Existia em Taquaritinga, nos anos 1970, um clube de futebol amador que se chamava Esplanada. A equipe representava o Nosso Jornal e a Gráfica dos Irmãos Bussadore. Com um plantel da melhor qualidade, tornou-se muito respeitado em toda a região.
Em todos os lugares em que se apresentavam, o povão comparecia para prestigiar os pupilos do técnico Edgar – Frangão Bussadore (in memoriam). Certo domingo, o Esplanada foi cumprir mais um de seus compromissos na Fazenda Cachoeirinha. A delegação seguiu de caminhão, levando muitos torcedores para incentivar o time do bairro Farvest.
O jogo já estava no segundo tempo, e os taquaritinguenses venciam por 4 a 0, dando o maior show de bola nos donos da casa. O técnico Frangão queimou a sua última substituição. Sacou o clássico zagueiro Nei Lacativa e colocou em campo o irrequieto e polêmico lateral-esquerdo Edevidio Bussadore.
O ponteiro-esquerdo local levantou a pelota para dentro da área esplanadense. Edevídio, com muita categoria, matou a bola no peito e a colocou no gramado. O centroavante adversário parou em sua frente. O lateral abaixou, pegou a rendonda com as mãos e a entregou para o jogador adversário. Fazendo isso, virou as costas e saiu aindando calmamente. O forte atacante não gostou da brincadeira, correu atrás do zagueiro e aplicou-lhe um violento bicudo no traseiro. Aí virou o maior sururu da paróquia. A torcida local invadiu o gramado. O pessoal aqui da cidade também entrou para apaziguar a situação. Depois de algum tempo, os ânimos se acalmaram e o juiz encerrou a partida.
Depois, foi só alegria, os dois jogadores fizeram as pazes e a cervejada correu solta entre as duas agremiações. Até hoje muita gente ainda se lembra do dia em que, na base da gozação, o Edevidio acabou com o jogo lá no Bairro Cachoeirinha.
P.S.: Não tinha mesmo jeito com o baixinho. No domingo seguinte, tornou a aprontar, desta vez no distrito de Vila Negri.
Angelo Bartholomeu, o Angelim, é cabeleireiro. Gosta de ouvir e contar “causos”
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