segunda-feira, 3 de maio de 2010

A jogatina da Tia

A história de hoje é de 1962. Quem gosta muito deste “causo” é o Dr. José Roberto Carvalho, amigo, cliente e grande advogado em nossa cidade.
Morava no começo da Rua Duque de Caxias uma idosa, que todos chamavam carinhosamente de Tia.
Nos finais de semana, os amigos se reuniam em sua residência para jogar tômbola. A casa era pequena, mas a turma ia se ajeitando como podia, no chão, no quarto, na cozinha e – acredite! – até em cima do fogão à lenha.
Às 22h30 era servido um gostoso café-com-bolo-de-fubá aos participantes, pois o jogo corria solto até a madrugada. Por meio de uma denúncia anônima, a polícia chegou ao local. O delegado bateu na porta, no que o Chico Barbazú gritou lá de dentro:
– Está lotado, não tem cartelas. Se quiser jogar, volte amanhã.
Os policiais não hesitaram em invadir a jogatina. O pessoal que estava na cozinha estranhou o jogo parar de repente. Aí começou aquele papo de jogador: mexa o saco, estou na boa...
– Eu quero o 38! – gritou o Adail Branco, já irritado.
Um dos soldados foi à cozinha e perguntou:
– Quem pediu o 38? Serve este? – mostrando o revólver.
Foi uma correria: pra baixo da cama, atrás do guarda-roupas. Até em cima do pé de jabuticabas no quintal tinha “neguinho” escondido.
Não teve jeito, foram todos levados para a delegacia, que ficava ali onde funciona o Fórum atualmente.
Foram enquadrados no artigo 50 da Lei das Contravenções Penais. Todos acabaram absolvidos, pois eram pessoas honestas e trabalhadoras.
PS.: O advogado do pessoal naquela época foi o já saudoso Dr. Waldemar D’Ambrósio.
O autor é cabeleireiro e gosta de ouvir e contar “causos”.
ÂNGELO BARTHOLOMEU é cabeleireiro e gosta de ouvir e contar “causos” sobre Taquaritinga
Publicado no Nosso Jornal, no dia 24 de abril de 2010. Série "Aconteceu na Cidade"

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