou Tadeu.
É o caso do Tchelão que tem o trailer afixado numa travessa da Avenida Paulo Roberto Scandar há 17 anos. No começo da semana ele já retirou a barraca. O carrinho de cachorro-quente, que já possui rodas, é transportado todos os dias. “Eu aposentei minha barraca”, disse Tchelão.
NATALIA GALATI

A volta

Caminhava entre os túmulos, confuso. Perdera a noção do tempo. Há uma hora, duas ou mais, perambulava entre humildes sepulturas de cimento pintadas com cal e luxuosos mausoléus revestidos de mármore. Exausto, a camisa completamente molhada pelo suor, sentara-se em um monte de tijolos para descansar, enquanto observava o pedreiro assentá-los, em simetria perfeita, fixando-os contra a terra úmida das paredes de uma cova recém-aberta.
Recebera um telegrama de um advogado informando-lhe que sua tia falecera, solicitando-lhe que viesse tomar posse dos bens que lhe deixara – último parente vivo. Quando fora embora em busca de uma nova vida na cidade grande, jurara a si mesmo jamais retornar àquela cidade que só lhe trouxera desgostos. Ademais, sabia que a tia Madalena de seu possuía apenas uma casa antiga, caindo aos pedaços, comprada pelo marido com o resgate do fundo de garantia. Não, não fora a irrisória herança que o fizera voltar. Havia noites em que não conseguia dormir, pensando nos dias de moleque, vividos na distante e quase esquecida cidadezinha de Pedralina. Saía de manhã pelas estradas de terra, levando um pedaço de pão com manteiga no embornal – o estilingue nas mãos. Certeiro, não errava uma única pedrada sequer. Trazia dezenas de pombas, mistura da janta. A mãe fritava as aves no fogão de lenha, e ele percebia como seu pai o olhava disfarçadamente, cheio de orgulho, como se dissesse: “Êita moleque porreta!”.
Nadava tardes inteiras no rio que corria atrás da venda do seu Inácio, águas limpas, transparentes. Podia-se enxergar a areia dourada no fundo do leito, ou sentir sua aspereza na sola dos pés. Nos meses de chuva era um Deus nos acuda. Sua mãe o prendia em casa, portas e janelas trancadas, ameaçando contar ao pai caso insistisse em mergulhar na correnteza que passava, lentamente, profunda, misteriosa, assustadora – forte o bastante para afundar os pequenos barcos dos pescadores que moravam em suas margens.
Sentia saudades das festas da gente simples do bairro pobre. A fogueira de São João, os balões que subiam, perfurando com sua luz a escuridão da noite sem estrelas. A sanfona de seu Tomé, marcando os passos do povaréu que dançava, alegre, a quadrilha. Todos eram miseráveis, não tinham um gato para puxar pelo rabo, no entanto, arranjavam amendoim, açúcar, farinha de trigo, etc., e preparavam uma mesa farta de doces caseiros.
Por isso tudo resolvera aproveitar a semana de férias que seu patrão lhe dera e retornar a Pedralina, acertar a papelada da tia, dar uma olhada aqui e ali, ver o que tinha ou não mudado. A cidade crescera, demais. O cemitério agigantara-se, as cercas de madeira foram substituídas por um muro alto, de pedra, e o número de sepulturas centuplicara. O gerente do hotel garantira-lhe ser fácil encontrar os túmulos que pretendia visitar. Perguntasse ao senhor Lopes, o encarregado. Acontece que o senhor Lopes, precisamente naquele dia, faltara ao serviço. E lá estava ele, cansado, suado, perdido. Sim, perdido. Sem seu pai, sua mãe, seu estilingue, sem rio, sem festas de São João, sem balões iluminados, sem quadrilhas, sem doces, sem nada. O nó na garganta, o aperto no coração, no fundo do peito a angústia a lembrarem-lhe a dolorosa verdade: morrera também...
PROF. GILBERTO TANNUS

Empreendedorismo

Empreendedorismo
O economista Antônio Vicente Golfeto, um dos mais respeitados profissionais do interior, traçou o perfil do empreendedor do século XXI, título da palestra que proferiu nesta semana, no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto. Diretor do Instituto de Economia Maurílio Biagi, da Associação Comercial de Ribeirão Preto, o professor falou para uma plateia formada principalmente por estudantes sobre temas que dizem respeito ao desenvolvimento regional. Profundo conhecedor das características de cada município da região, ele também destacou as mudanças que vêm atingindo a economia.
Embora limítrofes, as cidades apresentam uma vocação diferente. Ribeirão, por exemplo, tem no setor de serviços a grande força de sua economia. A poucos quilômetros, Sertãozinho é o município campeão na área de transformação. Mas um fator é comum aos dois: o empreendedorismo, que é a disposição em criar, realizar, fazer acontecer. Nasce da vontade de crescimento pessoal e atinge a dimensão social. A geração de emprego e renda é o efeito mais benéfico e desejável do empreendedorismo.
Infelizmente, a cultura empreendedora não é ensinada nem no terceiro grau, estágio em que seria imprescindível. Prevalece o que se chama de “empregolismo”. Ao receber seus diplomas, profissionais de todos os setores são instados a procurar colocação em companhias que já estão no mercado. Pouquíssimos possuem o ânimo de concretizar um negócio próprio, ou estão preparados para encarar o desafio. É uma pena, porque é da pequena iniciativa que nascem as grandes empresas.
EDITORIAL