segunda-feira, 16 de abril de 2012

Arvelino Vincenzzi

Estou triste. Muito triste. Não pude, durante a semana toda, pensar em outra coisa. O destino – se é ele mesmo quem põe e dispõe de nossas existências – foi extremamente injusto. Ainda não consegui aceitar a fatalidade que se abateu sobre a família Vincenzzi.
Sei que nós, criaturas limitadas e finitas, devemos buscar explicações para àquilo que não somos capazes de compreender, na sapiência de um ser superior, em Deus, que nos criou à Sua imagem e semelhança e tudo planeja e provê para o nosso próprio bem. No entanto, por mais que tente, por mais que ore, por mais que abra meu coração à luz dos ensinamentos divinos, ainda assim é-me difícil aceitar a maneira tão repentina com a qual o “Vilo” nos foi tirado.
Pessoa íntegra, honesta, pai “coruja”, dedicado à esposa e aos filhos, irmão exemplar, filho amoroso, amigo sincero de todos que dele se aproximavam e tinham a felicidade de com ele conviver, Arvelino Vincenzzi deixará um vazio que jamais será ocupado. Cidadão de qualidades ímpares, de caráter, católico fervoroso, estava sempre disposto a ajudar no que fosse possível – e sem medir esforços – a Igreja da qual era fiel seguidor, a Católica.
“Vilo” e Adalberto Vincenzzi fundaram juntos, em uma sociedade cimentada pelo amor fraterno, uma empresa de Engenharia e Construção Civil. Em seus escritórios, colocando à disposição da Igreja Católica todo seu extraordinário conhecimento e competência, ambos projetaram e edificaram vários templos religiosos. Um deles localiza-se no Jardim Contendas. Trata-se da Igreja de São Judas Tadeu. Exatamente por isso eu os chamava de “Construtores de Catedrais”.
Entrei em contato com os irmãos Vincenzzi quando pretendi construir uma residência no Jardim Laranjeiras. Eu e minha esposa Maristela fomos recebidos de forma educada e informal. Ouviram-nos com paciência, fazendo sugestões no momento certo, sem nos constranger. Desenharam um esboço da casa que sonhávamos e, após alguns dias, nos chamaram para avaliar a planta feita no computador. Excelente! Fantástico! Perfeito! Era aquilo mesmo que queríamos, sem tirar nem pôr. Começamos então a levantá-la, desde os alicerces até o telhado, assessorados pelo “Vilo” e pelo Adalberto. Colocaram sua equipe de trabalhadores em campo e lá estavam, todos os dias, ao pé da obra, fiscalizando-a – conscienciosos que eram.
Infelizmente, por não ter recebido – como professor do Estado – reajuste salarial correspondente à inflação do período, fui obrigado a vendê-la. Eles – verdadeiros amigos – prontificaram-se a facilitar o pagamento do restante da construção, colocando-se à disposição para um acordo financeiro que desse uma folga às minhas finanças combalidas. Recusei. Porém, na época, fiquei profundamente agradecido aos Vincenzzi. Para eles o que importava não era o dinheiro, mas sim, a realização do sonho da Maristela e do Gilberto.
Arvelino Vincenzzi jamais será esquecido. Seu sorriso cativante, seu jeito único de falar, sua presença que transmitia segurança e conforto aos que estavam ao seu lado, tudo, tudo isso o tornará inesquecível aos nossos corações.
Que Deus, em Sua bondade infinita, ampare e console todos os familiares do nosso querido “Vilo”.
PROF. GILBERTO TANNUS

Nenhum comentário:

Postar um comentário