Bastava ficar sabendo de alguma coisa que fugisse à rotina que Florisval Dolly Lui pegava sua Rolley-Flex e saía para fotografar. A distância que fosse era percorrida em cima da BSA 500 cilindradas, a motocicleta que em 2009 foi emprestada para a gravação do filme “O Menino da Porteira”, com o cantor Daniel.
Foi assim no dia em que rumou para as proximidades de Guariroba registrar a queda de um avião Cessna e quando uma locomotiva descarrilou ao trombar com um caminhão que transportava combustível. Seria assim tantas outras vezes: nenhum figurão da política nacional, como Jânio Quadros, visitava a cidade sem ser enquadrado nas lentes de seu Floris.
Com tantos anos de dedicação à nobre arte, formou um acervo de imagens indispensáveis para contar a história de Taquaritinga. Hoje, as fotos e os negativos são preservados pelos filhos, os irmãos gêmeos Fúlvio e Flávio Lui. Seu Floris era ca- prichoso: datava e identificava as cenas e as pessoas.
O comerciante herdou do pai a Casa Adamo, fundada em 1907 e até hoje em funcionamento na Rua Prudente de Morais. Homem extrovertido, estava sempre presente em eventos sociais, com sua inseparável câmera. Também eternizou a construção de prédios públicos e particulares, desfiles de carnaval, comícios, espetáculos, etc.
Um dos primeiros a fazer fotos aéreas de Taquaritinga, seu Floris aproveitava a presença do teco-teco amarelo que vendia passeios durante a festa da cidade para disparar seus flashes lá de cima. Além de presentear os amigos com fotos diversas, ele foi correspondente do jornal “Gazeta Esportiva”.
Aprendeu sozinho a tocar instrumentos. Foi um dos fundadores do Clube Náutico. Completaria 84 anos no dia 29 de maio. Na quarta-feira (19), vai completar 31 anos que seu flash se apagou. Uma pena ele ter partido tão cedo – aos 52 anos.
NILTON MORSELLI
Publicado no NJ em 15 de maio de 2010
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