
Local destinado a preservar a História da cidade completa dois anos. O secretário da Cultura, Marcos Bonilla, promete novidades para o acervo em formação
Fazer uma visita a um museu é como se submeter a uma viagem no tempo, onde acontecimentos do passado ficam evidentes e conseguem ser interpretados com maior facilidade.
Nesta segunda (17) o Museu Histórico de Taquaritinga “José Martins Sanches Filho” completa seus dois anos de fundação. Professor, bancário e escritor, Sanches (1948-2007) ocupou as Secretarias da Educação e da Cultura, onde incentivou a criação do espaço dedicado ao passado da cidade em que veio morar na infância (ele era natural de Fernando Prestes).
Com uma estrutura grandiosa, o local conta com um acervo de quadros, móveis, peças, objetos e moedas antigas. Quem visita o museu pode ver uma capa de chuva que pertenceu a um presidente da República, Jânio da Silva Quadros, de quando ainda ele era professor em São Paulo. Foi um presente dado por ele, em 1948, para o taquaritinguense Nelson Roberto, que residiu na capital e era barbeiro da figura mais excêntrica da política nacional.
De acordo com o secretário da Cultura, Marcos Marona (o Bonilla), preservar a memória da cidade é tão importante quanto conhecer a própria história pessoal. “O museu precisa de objetos que contam uma história”, ressalta.
A galeria de prefeitos, que estava na Prefeitura, também faz parte do acervo do museu. Os quadros foram pintados por Alexandre Pelichieiro e O. Walzachi, ambos falecidos.
Para o mês de aniversário do museu, a população vai contar com uma novidade que vai compreender muitas coisas acerca do passado da região. Está sendo preparado um arquivo de 278 fotos preto-e-branco, em tamanho A4, que retratam praças e edifí-cios; ruas e avenidas; personagens; comemorações cívicas; a construção da Igreja Matriz de São Sebastião e eventos realizados na cidade. As fotos foram cedidas pela professora Cecília Marin Anselmo e catalogadas por Ermildo Tiosso e Luiz Carlos Beduschi, que escreveu o livro sobre o centenário da Santa Casa.
Quem passa em frente ao museu pode admirar algumas peças antigas, como: um canhão de guerra, uma máquina de impressão de 1915, uma sementeira e uma máquina de pavimentação de 1952.
É possível ainda se deparar com mais de 50 peças, entre elas, o primeiro celular, o primeiro videogame Atari, várias máquinas de costura e de escrever, telefone à manivela, ferro de passar roupa a carvão, filtro de água de pedra, os primeiros computadores, uma tesoura de alfaiataria, chaleiras, entre outras peças raras.
O que não pode deixar de ser lembrado entre as peças do acerco é o primeiro documento oficial da história de Taquaritinga, de Bernardino José de Sampaio, o principal fundador da cidade de Taquaritinga. Em 1868, Bernardino doou 15 dos 64 alqueires para a formação do povoado.
O quadro exposto no portal do museu, produzido pelo pintor Washington Maguetas, retrata a primeira missa em Taquaritinga. Acerca dessa tela, há uma história curiosa: ela estava abandonada no porão da Prefeitura, de onde foi resgatada há cerca de 15 anos pelo então secretário de Formação Social Miguel Anselmo Neto, na segunda administração do prefeito Tato Nunes (1993-1996).
A professora Regina Angela Bonazzi da Silva também contribuiu para o patrimônio do museu. Doou um rádio adquirido 1950, que era de propriedade de Duilio Bonazzi.
Projeto prevê visita de estudantes
Museus e centros culturais têm se preocupado cada vez mais em formar profissionais capacitados para conversar com o público durante as visitas às exposições. Para isso, a professora de letras e pedagoga Solange Maria Pereira Furlani já foi contratada para orientar os visitantes do Museu Histórico de Taquaritinga “José Martins Sanches Filho” e elaborar projetos.
“A hora em que o museu chegar à parte final de suas mudanças, como a catalogação, que será ainda dentro deste semestre, vamos começar a agendar com as escolas”, afirma o secretário da Cultura. Com a preocupação em atender as pessoas, Marcos Bonilla terá a oportunidade de receber os estudantes com hora marcada e ainda com o ônibus fretado do museu. “Vamos buscar e levar as crianças”, explica.
Além do projeto com as escolas, outro trabalho será desenvolvido em breve. “Vamos fazer visitas nos distritos porque eles são muito ricos em histórias e objetos. A gente conta com a população para nos auxiliar, porque tem muita gente que tem coisas guardadas e não sabem da importância”, ressalta Bonilla. Ele diz ainda que quem doar algo para o patrimônio do museu vai receber um certificado.
As pessoas que querem fazer doações de peças devem procurar a Secretaria – telefone 3252-6596. (NG)
Sala Madalena Olivastro
No Museu Histórico de Taquaritinga é possível conferir a riqueza de detalhes de móveis, objetos, livros, porcelanas e pinturas da “Sala Madalena Olivastro”. Ela abriga peças diversificadas, de inúmeros locais e idades. Madalena Olivastro, advogada e artista plástica, presenteou a cidade com peças raras, de importância e valor históricos. Ela fez doações de parte do seu acervo também para outros municípios.
Bonilla convida a população para visitar o museu, no prédio que também abriga a Secretaria da Cultura. “Com os 117 anos de Taquaritinga, preservar a memória daqueles que formaram esta comunidade e esta sociedade é muito importante. Então a gente tem o museu para contar história”, afirmou. (NG)
Horário de funcionamento
De segunda a sexta-feira das 11h às 17h. O Museu Histórico de Taquaritinga “José Martins Sanches Filho” está localizado na Praça Waldemar D’Ambrósio, atrás do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no centro da cidade. Maiores informações, por meio do telefone (16) 3252-6596. A visita é gratuita.
NATALIA GALATI
Publicado no NJ em 15 de maio de 2010
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