terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Haiti é aqui há pelo menos cinco anos

Na edição do Jornal do Brasil de 27 de novembro de 2005, escrevi um artigo defendendo a intervenção das Forças Armadas em zonas de exclusão, quase todas localizadas nos morros do Rio e em regiões de fronteira. Amputadas do mapa real do Brasil, colocam em risco a segurança nacional — e a Constituição autoriza a mobilização de tropas regulares para sufocar essa espécie de ameaça. Trecho:
As Forças Armadas são historicamente avessas à mobilização de tropas para garantir a segurança das metrópoles. Milhões de cariocas imploram por batalhões treinados para neutralizar as guerras do narcotráfico nos morros. Mas missão em favelas não é coisa para o Exército, avisam generais. No Brasil, deveriam ressalvar.
Longe daqui é, atestam as tropas deslocadas para o Haiti pela megalomania do Itamaraty de Lula. Naquele atoleiro, lutam diariamente em favelas conflagradas. No comando da força de paz da ONU, o Brasil é injustamente responsabilizado por atrocidades alheias. O Haiti é aqui. Mas o governo da potência de araque achou que nos faltava um Iraque no Caribe.
Passados exatamente cinco anos, o texto dispensa atualizações. Acrescento só uma pergunta: por que os pais-da-pátria esperaram tanto?
AUGUSTO NUNES

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