quarta-feira, 30 de junho de 2010

Há 50 anos, nosso hino era adotado



Amanhã, dia 1.º de julho, o Hino a Taquaritinga completa 50 anos. Na verdade, há meio século, o então prefeito Adail Nunes da Silva o adotava oficialmente, por meio da Lei Municipal número 356.
O hino fora composto quatro anos antes pelo cônego Lourenço Cavallini. Na tarde de 5 de agosto de 1956, o religioso escreveu a letra e a musicou. O hino executado pela primeira vez no dia seguinte pelo Orfeão do Grupo Escolar Domingues da Silva, contou o historiador Arnaldo Ruy Pastore.
A versão mais conhecida foi gravada pelos Titulares do Ritmo, um grupo de cegos formado em Belo Horizonte nos anos 40. A pedido da atual administração, o Mundi Áudio Estúdios produziu uma versão mais nova, mais lenta, na voz do cantor Moisés, da dupla Ulisses & Moisés.

Mais sobre o padre Cavallini
Nascido em São Paulo, Lourenço Cavallini estudou, se formou e trabalhou em várias cidades antes de ser transferido para Taquaritinga, em 9 de dezembro de 1951, onde permaneceu até 5 de setembro de 1969. E foi por essas terras, com seus poucos mais de 35 anos, que Cavallini se destacou na comunidade e deixou marcas inabaláveis a começar da autoria do Hino a Taquaritinga. Também é de sua autoria o tema do brasão de armas da cidade, além do desenho do marco do centenário, que se encontra atualmente na Praça Waldemar D’Ambrósio. Porém, sua maior obra continua até hoje semeando educação, cidadania, saúde e religião: o Lar São João Bosco, instituição que passou a acudir inicialmente órfãos e depois a todas as crianças carentes. Em 1953 teve a iniciativa da compra de um terreno para a construção da entidade filantrópica. Cinquenta e sete anos depois, o Lar permanece com a vocação de zelar por mais de 180 crianças de Taquaritinga.
Era tão grande sua dedicação na época, que ele era simultaneamente pároco em quatro cidades: Taquaritinga, Jurupema, Cândido Rodrigues e Santa Ernestina.
Transferiu-se para Araraquara em setembro de 1969 para trabalhar na Igreja Matriz de São Bento. Foi nesse período que Cavallini concluiu o curso de Direito na Faculdade de Uberlândia. Devido sua ativa personalidade, assuniu o cargo de provedor da Santa Casa, permanecendo no cargo até o seu falecimento. Na capela da Santa Casa celebrava, todas as manhãs, missa para funcionários e doentes. Também escreveu alguns livros, entre eles “A Bíblia nas Mãos”.
Cônego Lourenço Cavallini morreu em Araraquara no dia 17 de setembro de 1998, aos 79 anos, três meses depois de comemorar o Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal. O corpo está sepultado no cemitério de Taquaritinga. (Com informações do jornal ‘O Imparcial’)



Lei Municipal N.º 356, de 1.º de julho de 1960

Adota o Hino de Taquaritinga
O Dr. Adail Nunes da Silva, Prefeito Municipal de Taquaritinga, usando das atribuições que a lei lhe confere,
Faz saber que a Câmara Municipal decreta e ele promulga a seguinte Lei:
Artigo 1.º - Fica adotado o Hino "Taquaritinga", de autoria, tanto a letra como a música, do Rev.mo Pe. Lourenço Cavallini, Vigário da Paróquia local, conforme original anexo, que passa a fazer parte integrante desta lei.
Artigo 2.º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal de Taquaritinga, em 1.º de julho de 1960.
Dr. Adail Nunes da Silva
Prefeito Municipal

Publicada na Secretaria da Prefeitura, em 1.º de julho de 1960.
Reinaldo Pinseta
Secretário


Veja a partitura:

terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma ideia infeliz

A mudança do nome da Vila para Jardim São Sebastião não agradou ninguém, muito menos os moradores do bairro. Todos continuam se referindo ao lugar como a "Vila". Em respeito à História de Taquaritinga, tomara que nenhum vereador queira fazer mais trocas. O leitor já tentou pronunciar: Jardim Sargi, Jardim Esperança, Jardim Negri (para o distrito)?

Viagem

Um grupo, de Taquaritinga e Jaboticabal, circulará pela Itália durante um mês, a partir desta semana. Além de conhecer (ou rever) as paragens, alguns excursionistas vão participar de um curso rápido na língua macarrônica. Nosso colaborador Milve Peria estará no passeio e disse que vai tirar uma foto usando a camisa verde-amarela que ganhou do NJ.

Oportunidade de trabalho

As Diretorias Regionais de Ensino de Taquaritinga, São Vicente, São José dos Campos, Itapeva e da Região Norte de São Paulo publicaram editais para o processo seletivo simplificado que oferece vagas temporárias de agente de serviços escolares.
O agente de serviços escolares é o profissional responsável por realizar tarefas de limpeza, manutenção e conservação da escola, e também de controle e preparo da merenda.
Os candidatos devem ter concluído a antiga 4ª série do ensino fundamental.
A remuneração oferecida é de R$ 628,13. Os aprovados serão contratados pelo período improrrogável de 12 meses.
As inscrições são gratuitas e poderão ser realizadas das seguintes formas:
Taquaritinga: até amanhã (dia 30), das 9 às 12h e das 14 às 17h, na Diretoria de Ensino da Região, situada na rua Heitor Alves Gomes, nº 230, no Jardim Beatriz.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

EXPOSIÇÃO EM SÃO PAULO


A artista plástica taquaritinguense Marjorie Salvagni participa de exposição coletiva no Centro Cultural Melquita Católica. Aberta no dia 18, a mostra pode ser visitada até quinta-feira. Na foto, Marjorie e sua obra.

O maldito tráfico

Perceberam que, diariamente, nossas emissoras de rádio noticiam prisões de menores vendendo drogas, principalmente “crack, a mais devastadora? É lógico que, atrás de cada menor, há um maior de 18 anos, dono do tóxico, mas se este for preso, a pena mínima é de cinco anos. Então eles usam os “aviõezinhos”, menores de idade, para comercializar as drogas, porque estes vão para a Fundação Casa e, depois de uns dias, saem de lá, voltando a vender os entorpecentes. Prestem atenção nos noticiários.

No Brasil todo está acontecendo isso. Em São Paulo, maiores estão contratando menores para roubar carros, armados com revólveres. Depois, eles abandonam o carro num ponto pré-combinado, deixam a chave sob o banco do veículo e, em seguida, vem o maior, para levar o carro para o Paraguai ou para um desmanche. Vergonhoso. Os “menores”, normalmente de 17 anos, são maiores do que o campeão mundial de pesos pesados no pugilismo. Não tenho um pingo de dó deles, luto pela reforma penal, para abaixar a idade para, no mínimo, 16 anos. Com essa idade, eles já sabem que são criminosos. Mas sabem, também, que vivem num país chamado Brasil, onde existe um Estatuto da Criança e do Adolescente feito para a Suíça.
FLANS
Publicado no Nosso Jornal em 26 de junho de 2010

Rainha do Peão


Um prêmio oferecido pela Emy Perfumaria vitaminou a Escolha da Rainha da Festa do Peão. A moça que vestirá a coroa levará para casa R$ 2 mil. Algumas candidatas já estão confirmadas e outras ainda andam atrás de patrocínio para participar do concurso, marcado para 31 de julho, no Ginásio de Esportes Manoel dos Santos.

Aliás, o Nosso Jornal terá uma representante no evento, a lindíssima Ingrid Fernanda Cantarini, de 17 anos. Ela é filha do casal Elaine Regina Irano Cantarini e Luís Henrique Cantarini. Nas fotos, um pouco da beleza de Ingrid, em ensaio para a loja Penélope.

A PEDRA DO MAL

Considerada uma das drogas mais devastadoras, o crack é cada vez mais consumido por viciados de todas as classes sociais, escolaridade, idade e regiões do país. É uma droga de alto risco, pois pode levar ao vício após a primeira tragada.
Em Taquaritinga a incidência de apreensões do crack vem crescendo. Em pesquisa realizada pelo NJ, dos quase cem boletins de ocorrência feitos de janeiro a junho na Delegacia de Polícia, 85% são de tráficos de entorpecentes. O restante é de furto, de ameaça, de porte ilegal de armas, entre outros ocorridos.
Só nas duas últimas semanas, no Jardim São Sebastião e no Residencial Francisco Romano, seis adolescentes – quatro meninos e duas meninas – foram surpreendidos com crack e quase dez rapazes em flagrante, sendo um com 105 pedras. Em 2009, 81 casos de tráfico envolveram menores.
Segundo o delegado Claudemir Aparecido Pereira da Silva, até o mês de março não se apreendia menores envolvidos com o tráfico de drogas na cidade. Apenas era feito o boletim de ocorrência e posteriormente encaminhado-o para a promotoria da Infância e Juventude, e assim o menor era liberado para um responsável legal. “De março pra cá houve um entendimento de que havia a necessidade de prender os menores em flagrantes porque a incidência do envolvimento deles com o tráfico de entorpecentes estava aumentando e hoje eles são encaminhados para a Vara da Infância e Juventude e o juiz decide a custódia ou não do menor. Na maioria das vezes eles têm confirmado envolvimento e são encaminhados para a Fundação Casa.”
Já os maiores que estão sendo presos, são condenados, em seguida é instaurado o processo no Fórum e ao final o juiz decide a prisão ou absolvição do acusado. “O maior é preso em flagrante e levado para a cadeia. A pena do tráfico de drogas varia de 5 a 15 anos, mas a pena pode cair.”
Para o delegado, o crack é uma droga barata e atinge na maioria, pessoas mais simples. Essas pessoas acabam, para sustentar o vício, muitas vezes sem emprego, com dificuldades financeiras, entrando no tráfico de drogas, porque como a droga é barata eles conseguem um pouquinho de dinheiro para comprar, revender e sustentar o próprio vício e isso é considerado tráfico.
O crack é feito a partir de uma mistura de cocaína com substâncias altamente tóxicas, tem o custo baixo, em torno de R$ 5 e é muito fácil de ser encontrado. Essas facilidades, aliadas ao efeito no organismo, são os principais fatores que levam ao vício.

Dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostram que 30% dos dependentes de crack morrem antes de completar cinco anos de uso. O diretor de tratamento da Comunidade Terapêutica Horto de Deus, Leonildo de Oliveira, conhecido como Léo, afirma que há oito anos, 100% dos internos são usuários de crack. “Tudo isso é um acontecimento nacional. Eu dizia há uns 10 anos que Taquaritinga era uma ilha cercada de crack e ela ia ser inundada e já foi nos últimos tempos.”
Léo diz que já são 30 anos trabalhando com dependentes químicos. “Há 10 anos passou um moço pelo horto que hoje ele é professor na PUC em São Paulo, trabalha em um dos escritórios melhores da América do Sul, outro passou pelo horto há 15 anos e hoje é psicólogo de uma multinacional, então a gente vê os frutos colhidos”, exclama.
Para o diretor, o que mais lhe assusta nos próximos anos é que o mundo vai começar a consumir as drogas sintéticas, como já existe na Europa o excstasy líquido em que quatro gotas no suco de laranja da efeito de droga, e pode chegar a 36 horas de alucinação. A maconha líquida que já existe também. “Então essas drogas que dão muito volume, como a cocaína, o crack, vai desaparecer. O crime organizado tem 10% do PIB do planeta, então tem cientistas pesquisando novas drogas e nós vamos viver uma fase de drogas sintéticas muito agressivas que vai acabar com a morte de muita gente.”
R.O.F., 29 anos, está internado no Horto de Deus há 7 meses e 23 dias e é de Taquaritinga. É pai de um menino e já se casou três vezes. Na época ele chegou a furtar para sustentar o próprio vício. “Aos 16 anos quando comecei a sair de casa foi que eu descobri o mundo, comecei a beber, fumar maconha, usar cocaína. Aos 18 anos casei e devido ao vício o casamento não durou, foi uma decepção muito grande. Me afundei mais nas drogas. Depois me casei de novo e fui pai, mas devido ao uso de drogas também não deu certo e fui tocando minha vida sempre sozinho, perdido no mundo. Aos 24 anos conheci o crack e acabou de desconsertar tudo. Perdi o amor na minha própria mãe, do filho eu não lembrava mais. Estava virando um andarilho com 28 anos de idade, perdi a terceira esposa. Até que um dia minha mãe chegou pra mim e falou, você só tem eu. E foi a partir daí que eu comecei a buscar tratamento, ajuda. Hoje, depois de sete meses aqui no Horto eu consegui conquistar a esposa novamente, conquistar a confiança da minha família. E hoje o mais importante da minha família é me manter limpo. Um caso que aconteceu na minha vida foi que eu perdi meu pai e eu tinha 11 anos, devido ao uso de drogas ele morreu de overdose e mesmo assim é um exemplo dentro de casa, mas eu já nasci assim. A recuperação pra mim é muito gratificante, agora que eu sinto a vontade de viver novamente, porque eu cheguei num ponto que não tinha mais roupa para vestir. Eu sempre trabalhei, eu sempre sustentei meu vício. No final, uns seis meses antes de eu ser internado eu comecei a fazer uns furtos e foi aí que eu vi que não dava mais pra mim. Cheguei a furtar para sustentar meu próprio vício. Hoje o crack está destruindo toda a juventude, ele não escolhe raça, idade e nem cor. Só quero conquistar coisas novas na minha vida e passar a mensagem para o próximo.”

Os dependentes químicos podem levar anos para superar o vício e estão sujeitos a recaídas, mesmo depois de muito tempo sem usar a droga. Especialista em dependência química pela Unifesp, a psicóloga Michelle Davoglio diz que após desenvolver a dependência química a pessoa enfrenta conflitos como mental, físico, espiritual e social, além da perda de seus valores morais e éticos. “Para se ter uma ideia, o crack tem um poder de vício de 5 a 7 vezes maior que a cocaína, o que ajuda que a dependência se constitua em pouco tempo no organismo”, afirma a especialista.
Ainda não há tratamentos e nem remédios que impeçam que o usuário volte a fumar as pedras. “O principal tratamento ainda é o uso de estraté-gias para mudança comportamental. Para a recuperação envolve muito esforço por parte do dependente e da família. É preciso ficar claro que precisa haver uma mudança de vida, ou melhor, uma escolha de vida”, esclarece Michelle.
T.A.M., 26 anos, está internado no Horto de Deus há 7 meses e 23 dias e é de Taquaritinga. É pai de duas meninas e tem mais três irmãos dependentes químicos. No final do mês ele conclui o tratamento e receberá alta. Ele viveu o mundo das drogas durante 13 anos, período em que cole-cionou grandes perdas materiais e sentimentais. “Perdi família, casa e foi quando eu resolvi entrar no grupo de apoio. E hoje o que eu mais tenho vontade é de viver de novo, acreditar na minha espiritualidade pra manter o corpo bem. Minha sobriedade é o que mais tem valor. Quero dar alegria pra minha mãe, viver em família, com a minha esposa e cuidar das minhas duas filhas. Quero conquistar tudo o que era meu de novo, ter uma religião que eu nunca tive. Hoje sou 90% mais calmo. Eu fui ajudado e agora sou eu que quero ajudar o grupo de apoio, fazer pelos outros.”
NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 26 de junho de 2010

Que venha o Chile!

Hoje o país vai parar no meio da tarde para acompanhar Brasil x Chile, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo. É uma partida-chave para a nossa Seleção. Se ganhar dando show, os torcedores passarão a acreditar na conquista do hexa. Um resultado "magro" seria um banho de água fria. Ninguém está cogitando a possibilidade de uma derrota, o que traria os jogadores de volta para casa, de mãos abanando. A redação do NJ vai parar por volta das 15h. Estamos na torcida!

NJ entrega últimas camisetas

Na quarta-feira (23), o Nosso Jornal premiou os últimos 10 leitores com camisetas alusivas à Seleção Brasileira. São eles: Florinda Parise, Olímpio Buzzon, Marcos Oliveira, José Carlos Bussadore, João Nucci, Marcos Antonio Scardoelli, Orivaldo Schinin, João de Brito Queiroz, Claudemir Basso e Aparecida de Fátima Tafuri Pinheiro. Ao todo, foram distribuídas 50 unidades, em quatro semanas. Para concorrer, os leitores preencheram os cupons.

Cidade pode ganhar ONG para diabéticos

A assistente social Silvia Gurtler participou da reunião mensal do Grupo Unidos pelo Diabetes, na manhã de quarta-feira (23), na Unidade Básica de Saúde do Jardim Paraíso. Ela é mãe da menina Lara, portadora de Diabetes mellitus tipo I, que faz uso da bomba de insulina.
A convite da coordenadora do grupo, a endocrinologista Maria Tereza Arioli Prandini, Silvia fez uma explanação sobre a bomba de infusão. Ela demonstrou aos pacientes presentes o manuseio do equipamento, que é fornecido pelo Estado em alguns casos. Silvia respondeu perguntas de mães que também convivem com o problema em casa.
“Foi lançada a ideia de ampliação do grupo e a possibilidade de formação de uma ONG em benefício da luta dos pacientes portadores de diabetes”, contou a médica. Ela faz um convite aos interessados em participar das reuniões. Mais informações podem ser obtidas na UBS do Paraíso.

Despedida

Jaqueline de Mello e Estela Gibertoni, que editaram a revista social “Mega Style” durante mais de 5 anos, enviaram e-mail aos amigos na quinta-feira (24) com uma despedida. Elas comunicaram que a publicação deixa de circular. “Gostaríamos de esclarecer também que não houve nenhuma desavença entre nós, proprietárias da revista, bem como nenhum atrito com nossos parceiros, sejam patrocinadores, editores ou impressores, que pudesse resultar no encerramento da revista”, destaca a nota.

A Sociedade que trabalha para os pobres

Nosso hemisfério esfriou alguns dias antes do inverno, estação que começou na segunda-feira (21), às 8h28. Muito antes, a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) mobilizou homens e mulheres que fazem parte de seus quadros para arrecadar agasalhos, termo que compreende camisas, calças, sapatos, enfim, tudo o que pode aquecer uma pessoa. É assim há 92 anos, desde quando Antonio Maria Gonçalves e seus amigos decidiram fundar a instituição na Taquaritinga que vivia suas primeiras décadas como município independente.
A maior organização beneficente do mundo surgira em Paris, 85 anos antes de sua ramificação taquaritinguense. Em 1833, universitários liderados pelo estudante de Direito Frédéric Antoine Ozanam (1813-1853) adotaram como patrono São Vicente de Paulo (1581-1660), santo considerado Pai da Caridade.
Além da campanha do agasalho, longe dos holofotes, as 22 conferências da SSVP local também ajudam a colocar comida na mesa de cerca de 220 famílias carentes. A única cobrança é que os assistidos se empenhem para deixar a situação de infortúnio, às vezes provocada pelo desemprego temporário. Com o lema “A caridade é inventiva até ao infinito” – inspirada em São Vicente –, os cerca de 200 confrades e consócias também prestam assistência religiosa.
A história da entidade em Taquaritinga remonta a 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, tempos difíceis, de muita escassez. Os pobres eram os mais atingidos. As primeiras reuniões foram realizadas sob o manto de Nossa Senhora, no Santuário da praça central, que na época era Matriz da única paróquia. A fundação oficial foi em 6 de junho do ano seguinte. Logo, o grupo comprou um prédio na praça, utilizado até 1997 e demolido recentemente. O primeiro presidente do Conselho Particular foi Teodoro Nucci.
Em 21 de fevereiro de 1971, a SSVP inaugurou sua primeira obra unida, o Asilo. Outra iniciativa dos seguidores do francês Ozanam é a Vila Vicentina, uma dúzia de casas onde residem os mais necessitados.
Depois de muito tempo de existência, a SSVP passou a ocupar a atual sede, na saída para Jurupema. Quem a dirige hoje é o policial militar aposentado Paulo André, o “Prego”. Com o mesmo entusiasmo, é realizada a campanha de Natal, com o objetivo de amenizar o sofrimento de adultos e crianças durante a maior festa cristã. O grupo aceita novas adesões. Basta ter o coração voltado ao bem.
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 26 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Saramago

“Razão tinha aquele que disse que Deus, é o silêncio do universo, e o homem o grito que dá sentido a esse silêncio. Acabe-se o homem e tudo se acabará.” José Saramago

Para José Saramago não se escreve um necrológio, muito menos deve-se louvá-lo ou incensá-lo para sua obra, por seu humanismo, por sua crueza no uso da palavra. Tenho certeza que ele próprio não gostaria muito de se ver assim retratado. Talvez o que menos Saramago quisesse, e isso ele os fez com primor, era fazer da palavra, da escrita, o caminho para se trilhar a gloria de uma imortalidade que assim o conceberia e desejada por qualquer um de nós seres comuns. Pergunto: Quando o escritor, o homem autoexilado Lanzarote nas ilhas canárias, assim não o foi? Seu grande problema, sua grande inquietação que ele próprio relatou quando do lançamento de sua obra Caim, hoje torna-se mais presente, diante de um mundo que diz conciliar o amor, a humanidade o sentimento de pertença, cada vez mais, produzindo morte destruição exclusão e discriminação muitas vezes, In dominus dei. Remando contra toda corrente neoliberal ou vazia da pós-modernidade, que ao matar Deus, nos deixou mais perdidos, Saramago evocou o comunismo em seu sentido digamos, “mais utópico possível”, considerando que o momento em que vivemos não os permite pensar em utopias. Superado para alguns, incompreendido por instituições, seu legado se fez presente na forma como viveu e tentou se reconhecer enquanto Ser, como alguém que ainda acreditava, e tinha fé. Mas fé, Deus, e humanidade foram estas as questões com que Saramago mais lutou ao tentar responder. Tento identificar este desafio lembrando de duas obras que foram marcantes em meu contato com o único Prêmio Nobel de Literatura da língua portuguesa: Todos os nomes e Memorial do convento. Em Todos os nomes, concluímos a leitura com a sensação de que o homem que pacientemente cuidou de arquivos durante toda sua vida, perdeu sua identidade. E a sua luta para reencontrá-la, por meio do desejo de conhecer uma mulher que ainda o prenda aos laços de fidelidade à vida, é o que mais nos instiga, no sentido Kafkaniano da palavra. Em Memorial do Convento, a troca de um herdeiro para o trono português, em função das construção de um convento em Mafra se entrecruza às idas e vindas de seus personagens, em permanente luta para não se petrificarem, se institucionalizarem, deixarem praticamente de existir como a mera construção nada humana deste convento.
A capacidade de Saramago em recontar o contado, o escrito, foi a que gerou maior polêmica em sua obra. O evangelho segundo Jesus Cristo, foi a obra em que Saramago deixou falar mais alto o homem Jesus, e não a divindade Jesus Cristo, a ele atribuída como também a muitas outras pessoas são atribuídas o peso de uma divindade e as consequências desse atributo. Seu Jesus é homem, e Saramago também é homem. Sem apelar para a heresia, ou entrar na discussão teológica, Saramago apenas quis nos fazer recordar, que somos nada, apenas pó, o mesmo pó que lembramos na celebração católica das cinzas e a mesma que ele assim tornou-se quando surpreendemente na última sexta-feira cessou sua interminável busca em saber que ele era, e quem é aquele que chamamos Nós.
Paulo César Cedran é Mestre em Sociologia, Doutor em Educação Escolar pela Unesp de Araraquara, Supervisor de Ensino da Diretoria de Ensino – Região de Taquaritinga, Docente do Centro Universitário Moura Lacerda de Jaboticabal e Uniesp - Taquaritinga.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Horário bancário

Atenção, quem precisar de banco na sexta-feira (25), atenção para as alterações de horário em razão do jogo Brasil x Portugal. As agências vão abrir das 8h às 10h. Haverá uma pausa das 11h às 14h. Depois do almoço, o atendimento segue das 14h às 16h.

Camisetas do NJ

O Nosso Jornal premiou mais 10 leitores com camisetas alusivas à seleção brasileira. São eles: Christina Guzzoni, Felipe Casatti Nunes Pereira, Iara Aparecida da Silva, Reginaldo Casagrande, Inês Maria O. Gomes, Maria C. Santos Landi, Edmilson Genovez, Valdice da Silva Queiroz, Rodrigo Fernando Costa e Júlia Tiosso Basseto.
O último sorteio está marcado para amanhã (23), quando a promoção irá distribuir mais 10 camisetas. Ao todo, serão 50 unidades.
Para concorrer, o leitor deve preencher os cupons (na edição de papel, estão na página A19) com os dados pessoais e responder à pergunta: quem ganhará a Copa do Mundo? Boa sorte.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amistoso da Solidariedade

Acontece hoje (21) na cidade de Matão o 3.º Amistoso da Solidariedade, evento beneficente para a Fundação Edmilson. O jogo entre artistas e craques será realizado no estádio Hudson Buck Ferreira, às 19h30. Alguns jogadores devem estar presentes, entre eles, Neymar, Paulo Henrique Ganso, André, campeões paulista pelo Santos, e celebridades como Dado Dolabella, Alexandre Pires e Gabriel O Pensador.

CAPA DA EDIÇÃO

O fantasma da capela

O senhor Guilherme, morador na Rua Rui Barbosa, é leitor do Nosso Jornal há muito anos. Disse-me que tem gostado das histórias que tenho contado neste semanário. Aproveitando o nosso bate-papo, contou-me um fato que aconteceu em 1953, no qual ele também estava presente. Vamos ao acontecimento: realizavam-se, nos sítios e fazendas, tradicionais bailes, conhecidos na época como arrasta-pés.
Construíam-se, nos terreiros de café, grandes barracas cobertas com encerados ou folhas de coqueiros. Ali, aos sábados, o sanfoneiro puxava o fole e o pessoal dançava até o sol raiar.
Certa vez, um sanfoneiro de São Lourenço do Turvo, considerado um dos melhores naquele tempo, foi animar um bailão na fazenda Diamantina. Sabendo da fama do acordeonista, a região compareceu em peso naquele baile. Vários amigos aqui da cidade estavam se divertindo muito e acabaram perdendo até a condução que os levaria de volta para casa. Sem chance de conseguir outro veículo, resolveram encarar o estradão e a escuridão da madrugada.
Os rapazes botaram o pé na estrada. No caminho, lembraram que tinham de passar bem em frente a uma capela, ali na redondeza, que todos diziam ser mal assombrada. Para o azar da rapaziada, começou a armar o maior tempo de chuva, a coisa começou a ficar cada vez mais feia. Ventania, trovões e raios cortavam a escuridão a todo instante.
Não havia outra alternativa para se proteger do temporal. Resolveram correr e se abrigar na capelinha. O Avelino estava em boas condições físicas, disparou na frente e, antes que os outros soubessem, entrou na capela. Já estava começando a chover quando o resto da turma chegou. Com medo, perguntavam:
– Entramos ou não entramos?
O Avelino gritou lá dentro:
– Podem entrar, tem lugar para todos!
Pensando ser a tal assombração, o bando esqueceu até o temporal e saiu com tudo, rasgando o barro da estrada. O Avelino saiu da capela e gritava para os companheiros: esperem, esperem... Aí o povo corria mais, pensando que o fantasma os seguia. Depois de muito correr (o tempo já havia melhorado), descobriram que a pessoa que os seguia era o amigo Avelino.
O dia já estava clareando quando chegaram à cidade. O seu Guilherme disse que nunca correu tanto em sua vida. Falou também que nem os velozes corredores do Quênia pegariam a rapaziada naquele dia.
Angelim é calereireiro e gosta de ouvir e contar causos
Publicado no Nosso Jornal em 19 de junho de 2010

Vencemos a segunda!

Não se justificou o temor instalado antes do jogo da seleção brasileira contra a da Costa do Marfim. Na partida em que o time de Dunga venceu por 3 a 1, os marfinenses mostraram que, apesar da força física, a técnica deles é ruim. Foram violentos em campo. Com uma pancada maldosa, tiraram Elano de campo. Mas as estratégias escolhidas não foram capazes de conter uma tarde/noite inspirada de Luís Fabiano, autor de dois gols. Chegamos a seis pontos. Estamos classificados para as oitavas-de-final. Que venha Portugal na sexta-feira.
Boa semana a todos.
NILTON MORSELLI

Luthier de Taquaritinga tem violão premiado

O taquaritinguense Geri Carletto foi premiado em um concurso do Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, de Tatuí, na modalidade melhores construtores de violão. O resultado da terceira edição do evento foi divulgado no último dia 6. Pela primeira vez premiou luthiers desse instrumento.
Geri ficou em 3.º lugar no Concurso Nacional de Luteria Enzo Bertelli com a construção de um violão clássico e foi premiado com R$ 4 mil. “Eu nem esperava ganhar esse concurso. Foi um amigo, Sérgio Bizari, que me falou sobre ele. Fiz a inscrição no último dia. Para mim é uma grande satisfação.” O instrumento foi confeccionado em 30 dias.
A comissão julgadora, formada por especialistas em luteria e música, foi presidida por Antonio Tessarin e integrada por Claudio Arone, Angela Muner e Geraldo Ribeiro. O grupo avaliou itens construtivos e acústicos. No quesito construção, foram analisadas técnica, funcionalidade e qualidade do acabamento externo e interno. “Não há dúvida do reconhecimento que representa para mim no mercado, ainda mais por ter sido a primeira vez que participei”, afirmou o luthier.
Com a felicidade estampada no rosto, Geri já está pensando no próximo concurso. “Eu já quero comprar um tampo [parte da caixa que é furada] para o ano que vem e me preparar. Como fiz o violão com o tampo novo, a vibração não ficou tão boa”, explicou. O instrumento foi adquirido pela organização do concurso, por R$ 6 mil.
O evento recebeu mais de 200 participantes de diferentes pontos do país para participar de aulas técnicas e acompanhar apresentações de alguns dos principais nomes do violão erudito da atualidade. Entre os destaques, estiveram Fabio Zanon, Paulo Martelli, Pavel Steild e Jorge Caballero.
Na solenidade de premiação, também realizada no dia 6, houve apresentações musicais em que foram utilizados os instrumentos vencedores. “Tinha tanta gente mais reconhecida no mercado do que eu. Ser um dos vencedores do concurso na capital da música é tudo de melhor”, observou Geri, que exporta os instrumentos para Finlândia, Irlanda, África do Sul e EUA. Desde a madeira, toda a matéria-prima é oriunda dos EUA, Canadá, Alemanha, Índia, África do Sul, Holanda e Japão.
O primeiro lugar do concurso ficou para Marcos Evangelista de Freitas, da cidade de Aparecida de Goiânia (Goiás), que recebeu R$ 8 mil. A segunda colocação foi para José Carlos Borges Novaes, da capital paulista, premiado com R$ 6 mil.
NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 19 de junho de 2010

Os craques da terrinha na seleção

Poucas cidades do tamanho de Taquaritinga tiveram dois jogadores defendendo a seleção brasileira de futebol. A geração atual pôde acompanhar a trajetória de Edmilson, menino pobre do Jardim São Sebastião que ganhou o mundo – e o título da Copa de 2002. Mas muitos não sabem que ele foi o segundo a vestir a camisa famosa. Nas eliminatórias para o Mundial da Espanha (1982), um craque nascido e criado aqui compôs o elenco de Telê Santana: Paulo César Camassuti, o Paulo César Sorriso.
O irmão do jogador, Airton Camassuti, o Fefeu, lembra que ele foi convocado para quatro partidas das eliminatórias, mas ficou de fora da lista final de 1982. Paulo César nasceu em 26 de janeiro de 1960. Hoje, aos 50 anos, está aposentado em Ribeirão Preto.
Foi em Ribeirão, aliás, que o ponta-direita apareceu para o esporte nacional. Após brilhar no Botafogo, viveu dias de glória no São Paulo e no Corinthians. Casado, tem três filhos: Joice, Junior e Guilherme.
No Tricolor, foi campeão paulista em 1980 e 1981, tendo como companheiros de ataque Serginho Chulapa e Zé Sérgio. Foram 258 jogos e 35 gols – pontaria que lhe garantiu a Bola de Prata no último ano de Morumbi. No Timão, entre 1984 e 1986, entrou em campo em 123 jogos e balançou as redes 21 vezes. Depois, zarpou para a Suíça.
O grande Paulo César também defendeu o Coritiba, mas escolheu o CAT para encerrar a carreira, em 1993. Depois disso, treinou alguns clubes. Com o Comercial de Ribeirão, participou da Taça São Paulo de Futebol Junior, no começo deste ano.
Edmilson também brilhou na seleção em 32 jogos, o primeiro em 18 de julho de 2000 (Paraguai 2 x 1 Brasil). Na campanha do penta, fez um golaço de meia bicicleta contra a Costa Rica. Só não integrou a equipe de 2006 porque, menos de 15 dias antes da estreia, teve uma lesão no joelho.
O ‘menino da Vila’, nascido em 10 de julho de 1976, está na ativa. Renovou com o Zaragoza por mais uma temporada. Ele foi revelado pelo XV de Jáu, brilhou no São Paulo e rumou para a Europa – Olympique de Lyon, Barcelona e Villarreal. Recuperado de lesão, foi repatriado pelo Palmeiras. Depois, voltou para a Espanha (Zaragoza).
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 19 de junho de 2010

NOSSA MEMÓRIA URBANA

De olho na História, Marco Aurélio Valentin registra as mudanças arquitetônicas da cidade

NATALIA GALATI

A paisagem das cidades vai mudando com o tempo sem que a maioria das pessoas note as transformações. Graças à fotografia, é possível capturar a história da arquitetura urbana. Há cinco anos, o artista plástico Marco Aurélio Valentin decidiu que já era hora de dar sua contribuição para preservar a memória de Taquaritinga. Ele começou a perceber, nos lugares que passava, as boas lembranças que poderiam ser guardadas.
“Quando eu vejo um lugar que está sendo desmanchado, ou que estão mexendo no telhado, eu registro, porque sei que ali vai mudar de cara”, afirmou. É dessa forma que hoje ele tem mais de 50 fotos registradas em formato digital. “Para mim é um grande desafio, porque eu tenho que estar sempre antenado e ao mesmo tempo observar os lugares por onde passo.”
A câmera é parceira inseparável. Está sempre dentro da bolsa, pronta para enquadrar momentos que não permitirão outras oportunidades. Prédios históricos colocados abaixo – ou que estavam prestes a ser modificados – integram seu acervo de imagens. Como trabalha em Jaboticabal, ele também procura fazer o mesmo por lá.
O olhar sempre atento em seu foco de interesse levou Marco Aurélio a fotografar imóveis que foram demolidos, restaurados ou que tiveram alterações pequenas ou radicais em suas estruturas originais. O que mais lhe chama a atenção é o que fica localizado na esquina da Rua Prudente de Morais com a Praça Dr. Waldemar D’Ambrósio. “Acho o imóvel demais, um dos prédios mais antigos da cidade. A estrutura prevalece. A família Barreto morou nele antigamente”, contou.
Outro prédio histórico que faz parte de seu vasto acervo de fotos é o que abrigou por décadas o Foto Studio Alexandre (hoje, a Ótica Vip). Quem não sem lembra do posto do saudoso Carlinhos Pastore, onde a Marechal Deodoro acelera o passo para cruzar a Rua Prudente de Morais? Um tapume esconde, mas tudo foi colocado abaixo.
Outra lembrança que foi registrada pelo fotógrafo é a do cruzamento das Rua Prudente de Morais e Rua General Osório. O prédio só, com o pavimento inferior foi uma garagem de carro, a Tavel veículos, que pertencia a Ermildo Tiosso, depois a Z Veículos e mais tarde a Farmácia Biofarma. Tempos depois, o imóvel foi destruído e, há três anos, abriga o Sacolão do Real Mega Store, loja de variedades. Na parte superior, o local dispõe de salas comerciais para alugar.
Outro clique lembra que a Organização Contábil Kamada era na Rui Barbosa, no centro da cidade. Lá, hoje pode ser vista uma loja de griffe, a Fiorence. A 200 metros dalí, a antiga sede da Sociedade São Vicente de Paulo foi demolida há pouco tempo.
Para deixar tudo registrado – e com acesso à população –, o fotógrafo pretende lançar, mais para a frente, um livro com imagens e descrições das mudanças impostas pelo progresso. Para ele, seria uma obra importante tanto para quem vive aqui como para os que deixaram a cidade, mas ainda guardam boas recordações. “Então, com a vinda do livro, eu quero contar uma história com fatos marcantes e curiosidades dos retratos da cidade.”

Mãos – Além das fotos de pré-dios antigos, Marco Aurélio desenvolve há três anos um trabalho temático. “Comecei a perceber que as pessoas têm mãos diferentes. As vezes é a unha, a cor, a postura. Foi assim que resolvi buscar detalhes dessa parte do corpo”, explicou. Ele vai escolher algumas, entre as mais de cem fotos para fazer uma exposição. Mãos à obra.
Publicado no Nosso Jornal em 19 de junho de 2010

Sgarbi e Nunes da Silva

O vereador Gefsun Sgarbi (PSDB), em uma sessão da Câmara Municipal (7/6), teve um bate-boca com outro vereador. Coisa de somenos importância. Discutia-se a quadratura do círculo: nome de ruas. Sempre respeitei o médico Gefsun Sgarbi pela competência profissional (um dos melhores em sua especialidade). Passei a respeitá-lo ainda mais, desta feita como homem público, quando, num exemplo de honradez político-partidária deixou o PT por não concordar com o mensalão, os dólares na cueca e o rumo antiético tomado pelo Partido dos Burgueses, ôps!, Partido dos Trabalhadores. Sgarbi tornou-se um modelo de integridade, posto que, à época de sua desincompatibilização partidária o PT já estava no poder, distribuindo às mancheias cargos e empregos aos correligionários e distinta parentela (pequeno-burguês é aquela merda). Mas, o que tenho eu com isso? Cada um que venda seus princípios pelo preço que bem entender. O mercado de compra e venda de consciências jamais fechará as portas no país da eterna República Velha – coronelismo, voto de cabresto e uso hipócrita da regra franciscana do “é dando que se recebe”, típico dos conchavos espúrios. Gefsun Sgarbi, dignamente, abriu mão de privilégios e otras cositas más no exato instante em que poderia – como outros o fizeram e fazem – chafurdar-se na lama fétida da corrupção e do usufruto ignóbil dos “favorecimentos” mamados às tetas fartas da vaca estatal.
Outro vereador que pautou seus trabalhos na ética e na honradez foi o Alexandre Nunes – mantendo incólume a tradição de honestidade com a coisa pública, marca registrada da família Nunes da Silva, e iniciada por seu avô Dr. Adail, o saudoso “Negão”. Desistam os que pensam poder comprá-lo com trinta moedas, com o dinheiro sujo roubado à merenda das crianças e do remédio dos idosos. Lúcido, esclarecido, honesto, Alexandre nunca trairá os ensinamentos fundados na idoneidade e na integridade, recebidos diretamente do pai, o competente e corajoso promotor de justiça Flávio Nunes.
A bem da verdade, a família Nunes da Silva foi “investigada” de todas as maneiras possíveis e imagináveis por seus adversários políticos, na esperança vã de encontrarem algum deslize que pudesse comprometer sua imagem ou diminuir a confiança que nela depositam os eleitores taquaritinguenses. Quebraram a cara.
Já escrevi sobre o assunto e volto a fazê-lo, por sentir-me honrado em ter uma coluna no mesmo jornal em que Augusto Nunes publica seus artigos. Polemista inteligentíssimo – esgrime com perícia ímpar a temível arma dos argumentos ferinos, profundamente cortantes como o fio de uma navalha –, à frente d´O Estado de São Paulo, Augusto foi assediado por um deputado federal que lhe ofereceu centenas de milhares de dólares para publicar artigos e reportagens que destacassem seu “trabalho” no Congresso. Augusto não só não se vendeu como trouxe a público a criminosa proposta. Pessoas como os Nunes da Silva e Sgarbi não vendem nem traem seus princípios, seus valores familiares, sua integridade e sua consciência. Podem perder uma eleição, mas, incorruptíveis, jamais abrirão mão do direito de andar de cabeça erguida entre os homens honestos.
GIBERTO TANNUS
Publicado no Nosso Jornal em 19 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vencemos a primeira!

Errei o prognóstico (3 a 0). O Brasil conseguiu uma vitória magra (2 a 1) na estreia contra a Coreia do Norte. A seleção só entrou em campo no segundo tempo – a primeira etapa foi sofrível. Aproveitei a folga para passar três calças, 12 camisas, uma toalha de mesa e alguns guardanapos.

Concurso de cartazes

O Conselho Social da Comunidade Negra de Taquaritinga vai se engajar oficialmente na campanha “Consciência Negra em Cartaz” hoje (16), às 19h30, na Etec Dr. Adail Nunes da Silva. Trata-se de um concurso para a elaboração de um cartaz sobre o tema. A inscrição poderá ser feita em nome de uma pessoa ou de uma equipe por meio do site www.consciencianegra.com.br ou pelo correio – caixa postal 13810 – CEP 01216 970 – São Paulo, até o dia 1.º de setembro.
Qualquer pessoa pode participar enviando a sua sugestão de cartaz. Em novembro, serão selecionadas as melhores peças. O cartaz vencedor será utilizado para divulgar o grande show da Consciência Negra, que acontecerá na Praça da Sé, em São Paulo, no dia 20 de novembro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Incêndio criminoso



A polícia e o Ministério Público de Taquaritinga investigam um incêndio criminoso ocorrido ontem (14), por volta do meio-dia, num canavial próximo ao Parque Laranjeiras 3. Esse vídeo, gravado por uma moradora do bairro, mostra a dimensão das chamas, que danificaram as redes elétrica, telefônica e de esgoto da Faculdade Uniesp. A fumaça tomou os céus da cidade e a fuligem sujou quintais e piscinas.
Hoje, no mesmo horário, um novo incêndio ocorreu. Estamos apurando essa informação neste momento, às 13h07.
NILTON MORSELLI

Nós também vamos torcer

Encerraremos o expediente às 15h de hoje, a partir de quando estaremos concentrados para assistir ao jogo do Brasil. A redação só volta a funcionar amanhã, às 7h. Verei o jogo em casa, ao lado do meu pai, e aproveitarei para passar um montão de roupas. Arrisco meu prognóstico: Brasil 3 x 0 Coreia do Norte.
NILTON MORSELLI

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Otavinho, o toureiro valente



Havia, na Rua Siqueira Campos, esquina com a Clineu Braga de Magalhães, próximo ao cemitério, um grande terreno.
Ali se instalavam parques de diversão, circos e touradas. Em 1963, estava armado naquele local o conhecido Circo Rodeio Paulista. Suas montarias eram famosas, o proprietário oferecia grandes prêmios, o que chamava a atenção dos peões de todo o interior.
Em uma noite de sábado o circo estava lotado. Antes do rodeio profissional, fizeram uma preliminar para os toureiros amadores se divertirem.
Soltaram na arena uma novilha que era uma verdadeira fera. O animal tinha os chifres pequenos e afiados, que furavam mais que peixeira de baiano. Um grupo de jovens estava na arena para desafiá-la. A vaca não estava para brincadeira, distribuía cabeçadas, coices e chifradas para todos os lados, colocando os desafiantes todos para correr.
O locutor, muito gozador, dizia:
– Será que não existe nenhum homem de coragem para enfrentar essa rês.
Otavinho era um alogoano morador lá para as bandas do Farwest. Estava bem mamadão, e não gostou da conversa do narrador. Levantou-se da arquibancada, e com seu arrastado sotaque nordestino, gritou:
– Vô pegá esse bichinho à unha e mostrá que alagoano é cabra macho, sim sinhô.
Os aplausos da plateia o deixaram ainda mais corajoso. Quando entrou na arena, o animal não perdeu tempo e partiu para o ataque. Deu-lhe várias cabeçadas que o jogavam violentamente contra o solo. Quando conseguiu ficar em pé, tentou correr, mas a vaca aplicou-lhe uma tremenda chifrada no traseiro que quase o deixou pregado no alambrado. Os seguranças foram em sua defesa e o tiraram dali. O circo quase veio abaixo: o público riu até não querer mais. O locutor mexeu novamente com o rapaz, perguntando se ele não queria tentar outra vez.
O nordestino, que já estava até curado da bebedeira tamanho foi o susto, irritado, respondeu:
– Vô, não! Essa peste tá virada do diabo, nem o cão pode com esse bicho.
Depois disso, o Otávio foi alvo de gozação.
Os amigos o apelidaram de Cigano, nome de um famoso tou- reiro brasileiro naquela época.
ÂNGELO BARTHOLOMEU
Publicado no Nosso Jornal em 12 de junho de 2010

Ela viria?

Sentou-se no banco do jardim, cruzou as pernas, abriu o jornal e percorreu com olhos preguiçosos os títulos das notícias. Os ponteiros do relógio moviam-se lentamente, a ansiedade acorrentava pesadas bolas de ferro aos pés dos segundos. Observou pela centésima vez a esquina onde clientes apressados entravam e saíam da porta principal da agência bancária. Ela viria? Se viesse era por lá que surgiria, cabelos loiros soltos ao vento, calça jeans, camiseta branca, tênis, óculos escuros protegendo da claridade excessiva da tarde os profundos olhos azuis. Não! Deixasse de besteiras... A juventude esfumara-se, e ela era quase uma senhora. Transcorridos tantos anos resolvera procurá-la. Localizara-a no Orkut e através de e-mails a convencera a se encontrarem naquela praça interiorana, onde ambos – crianças – brincaram com dezenas de outros meninos e meninas. No coreto a banda tocava, os adultos passeavam, cumprimentavam-se e combinavam negócios para a manhã seguinte, enquanto os familiares contemplavam a fantástica dança das águas coloridas da fonte iluminada. Numa noite daquelas, atrás de uma grande árvore de copa florida, beijara-a pela primeira vez. Jamais esquecera a doçura daqueles lábios, o encanto daquele instante – as estrelas brilhando intensamente no manto negro da noite, o som da música diminuindo, transmudando-se em completo silêncio, e tudo, pessoas, árvores, flores, os desenhos geométricos das calçadas, feitos com as pedras de basalto pretas e amarelas, tudo, tudo desaparecera, num passe de mágica. Quanto durara o feitiço daquele inocente toque de lábios infantis? Dez, vinte, trinta segundos? Não, para ele durara a vida inteira. Lembrava-se do dia da despedida: a família dele precisara mudar-se inesperadamente. Seu pai fora promovido à gerência de uma loja de tecidos, na capital. Em um piscar de olhos, assim, sem mais nem menos, da pequena cidade interiorana para a agitada metrópole paulistana. Tão logo soubera da novidade, correra a casa dela para contar-lhe. Ela chorou, ele chorou – choraram os dois, abraçados. Prometeu escrever-lhe dez, cem, mil cartas, e ela, por sua vez, respondê-las, cada uma delas. O tempo passou, em forma de dias, semanas, meses, anos, décadas. Duas existências separadas pela correnteza do indiferente rio que arrasta os míseros destinos humanos. E agora lá estava ele, de terno, impaciente, aguardando. Ela viria? Estava atrasada quase duas horas. O pipoqueiro curioso olhava para ele: o que fazia aquele senhor de cabelos brancos, andando de um lado para o outro, sentando-se e levantando-se incontáveis vezes do mesmo banco de jardim, fingindo ler um jornal já todo amassado pelo nervosismo das mãos inquietas? A tarde finalmente morreu e o luto da noite envolveu o horizonte, o céu sobre as cabeças, os cantos escondidos, os corredores esquecidos. Retornou ao hotel, subiu ao quarto, arrumou a mala, pagou a conta e partiu em direção à estação ferroviária, fria e deserta. Subitamente, o monstro de ferro cuspindo fumaça, parou ao seu lado. Antes de subir no vagão, ainda na esperança de vê-la, olhou para a ruazinha de paralelepípedos molhada pela chuva fina. O maquinista apitou e o trem partiu, arrastando-se solidão adentro. Ela não veio.
PROF. GILBERTO TANNUS

O torturador

Li, no final da última semana, apenas no jornal “Folha de S. Paulo”, que o delegado de polícia Renato Fleury, filho do famigerado e falecido delegado de polícia civil de São Paulo, Sérgio Paranhos Fleury, foi demitido pelo governador por atos de corrupção. Goldman, hoje governador, foi um dos perseguidos pelo pai do demitido, nos anos de chumbo da ditadura militar. Não acho que tenha sido vingança, evidentemente. Quem puxa os seus, não degenera, diz antigo ditado, e o filho puxou o pai.
Certa vez, no DOPS, durante a ditadura, o delegado Flery resolveu interrogar o taquaritinguense Reinaldinho Morano, então estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e hoje o conceituado médico psiquiatra Dr. Reinaldo Morano Filho, que clinica na Capital do nosso Estado. Inopinadamente, Fleury deu um coice na parte superior da coxa direita do Reinaldinho, e a cabeça do fêmur do então estudante saiu do encaixe, cujo nome medicinal não sei. Sem motivo nenhum. O pai do Reinaldinho, o nosso saudoso fotógrafo Reynaldo Morano, contou-me o caso, na época, e caiu no choro.
Sérgio Fleury, que hoje está instalado no quinto dos infernos do livro de Dante Aliguieri, torturou e matou quanto quis, em nome dos militares. Era sádico, não era normal, e infundia medo tanto aos policiais civis como aos próprios militares. Morreu afogado e bêbado, à noite, depois de tomar ótimas doses de uísque, caindo de um iate ao mar em Ilhabela, e a imprensa até hoje tem medo de tocar nesse assunto.
FLANS
Leia a coluna completa na edição impressa

Exposição de Du Zuppani e família


Pode ser visitada até 29 de agosto, no Jardim Botânico de São Paulo, a exposição “Biodiversidade – um olhar além da arte fotográfica, ou Natureza brasileira – olhando a biodiversidade pelos olhos da arte”. As 15 imagens – retratadas pelo fotógrafo taquaritinguense Du Zuppani e seus filhos, Palê e Zé – homenageiam o Ano Internacional da Biodiversidade. O Jardim Botânico fica na Avenida Miguel Estéfano, 3.031, Bairro Água Funda, em São Paulo. A exposição fica aberta de terça a domingo, das 9h às 17h.

Os avanços da ‘Vila’ famosa

Na semana passada, quando o segundo semestre do ano se anunciava, o primeiro assassinato de 2010 era registrado em Taquaritinga. Fosse em outros tempos, seis meses seriam suficientes para ocorrer sete ou oito mortes violentas – quase todas no Jardim São Sebastião. A “Vila” era um problema à parte para a polícia. Mas uma conjugação de fatores começou a mudar, para melhor, o bairro mais populoso do município.
Os crimes contra a vida geralmente não eram premeditados. Desavenças de bar transformavam trabalhadores e chefes de família em réus. A Polícia Militar, então, passou a visitar os estabelecimentos mais problemáticos, desarmando os brigões e despachando para casa os potenciais candidatos a homicidas de “caco cheio”.
Em 9 de abril de 1994, a Igreja Católica instalou lá a Paróquia de São Francisco de Assis. A partir desse dia, o padre Waldecir Gonzaga arrebanharia uma multidão de crianças e adultos para difundir a cultura da paz. Concomitantemente, o fenômeno evangélico estourava, com a criação de diversas denominações pentecostais imbuídas da idêntica missão de perpetrar na comunidade a palavra de Deus. As religiões ajudaram a transformar a “Vila”.
Essa mudança, realizada ao mesmo tempo em que a área urbana de Taquaritinga se expandia, teve o condão de derrubar anos de preconceito. Minha geração cresceu com absurdas ideias separatistas. Chegava-se a sugerir a emancipação do bairro como forma de livrar-se de suas mazelas.
Em vez disso, o prefeito Tato Nunes (1993-1996) deu início a um trabalho que devolveu a dignidade àqueles que viviam em condições subumanas. As casas do Projeto Desfavelamento acabaram com os barracos do Pito Aceso, até então encravados em um canto inóspito do Jardim São Sebastião. As administrações seguintes também fizeram sua parte.
Evidentemente, o bairro ainda convive com dilemas antigos, mas vai deixando para trás a fama de território conflagrado. Para o bem de todos.
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 12 de junho de 2010

NJ sorteia mais camisetas

Na quarta-feira (9), o Nosso Jornal premiou mais 15 leitores com camisetas alusivas à seleção brasileira. São eles: Mariana M. Santos, Esli Leila Domingues de Oliveira, Enedino Silveira Neto, Rubens Soares, Luiz Fernando Zambelli, Caio Faria Tiosso, Mariana Barbosa, Estela Rocha Vianna, Fabiana Cristina Dias Coelho, Marielson Batista, Domingos Rafael Scarambone, Laerte A. Volpi, Keila A. Anselmo, Bianca F. Gonçalves e Bento Irineu Previdelli.
Na quarta-feira (16), a promoção irá distribuir mais 10 camisetas e, no dia 23, mais 10. Ao todo, serão 50 unidades. Basta preencher os cupons (que são publicados ao lado) com os dados pessoais e responder à pergunta: quem ganhará a Copa do Mundo?

TEMPO DE ROMANCE


Encontrar um par e ter um grande amor pelo resto da vida são sonhos que não saem da moda
Hoje (12) comemora-se o dia dos namorados. Uma data especial, que além de aquecer o coração dos casais, busca também aumentar as vendas no comércio. Neste dia, a imaginação vai muito além, as lojas usam e abusam da criatividade para atrair cada vez mais a atenção dos apaixonados. Para ver o sorriso estampado na face da pessoa amada vale qualquer sacrifício: flores, perfumes, roupas, um jantar romântico e até um quarto bem decorado.
É sempre assim: o dia dos namorados é uma data espe-cial, onde as partes se juntam em busca do equilíbrio amoroso. Presen-tear quem a gente ama é fundamental para ajudar a manter viva essência de carinho, amor e respeito. Alguns, por falta de dinheiro, preferem curtir o bom momento aos abraços e beijos. Enquanto outros preferem atrelar tudo isso a um toque a mais na arte da troca de presentes.
No Brasil, a data é comemorada em 12 de junho por ser véspera do dia de Santo Antonio de Pádua, santo português com fama de casamenteiro, provavelmente devido a suas pregações a respeito da importância da união familiar que era combatida pela heresia da época chamada Catarismo.
O romance é um componente necessário de uma relação saudável e amorosa. Todo relacionamento é beneficiado com uma dose regular de paixão e, depois que os filhos chegam, arranjar tempo para o romantismo é ainda mais importante para manter a chama do relacionamento acesa constantemente.
Filhos são maravilhosos, e passar o tempo com a sua família pode ser muito divertido, além de ajudar a reforçar os laços de união. Mas é necessário um pouco de romance também, e isso pode ser algo raro quando o trabalho e a família demandam a maior parte do tempo.
Para o casal de namorados André Zito e Débora de Mello, juntos há oito anos, o dia dos namorados é sempre muito especial. “A gente troca presentes, sempre que possível vamos jantar só nós dois, é muito gostoso”, conta a advogada, que há seis meses festejou o noivado com o engenheiro. Ela diz que ambos vão ser namorados eternos. “O mais gostoso está por vir, que é o casamento”, completa Débora, de olho no altar.
Em entrevista ao Nosso Jornal, a coordenadora do curso de noivos da Paróquia de São Sebastião, a fun-cionária pública Célia Maria de Oliveira, diz que o curso não é só para quem vai se casar, mas para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a vida a dois. “Ele serve para fundamentar a relação, pois não pode existir um jardim secreto. O casal tem que se adequar à realidade de cada um, e a religião é a base de tudo.”
O curso é uma etapa obrigatória aos que desejam contrair matrimônio na Igreja Católica. Célia explica que muitos chegam lá apenas por obrigação, mas acabam mudando de ideia e descobrindo como ele pode ajudar na vida de um casal. “É preciso fazer as coisas muito bem pensadas e como o sustento na vida conjugal é Deus, é Ele que nos conduz”, afirma ela, que é esposa do advogado Adauto Francisco de Oliveira, que também coordenada essa pastoral.
Para os casais interessados em assistir às palestras, na próxima sexta-feira (18) e no sábado (19), haverá o curso de noivos da Paróquia de São Sebastião. As inscrições podem ser feitas até quinta-feira (17), na Casa Paroquial. Mais informações pelo telefone 3252-2331.


NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 12 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

EM NOME DO FUTURO

Um jovem promotor mostra que é possível agilizar processos de adoção, sem dispensar o rigor na seleção das famílias interessadas. O resultado é a redução no número de crianças sem lar

Adotar uma criança é muito mais do que criar e educar alguém que não possui a nossa carga genética. É um dos maiores atos de amor que um ser humano pode fazer. Exercitá-lo requer planejamento e desprendimento.
Sete crianças estão à espera de um lar em Taquaritinga. “O número já foi maior mas, devido a um trabalho intenso de agilização dos processos e de colocação de crianças sob a responsabilidade da família (avôs, tios, primos, entre outros), pode-se dizer que o número de crianças para serem adotadas é pequeno hoje na cidade”, afirmou à reportagem do NJ o promotor de Justiça Carlos Macayochi de Oliveira Otsuki, que dedica especial atenção ao assunto.
Já passaram pelo cadastro aproximadamente cem famílias. Excluindo as que já conseguiram seu intento, ou aquelas que desistiram do cadastro, restam dez famílias inscritas. Neste ano, uma criança foi adotada e existem dois ou três casos cujas ações estão prestes a ser julgadas.
De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), a maioria dos pretendentes à adoção (39,2%) quer crianças brancas e 78,65% desejam crianças com idades de até três anos. Até o início de março, 26.735 havia pessoas interessadas na adoação e 4.578 crianças e adolescentes aptos. Lançado em 29 de abril de 2008, o CNA é uma ferramenta criada para auxiliar os juízes das varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção.
Dados do cadastro, divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelam que a maioria dos candidatos à adotação – 85,72% – deseja apenas uma criança e outros 13,40% dos pretendentes declararam querer mais de uma. Do total de crianças e adolescentes aptos à adoção, 35,21% são brancos e 71,89% possuem irmãos, mas nem todos têm esses irmãos também cadastrados. As estatísticas revelam que 45,76% das crianças cadastradas são pardas, 17,85% são negras, 0,76% são indígenas e 0,42% são da raça ama-rela (oriental).
Segundo o promotor Carlos Macayochi, em Taquaritinga a média de idade das crianças é de 6 anos. “Infelizmente, existe um grande preconceito em relação à adoção dessas crianças mais velhas.” Ele faz um apelo à sociedade taquaritinguense: “A adoção é um ato de amor, de entrega. Independentemente da idade da criança, o adotante vai ter que se entregar de corpo e alma.”
Responsável pela promotoria da infância e da juventude, Carlos assinala que não existe criança perfeita e nem família perfeita. “Todas as idades da criança trazem desafios. Mas, pensando por outro lado, a criança pode ser trabalhada, acolhida e amada em todas as idades, de modo que a eventual adaptação ao novo lar vai ter muito mais relação com a ‘disposição de amar’ do que com a idade da criança”, esclarece. Para ele, amor não é sentimento, é decisão.
Algumas crianças que estão na Casa da Criança Ulpiano Bokzares de Marco, localizada no Jardim Santo Antonio, aguardam um novo lar e outras estão temporariamente internadas até que os pais estejam preparados para recebê-las de volta. “É muito comum o caso de pais que usam drogas e que deixam os filhos abandonados, tendo a criança de ficar abrigada até a recuperação deles ou até que se achem parentes próximos em condição de acolhê-los”, diz o promotor. Ele ressalta que metade das crianças do abrigo está disponível para adoção porque não há mais qualquer condição de restitui-las às família de origem.

Cadastro – O primeiro passo para adotar uma criança é a conscientização da importância desse ato. Os interessados precisam procurar a assistência social do Fórum e se cadastrar. Segue-se um estudo social e psicológico e, não havendo problemas, o casal é declarado apto e passa a aguardar a oportunidade. “É tudo muito simples, mas é necessário frisar que, apesar de simples, o procedimento investigativo é cuidadoso, para evitar casos como o do Rio de Janeiro.” O promotor se refere ao crime atribuído a uma procuradora aposentada, presa sob a acusação de torturar uma menina de dois anos.
A nova Lei de Adoção entrou em vigor dia 3 de novembro de 2009. Para o representante do Ministério Público em Taquaritinga, a principal mudança diz respeito ao fortalecimento do direito à permanência da criança no seio da família ou de parentes próximos. “Isso acaba gerando uma agilização nos casos em que a criança está abrigada, podendo, desta maneira, trazer benefícios à mesma. A nova lei trouxe mudanças positivas”, complementa.
A idade mínima para ser um pai ou mãe adotiva baixou de 21 para 18 anos com a nova lei, independentemente do estado civil. Para o caso de adoção conjunta, é necessário que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável. A única restrição é que o interessado tenha pelo menos 16 anos a mais do que o adotado. A cada seis meses, a Justiça avalia a situação de meninos e meninas que vivem em abrigo. Eles só podem ficar em instituições por, no máximo, dois anos, preferencialmente em endereço próximo ao da família.

‘É um carinho enorme adotar uma criança’
O casal Eduardo e Flávia (os nomes são ficticíos, a pedido dos entrevistados) adotou uma menina com 23 dias de vida. Há dois anos, ela foi abandonada pela mãe e encaminhada para um centro de adoção. A mãe biológica não impôs nenhum empecilho.
“É um carinho enorme adotar uma criança. Me sinto hoje como a própria mãe dela”, afirma Flávia, que na época já tinha um menino de 5 anos.
“Só me preocupo quando ela crescer. Pensar que, se um dia, ela achar que deve voltar para a mãe biológica, eu não vou poder proibir, por mais que tenhamos passado por tudo isso juntas”, comentou. “Só quero que a minha filha fique perto de mim para o resto da minha vida.”
NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 5 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Boa viagem, Carlinhos

Como diria Rolando Boldrin, Carlinhos Gibertoni viajou "para fora do combinado" no dia 3 de junho. Era feriado de Corpus Christi. As ruas da cidade estavam enfeitadas. As flores e as rezas eram para ele, parecia. Como os cristãos acreditamos, Carlinhos livrou-se do corpo em que viveu 47 anos com a síndrome cujo portador o indispensável Cristóvão Tezza classificou de "filho eterno". É dura a despedida, mas Carlinhos deve ter ido feliz com seu time do coração, o Corinthians, líder isolado do Brasileirão. Em sua homenagem, vou tomar uma Coca-Cola e pedir uma música na rádio. Até algum dia.

A promoção do Nosso Jornal


Na quarta-feira (2), o Nosso Jornal premiou 15 leitores com camisetas alusivas à seleção brasileira, que estreará na Copa do Mundo no dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte. São eles: Paulo Sérgio Braga, Braian Mendes, Felipe Rodrigues, Flávia Gasparo, Joaquim Antonio Correia, João Carlos Gagliardi, Antonio Donizete Barbosa de Lima, Maria Eduarda Vianna Scardoelli, Bruno Vianna Borsari, Rosemeire, Ronaldo Ogasawara, Helena Anselmo, Felipe Rossi Mota, Milve Peria e Edson José de Souza.
A segunda etapa da promoção acontece nesta quarta-feira (9), quando mais 15 camisetas serão distribuídas. Basta preencher os cupons (que são publicados acima) com os dados pessoais e responder à pergunta: quem ganhará a Copa do Mundo?
Nesta foto, a turma do jornal posando com as amarelinhas: Leopoldo Gianico (propaganda), Natalia Galati (repórter), Nilton Morselli (editor), Batucha Pastore (fotografia) e Auro Ferreira (departamento comercial).

Ciclovia

Educação, no sentido de respeito, é uma coisa que não se compra. Muitos ciclistas deixam de utilizar a ciclovia paralela à Avenida Pedro Carleto para trafegar pela calçada destinada às pessoas que andam a pé, na altura da represa do Parque de Lazer Prefeito Ernesto Salvagni. Eles preferem fazer isso porque, enquanto a ciclovia é uma subida para quem segue no sentido centro-bairro, a calçada é plana, poupando o esforço das pedaladas. Mas não é uma coisa educada.

Decorando a rua


As Paróquias de São Sebastião e São Francisco decoraram as ruas para a procissão de Corpus Christi, tradição que voltou há alguns anos. Nesta foto, voluntários fazendo os últimos preparativos na Rua General Francisco Glicério.

Paulo Scandar em mau estado

Cartão-postal de Taquaritinga, a Avenida Paulo Roberto Scandar está muito malcuidada. As calçadas são irregulares, estão esburacadas e danificadas por raízes, além de padecerem com o lixo, que causa mau cheiro e compromete o visual. Depositados em latões, que se transformam em obstáculos a quem anda a pé em grande parte de sua extensão, os resíduos remexidos por catadores de recicláveis geralmente vão parar no chão. É necessário resolver esse problema, retirando aqueles latões imundos do passeio público.
Essa providência é, antes de mais nada, uma questão de higiene que já deveria ter sido observada pela Vigilância Sanitária Municipal, levando-se em conta que alguns restaurantes montam mesas e cadeiras a poucos metros desses pontos insalubres.
Por ser o local de maior concentração popular, principalmente nos fins de semana, a Avenida Paulo Scandar merece mais atenção. A Prefeitura deveria estabelecer, por exemplo, um esquema especial para o recolhimento do lixo, acabando com o problema ora apontado.
Editorial do Nosso Jornal (5 de junho de 2010)

Corpus Christi

Lembro-me de que Matão sempre foi conhecidíssima pela procissão do dia de “Corpus Christi”. Mas, uma vez, o saudoso cônego Lourenço Cavallini resolveu fazer a mesma procissão em Taquaritinga, enfeitando as ruas. Em três anos, nosso percurso enfeitado já era maior que o de Matão. Depois, com a ida do padre para Araraquara, paramos com a tradição. Quando eu era criança, minha mãe e as vizinhas acolchoavam a nossa rua com a planta conhecida por “bico de papagaio”. Boas lembranças.
FLANS
Publicado no Nosso Jornal em 5 de junho de 2010

... E Taquaritinga cresceu para cima

Há quarenta anos, Taquaritinga tinha quase a metade do tamanho atual, tanto em área habitada quanto em número de habitantes. Quando circulou a notícia de que o município ganharia seu primeiro prédio de apartamentos, surgiram comentários de todos os tipos. Quem vai querer morar empoleirado?, perguntavam os sempre prontos a criticar. Que bom, estamos crescendo!, recitavam os que apostavam na obra.
As cidades que apresentavam surtos de progresso na época começaram a ganhar arranha-céus. Para o empreendedor Joaquim Carvalho Gomes, Taquaritinga tinha de acompanhar essa marcha, pois estava prestes a completar 100 anos de fundação. O local escolhido foi uma esquina da Praça 9 de Julho (hoje, Dr. Horácio Ramalho), onde estava o metro quadrado mais caro e cobiçado na década de sessenta.
Nascia o Edifício Cidade de Taquaritinga, o prédio cor-de-rosa, “um bloco monolítico, de linhas arquitetônicas modernas”. Joaquim, mais um grupo de homens, enfrentaram e venceram o desafio de pôr em pé uma obra como essa na terra conhecida nacionalmente como a Capital do Tomate. Em 1969, o edifício já estava pronto para a inauguração.
Outros cinco, mais altos e mais modernos, despontaram nos céus de Taquaritinga – Solar dos Coqueirais I e II, Solar Itapuã, Edifício Koba e Solar Martinelli – somente no final da década de oitenta. Parou por aí.
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 5 de junho de 2010

O bom imigrante libanês

Em 1959, ainda muito garoto, comecei a aprender o ofício de cabeleireiro no Salão São Jorge, dos irmãos Osvaldo e Dirceu Romano (os Bai-xinhos).
A barbearia ficava na Rua Prudente de Morais, onde está o Shopping Kamada atualmente.
Aquele quarteirão tinha um grande movimento naquela época. O ponto das jardineiras que percorriam a zona rural ficava na Rua General Osório, ao lado do bar e pastelaria do Gibertone e em frente à sorveteria dos irmãos 40. Para o leitor ter ideia, era ali onde funcionou por muito tempo o bar e restaurante do Girotto.
Na esquina com a Visconde do Rio Branco estava localizada a Casa Kamada; do outro lado, o armazém de Cármine Tafuri; mais acima, havia a sapataria de Chiquinho Parise; e em frente, a venda do senhor Wadi Nicolau.
O bar do Dante Mencarone era bem no meio do quarteirão. Ali se encontrava tudo da melhor qualidade: queijos, salames, aliches e vinhos na-cionais e importados. Na sequência, a casa de ferragens de Totó Mantese, a livraria de Caetano Pastore e o Rei da Bota. Para finalizar, não podia deixar de falar da loja de tecidos e brinquedos do senhor José Tannus, pai do professor Gilberto. Era eu quem, todas as manhãs, ia aos Correios buscar seu jornal e os pães sírios na Padaria Central. Aos domingos, o senhor José pagava os ingressos para eu assistir às matinês no Cine São Benedito. A todos os que entravam em seu estabelecimento, ele fazia questão de oferecer alguma coisa – café, refrigerantes ou balas para as crianças. Gostava de me contar as histórias acontecidas no Líbano, país onde nasceu. Guardo muitas recordações daquele tempo, em especial a loja desse homem in-tegralmente bom, uma pessoa de uma calma fantástica e um grande coração.
ÂNGELO BARTHOLOMEU
Publicado no Nosso Jornal em 5 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Você está fazendo a sua parte?

Sábado é Dia Mundial do Meio Ambiente. Muitos celebrarão, em sinal de remorso, plantando uma árvore ou recusando uma sacola plástica de supermercado. É um ótimo dia para os ecochatos darem as caras, dizendo o que a gente tem que fazer, ou seja, exatamente o contrário do que eles fazem. Uma sacolinha demora cem anos para se decompor, tempo infinitamente menor do que os ecochatos vão levar para sumirem da face da Terra.
Não tolero essa raça porque ela só dá maus exemplos. Não tenho automóvel (ando a pé ou de transporte público); eles só se locomovem de carro (alguém já viu um ecologista num ponto de ônibus?). Com as próprias mãos, lavo minhas roupas no tanque (não tenho máquina de lavar, que gastam uma infinidade de água e energia elétrica). Em vez de matar o tempo somente na TV, dedico maior espaço à leitura. Não deixo lâmpadas acesas à toa. Não jogo gordura na pia da cozinha. Não produzo lixo em excesso porque consumo somente o que preciso. Estou fazendo a parte que me cabe para deixar um mundo melhor à minha filha, Mariana, que vai completar dois aninhos no dia 13.
Sou um exemplo para o planeta. Tudo bem que, se todos fossem igual a mim, ainda estaríamos no tempo das cavernas, mas não haveria risco de apagão, falta de água potável, congestionamentos, essas coisas com que somos ameaçados o tempo inteiro. Ao usar com parcimônia os recursos naturais, terei menos contas a acertar com a posteridade. É a primeira vez que falo sobre isso publicamente. Andarei com esse recorte de jornal no bolso para o caso de alguém, no futuro, quiser me acusar de negligenciar o meio ambiente.
Meus amigos já tentaram me convencer de que isso tudo é bobagem, com aquela de que uma andorinha só não faz verão. A eles conto a seguinte história: um povoado promovia a festa do vinho. Cada família levava um litro da bebida, fruto da safra anual, e depositava em um tonel. Um dia, um homem resolveu doar, em vez de vinho, um litro de água. “Ninguém vai perceber. Não vai fazer diferença”, ele pensou. O homem não imaginava que todos iam ter a mesma ideia. Resultado: naquele ano ninguém saiu bêbado da festa.
Para a consecução de um mundo melhor, é necessário que todos colaborem com atitudes que possam se tornar práticas cotidianas. Pequenos sacrifícios valem a pena. No momento estou pensando seriamente em começar a fazer xixi no banho para economizar a água da descarga.
NILTON MORSELLI