terça-feira, 26 de julho de 2011

Mudou o mundo ou eu mudei?

O mundo está de ponta-cabeça. Os valores, os princípios, a ética, a moral, a religião, a cultura foram agarrados pelo pescoço, levantados do solo e seguros firmemente com os pés para cima. A informática foi quem fez tudo isso. Há aqueles que nos querem convencer de que a televisão tem a maior parcela de culpa neste inegável fato contemporâneo: a perda de vergonha na cara do homo sapiens. Discordo. Aposto dez contra um que encontraremos, em toda a cena do crime, as impressões digitais da era virtual. Há muito a juventude – solo propício à germinação das sementes da transformação social – trocou a tela da TV pela tela do computador. Passa horas e horas acessando os mais diversos sites, sendo bombardeada por mil e uma informações, produzidas por especialistas sérios e competentes, mas também por leigos de toda espécie. Resumindo: a quase totalidade do conhecimento transmitido pela internet é superficialíssimo, fundado na psicologia barata de escrevinhadores de artigos publicados nas páginas de revistas voltadas para o público ignorante; na medicina popular improvisada, prescrita pelo famoso adágio “De médico e louco todo mundo tem um pouco”; na filosofia confusa e com a profundidade de um pires divulgada por professores doutores (de)formados nos moldes dogmáticos do marxismo mofado do século XIX; na cultura arrivista defendida pelos raivosos ideólogos do “politicamente corre-to”, etc, etc e tal.
O que estou querendo dizer com isso? Simples. As informações armazenadas nos bilhões de sites oficiais ou pessoais, blogs, twitter e o escambau a quatro tratam de todos os temas imagináveis, desenvolvidos nas searas das mais diferentes áreas do saber, de forma irresponsável, pretensiosa e leviana. De maneira alguma confiável, posto que se compararmos um mesmo assunto tratado em dezenas de sites semelhantes nos depararemos com incontáveis contradições, reveladoras de uma boçalidade assombrosa.
Exemplo. Garotos influenciados pela leitura equivocada das obras do filósofo-poeta Friedrich Nietzsche mantêm no ar blogs com textos nos quais defendem o ateísmo. Para eles é suficiente a afirmação do pensador alemão “Deus morreu” para se alinharem fanaticamente nas fileiras do exército ateísta e avançar destemidamente contra as sólidas fortalezas das reli- giões milenares. Não são capazes, os pobres, nem de compreenderem a exposição didática das cinco provas da existência de Deus formuladas por Tomás de Aquino, quanto mais colocá-las por terra com argumentação filosófica e teologicamente sustentável. Eis onde mora o perigo: jovens que alimentam dúvidas sobre tal assunto – comuns nesta faixa etária – ao lerem os escritos veiculados nesses espaços virtuais deixar-se-ão iludir por balelas, emburrecendo ao quadrado.
Insistimos. O mundo está de ponta cabeça. Vejam a violência animalesca que campeia livremente em nossas cidades, fazendo vítimas entre os pais de família ou jovens “diferentes” (na verdade inteligentes e moralmente íntegros) que não seguem o rebanho de mentecaptos juvenis prontos a barbarizarem tudo o que se oponha às suas atitudes antissociais, provindas de um QI que não ultrapassa a média de vinte pontos.
O que fazer então? Proibir nossos filhos de navegar na internet? A censura não educa. Devemos sim, ensiná-los a questionar racionalmente as informações do universo virtual. Apenas isto.
PROF. GILBERTO TANNUS

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