segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Hora de mudar

Convidado a falar sobre as mudanças ocorridas no Direito Penal brasileiro, o advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos acabou fazendo uma explanação bastante pessimista de uma realidade que todos já conhecem. O ex-ministro da Justiça do governo Lula criticou o sistema judiciário, que classificou de muito moroso, caro e distante do povo. “Ainda hoje há comarcas sem computador. Nem o STJ conseguiu se informatizar inteiramente”, sentenciou.
O advogado, que fez palestra em Taquaritinga no último dia 27, afirmou que a Polícia do Rio de Janeiro, em 2009, só resolveu 3% dos crimes. “A de São Paulo, não tem muito mais do que isso em casos solucionados”, completou. Ele também atacou o sistema penitenciário – “muito ruim” –, um dos responsáveis pelo altíssimo nível de reincidência dos presos, em torno de 75%. Os condenados geralmente, segundo ele, cometem crimes mais graves quando deixam a cadeia, porque saem integrados ao crime organizado. Thomaz Bastos questionou, ainda, a eficácia dos programas de recuperação operados nas instituições destinadas a menores infratores, que chamou de “escolas do crime, linha de montagem de criminosos”.
A visão do ex-ministro não difere em nada do que pensa a so-ciedade, que clama por segurança. Mudar essa situação significa, portanto, deixar de eleger os políticos que fazem as leis e dificultam o trabalho de juízes e promotores. As eleições de outubro são uma oportunidade muito boa para afastar da cena brasileira os que atrapalham os avanços de que tanto o país necessita.
Nosso editorial de sábado (4)

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