
Da igreja à festa, o casamento de Daniel Ferreira e Patrícia Bordinassi
seguiu os detalhes do universo country de que eles tanto gostam
O som do berrante ecoou na Matriz de São Sebastião. O toque solene anunciou a entrada do noivo, Daniel Roberto Ferreira, de mãos dadas com a sobrinha de 10 anos, Paula Beatriz, que empunhava o instrumento que aprendeu a tocar desde cedo. O primeiro ato, que fugiu aos padrões dos casamentos tradicionais, mostrou como seria a cerimônia em que Da-niel selou o amor com Patrícia Angélica Bordinassi no último dia 14.
Como os dois pombinhos são apaixonados pelo universo country, por que não fazer com que esse momento tão importante fosse cercado de símbolos rurais? Nada mais autêntico para dois jovens que adoram bailes sertanejos, rodeios e música de viola. “A ideia partiu da Patrícia e da minha cunhada, Milena”, contou o noivo.
Empolgada, a professora Milena – mãe de Paulinha, a berranteira que também é campeã de provas equestres – participou de todas as etapas da organização. O primeiro passo foi procurar a Igreja Católica e explicar o projeto. Na cerimônia religiosa, a única mudança foi nas músicas que o rito nupcial permite tocar. Elas ganharam arranjos com viola caipira, violino e teclado, executadas por músicos da Etam Santa Cecília.
Patrícia, filha do casal Maria Aparecida e Sebastião Bordinassi, entrou na igreja vestindo um modelo de cauda longa confeccionado no ateliê Visual Noivas, de Matão. “Precisava de algo adaptado ao tema, que vestisse bem com bota”, contou ela. O noivo, também como manda o figurino, usou calça jeans, cinto com fivela, camisa xadrez e blazer. Depois de celebrado o matrimônio, pelas mãos do padre Anderson Mingatos, o chapéu foi incorporado ao traje do casal.
Os convidados, assim como os 14 casais de padrinhos, entraram no clima. Como o convite recomendava traje country, as mulheres dispensaram o longo e envergaram roupas que caíam bem com botas de cano alto. Entre os homens, reinaram os camisões xadrezes e o jeans de passeio.
FESTA – Daniel e Patrícia foram de caminhonete para o Sítio Santa Mônica, propriedade da família dele, onde recepcionaram quase 500 pessoas. Ao salão de festas, que funciona como restaurante nos fins de semana, o casal chegou num trole puxado pelo cavalo Gringo, que pertence à noiva. O cocheiro, Valdir Duarte, também estava vestido à caráter.
O ambiente foi preparado por Milena e o marido, Paulo, irmão do noivo. Arreios, berrantes, blocos de feno, um quadro de cavalo, uma antiga cristaleira e outros acessórios utilizados no sítio viraram objetos de decoração. O cardápio, em que não faltaram o churrasco e o arroz de carreteiro, ficou por conta da família.
Enquanto os convidados saíram elogiando, os pais de Daniel, Vilma e Paulo Ferreira, descobriram outro filão de negócios para o sítio: o casamento temático. Além da produção agrícola e do restaurante de comida caseira, na propriedade são produzidos doces em compota com clientela fiel em todo o Estado.
Daniel trabalha no sítio e Patrícia é promotora de vendas do Bradesco. Os dois se conhecem há mais de 15 anos, mas só há 3 começaram a namorar. O casamento country coroou a comunhão de predileções revelada no estilo de vida que nasceu no campo e conquistou a cidade.
A inovação pôde ser vista até na hora do tradicional corte da gravata, que nada teve de convencional. A noiva, literalmente, laçou o noivo para os amigos iniciarem a brincadeira. A cada cédula arrecadada, o convidado ganhava uma gravatinha com um recado bem-humorado: “Você acaba de contribuir para a compra de fraldas”. É que o primeiro herdeiro, Luiz Augusto, está a caminho.
NILTON MORSELLI (Colaborou Auro Ferreira)
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