segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tiririca: o novo Kennedy?

Viram o candidato Tiririca fazendo campanha política na TV? Não é divertido? Então... E tem gente que não gosta de democracia. Tipo Fidel Castro – há cinquenta anos no poder. Egoísta, só ele quer governar. Assim não dá. O ditador, tão logo tomou o governo em 1959, acabou com todos os partidos políticos. Em Cuba só há um partido: o comunista. Para vocês terem uma pálida ideia do que isso significa, imaginem se no Brasil só houvesse o PSDB. Ou somente o PT. Ou apenas o PV. Não seria chato pra caramba? Coitados dos cubanos, que se veem privados desse circo democrático chamado eleições.
Se eu conheço alguma coisa do caráter do povo brasileiro, o Tiririca já está eleito. “Vote no Tiririca. Pior que tá não fica!”, êita slogan bem bolado. Este nem os marqueteiros profissionais, com décadas de pé na estrada da politicagem brasileira, bolariam. Há de se ter muita criatividade para se conceber algo assim tão simples, singelo, estilo zé-povinho, ralé pé-de-chinelo. Criatividade ou alma de palhaço?
Já o Batoré – “Você pensa que é bonito ser feio!” – não empolgou a plebe ignara. Nem a “Mulher Pêra”. Nem Moacir Franco. Por que será?
Alguns eleitores votarão no Tiririca em sinal de protesto contra os políticos atuais que, comodamente refestelados nas poltronas do Congresso, não mexem uma única palha e passam o dia todo coçando aquilo que o Papai Noel carrega nas costas. Outros se dizem indignados: onde já se viu um candidato a deputado apresentar-se no horário eleitoral, falando para milhões de eleitores, e com a maior desfaçatez desse mundo afirmar que desconhece por completo o que um deputado federal faz. É o fim da picada. “– Que os anjos soem as trombetas, que venham os cavaleiros do apocalipse, o final dos tempos anuncia-se!” – vociferam os mais exaltados. Mas, senhores, democracia é exatamente isso. O confronto respeitoso de opiniões, ideias e projetos divergentes, para que possamos – na medida do possível – separarmos o joio do trigo. Que bom vivermos em um país onde o Tiririca pode se candidatar a um cargo do legislativo, onde o Batoré pode expressar livremente suas ideias políticas, onde a “Mulher Pêra” pode tentar ganhar o voto do eleitor enviando-lhe, no final de sua breve e frutífera fala, um beijo “caliente”. Antes essa palhaçada toda do que o totalitarismo cubano, não é mesmo?
Francisco Everaldo Oliveira Silva é o nome do humorista Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR (Partido da República). Nasceu no Ceará e não completou o ensino fundamental. (Nem Lula. Mas o ex-metalúrgico não chegou à Presidência?!) “Não importa se você é bonito ou feio, tem estudo ou não, dá pra você chegar. Porque eu cheguei. Então a galera se identifica muito com isso”, disse. Por que quer ser deputado? “Ser deputado é uma oportunidade para ajudar as pessoas”, explica. Piada de humorista, é claro.
PROF. GILBERTO TANNUS

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