segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

É SÓ PARA VER



NATALIA GALATI

Quem entra na loja de construções Casa Brasil, da Rua Prudente de Moraes, não imagina avistar no meio de tantos materiais hidráulicos e elétricos uma grande exposição de garrafas de cachaça. Elas fazem parte da coleção do empresário Claudemir Sebastião Basso, o Mirão.
Se não fosse a cana, matéria-prima utilizada na produção do destilado mais popular do Brasil, Mirão não somaria as 1.000 garrafas de pinga. Um terço delas ainda não foram expostas por falta de espaço. São cachaças de toda as regiões do Brasil, além de exemplares de outros países, como Japão, Paraguai e México.
Tudo começou quando o empresário fez uma viagem de lua-de-mel a Águas da Prata, em Minas Gerais, em 1968. Lá, conheceu um sapateiro que colecionava aguardente e isso o motivou.
Na época, ele possuía uma transportadora, e os motoristas lhe tra- ziam pinga dos lugares por onde passavam, principalmente do Norte do País. “30% da minha coleção são presentes de amigos. Todas as vezes que eles acham uma pinga diferente se lembram de mim. E vão logo dizendo: tenho certeza que o Mirão não tem”, contou à reportagem do NJ na tarde de quarta-feira (26).
Quando o empresário recebe o presente, imediatamente já coloca etiqueta com o nome de quem deu, data e local de origem. Mirão se recorda de um por um que já o presentou e faz questão de falar: Osmar Calanca, o ex-prefeito Tato Nunes e seu filho Cássio Nunes, Valmir Vieira, João Manaia, Renato Vieira, Edmirson Baldin, Aurélio Gessolo, Nenê Donadon, Val Volanti, Divair Pivetta, Alexandre Nunes, Quinho Bagliotti, Erika Tonelotte e Chiquinho Nucci.
A mais antiga “branquinha” de sua coleção veio de São Lourenço do Turvo, distrito de Matão. É uma pinga da década de 1940 e estava em poder da família Guandalini há três gerações.

Nomes – Na coleção existem bebidas com nomes curiosos, motivo de risadas para quem visita a loja: Amansa Sogra, Atrás do Saco, Bola Muxa, Mata o Véio, Cura Veado, Peladinha, Mexe-Mexe, além de recadinhos bem-humorados no rótulo para o consumidor.
Os engenhos que se encontram em funcionamento até hoje em Taquaritinga produzem as marcas Sertaneja, Thara, Miloca, Belodi e Pinotti.
Sendo um apreciador e apaixonado por pinga, Mirão não esconde a vontade de experimentar as que têm na coleção. Nem às vezes a vontade fala mais alto?, insiste a repórter. “Se fosse para eu tomar um golinho de todas ficaria bêbado na mesma hora”, disse ele, com um sorriso estampado no rosto. Mas as garrafas são todas fechadas, sendo só para exposição. Tem uma que está na metade porque, com o tempo, acabou evaporando.
As mais recentes da adega vieram da Paraíba. “Viajei para lá e trouxe 11 garrafas para a minha coleção”, contou Mirão, afirmando que colecionador não tira poeira das garrafas expostas.

Outras coleções –
Miro Basso não coleciona só cachaças. Ele também tem selos, moedas e dinheiro de todos os tempos e lugares. “Gosto muito de fazer coleções, comecei ainda adolescente com o álbum dos Dez Mandamentos. Eu tinha uns 13 anos”, lembrou o empresário.
“Tenho algumas raridades do Brasil e de outros países”, disse Mirão, contando que até hoje retira selos de todas as correspondências que recebe para guardar
Seus dois filhos, Fábio e Guilherme, colaboraram com os passatempos do pai. “A coleção de papel e de moeda eu faço há mais de 45 anos, gosto demais”, completou o empresário.

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