quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O VERDADEIRO MÊS DAS NOIVAS


Maio sempre foi o mês preferido para a realização dos casamentos, tanto que sempre foi considerado o “mês das noivas”. Mas agora dezembro é que merece esse título.
Em Taquaritinga, o número de registros oficiais no último mês do ano chega a ser 66% maior do que o de maio, de acordo com os dados do Cartório Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas. Em maio de 2009, foram registrados 21 enlaces matrimoniais e em dezembro do mesmo ano o número cresceu para 38. Neste ano, a diferença foi a mesma. Foram realizados 21 casamentos em maio, e a estimativa para dezembro é de 35.
Um dos principais motivos para a diferença entre dezembro e os demais meses é o 13.º salário, que garante uma renda extra. As pessoas também podem aproveitar o período das festas de final de ano para esticar a lua-de-mel.
Mas, quando se fala em casamento, as sutilezas vão muito além do retrato das estatísticas. Férias coletivas, parentes distantes, entrega de imóveis e até a velha procrastinação são algumas das razões que também contam para o sucesso de dezembro.
O conceito de que maio é o mês das noivas já faz um tempo que está mudando. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mês em que ocorre o maior número de casamentos é dezembro, em segundo lugar vem setembro. Maio aparece somente em terceiro lugar. Agosto é o mês menos procurado. No município, esse número muda um pouco. Os meses em que mais ocorrem casamentos são dezembro, novembro e outubro, e na rabeira do ano vem abril, segundo dados colhidos pelo Nosso Jornal.
De acordo com o empresário do ramo Nilson Yuji Yuki, que trabalha com casamentos há mais de 10 anos, os motivos que influenciaram os noivos a mudarem o mês das noivas de maio para outras datas se devem a uma série de coisas. “Um desses fatores, que explicam a mudança – e aqui em Taquaritinga também – ficam por conta do problema de locais para festas, que são muito disputados”, explicou.
Em cidades com maior fluxo de casamentos, essa escolha é programada com pelo menos um ano de antecedência, pois a procura pelo mês de dezembro se tornou muito grande, ou melhor, pelos sábados, que é um dia propício para que os parentes e amigos possam se deslocar e se divertir até mais tarde. “Aí logo vem o Natal, quando podem inclusive dar uma pequena emendada”, observou Yuki.
As noivas que optam pelo mês de dezembro têm alguns itens a acrescentar ao checklist para realizar o tão sonhado casamento. É preciso administrar, por exemplo, a competição com outras comemorações, tende-se a gastar mais em bebidas e há a ameaça das chuvas de verão. Mas, para Yuki, com esse crescimento, a mão-de-obra especializada acaba sendo um grande problema. “Nesses casos, a gente monta um grupo de free lancer para dar conta dos eventos. Essa é a única forma de se poder trabalhar com qualidade e rapidez”, afirmou o empresário.
Em Taquaritinga, o total de casamentos ocorridos e registrados em 2009 foi de 291, mas esse número caiu para 285 neste ano. O IBGE chama de taxa de nupcialidade o percentual que resulta da relação ente o número de casamentos que há a cada 1 mil habitantes.
Uma curiosidade: em 2009, o índice de nupcialidade foi de 4,4% no Rio Grande do Sul, o menor do país, em relação a 2008 na população de 15 ou mais anos de idade. No mesmo ano tinha ficado atrás do Pará. A taxa de casamentos mais alta é a do Acre: 11,2%.

"Em razão do final do ano, vamos poder ficar mais tempo juntos"
Prestes a subir ao altar, os noivos Andresa Roberta Irano e Lúcio Aparecido Berthole Santos trocarão alianças de matrimônio no dia 18 de dezembro, mês considerado com recorde de casamentos.
Depois de namorar 8 anos e 10 meses, o casal se prepara para o tão sonhado dia do “sim”. “Nós marcamos tudo com um ano e meio de antecedência, exatamente por ser um mês muito concorrido”, disse a auxiliar de cartório, que está feliz da vida com a realização do sonho.
Para concretizar esse desejo, os preparativos foram tomando forma aos poucos e, segundo o casal, já está quase tudo pronto para o grande dia. “Foi tudo muito bem pensado entre eu e meu noivo, pois dezembro é um mês que gostamos muito, além de ser muito festivo”, contou a noiva.
Para ela, ter escolhido o último mês do ano agrega vários motivos. “Em razão de ser o final, vai dar pra gente ficar mais juntos e logo em seguida viajar para a lua-de-mel. Então, pode se dizer que foi um conjunto de coisas boas”, relatou.
A expectativa do casal não é só em relação à cerimônia do enlace, mas para as festas de final de ano com os familiares. A viagem foi programada para janeiro. “A ansiedade vai aumentando cada dia”, disse Andresa, que tem 27 anos. Seu noivo, que é policial militar, tem 31.

NATALIA GALATI

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