Nosso hemisfério esfriou alguns dias antes do inverno, estação que começou na segunda-feira (21), às 8h28. Muito antes, a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) mobilizou homens e mulheres que fazem parte de seus quadros para arrecadar agasalhos, termo que compreende camisas, calças, sapatos, enfim, tudo o que pode aquecer uma pessoa. É assim há 92 anos, desde quando Antonio Maria Gonçalves e seus amigos decidiram fundar a instituição na Taquaritinga que vivia suas primeiras décadas como município independente.
A maior organização beneficente do mundo surgira em Paris, 85 anos antes de sua ramificação taquaritinguense. Em 1833, universitários liderados pelo estudante de Direito Frédéric Antoine Ozanam (1813-1853) adotaram como patrono São Vicente de Paulo (1581-1660), santo considerado Pai da Caridade.
Além da campanha do agasalho, longe dos holofotes, as 22 conferências da SSVP local também ajudam a colocar comida na mesa de cerca de 220 famílias carentes. A única cobrança é que os assistidos se empenhem para deixar a situação de infortúnio, às vezes provocada pelo desemprego temporário. Com o lema “A caridade é inventiva até ao infinito” – inspirada em São Vicente –, os cerca de 200 confrades e consócias também prestam assistência religiosa.
A história da entidade em Taquaritinga remonta a 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, tempos difíceis, de muita escassez. Os pobres eram os mais atingidos. As primeiras reuniões foram realizadas sob o manto de Nossa Senhora, no Santuário da praça central, que na época era Matriz da única paróquia. A fundação oficial foi em 6 de junho do ano seguinte. Logo, o grupo comprou um prédio na praça, utilizado até 1997 e demolido recentemente. O primeiro presidente do Conselho Particular foi Teodoro Nucci.
Em 21 de fevereiro de 1971, a SSVP inaugurou sua primeira obra unida, o Asilo. Outra iniciativa dos seguidores do francês Ozanam é a Vila Vicentina, uma dúzia de casas onde residem os mais necessitados.
Depois de muito tempo de existência, a SSVP passou a ocupar a atual sede, na saída para Jurupema. Quem a dirige hoje é o policial militar aposentado Paulo André, o “Prego”. Com o mesmo entusiasmo, é realizada a campanha de Natal, com o objetivo de amenizar o sofrimento de adultos e crianças durante a maior festa cristã. O grupo aceita novas adesões. Basta ter o coração voltado ao bem.
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 26 de junho de 2010
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