segunda-feira, 2 de maio de 2011

Empresa de Monte Alto compra em leilão sede social do Clube Imperial

Considerado um dos prédios históricos mais tradicionais do centro de Taquaritinga, a sede social do Clube Imperial, na esquina das Ruas Marechal Deodoro e Campos Sales, foi arrematada na tarde de quinta-feira (28), na Vara do Trabalho, por uma empresa de Monte Alto.
A Barbizan Empreendimentos Imobiliários foi responsável pelo único lance, no valor de R$ 700 mil. Do total, R$ 600 mil devem ser depositados em 48 horas e o restante em um prazo de 15 dias. A empresa foi representada pelo advogado Marcelo Zocchio de Brito. Sem entrar em detalhes, ele disse que o negócio foi a título de investimento. A sede social estava avaliada em R$ 1.054.246,00. Dois oficiais de justiça presidiram a venda pública.
No primeiro leilão, ocorrido em 14 de outubro do ano passado, não houve interessados.
O imóvel foi penhorado para leilão em razão de ações trabalhistas, impetradas a partir de 2003. Mais de 20 ex-empregados ingressaram na Justiça para receber suas indenizações. Alguns deles presenciaram o arremate. Pelo menos R$ 500 mil serão destinados ao pagamento de ex-empregados.
O ex-presidente do Clube Imperial, Amarildo Luís Rocha, se manifestou para dizer que nenhuma das ações trabalhistas é do seu tempo. Ele permaneceu no cargo de 1995 a 2002. “Não demiti ninguém na minha época.” Mas ele reconhece que a atual diretoria fez de tudo para evitar o leilão.
De acordo com um ex-funcionário do Clube Imperial, que prefe- riu não se identificar, já se passaram 7 anos à espera do dinheiro. “Tomara que agora dê certo e a gente consiga receber”, disse.
O escritório de advocacia Carrilho, Nunes e Vieira, de Taquaritinga, é parceiro da empresa compradora do prédio. Segundo o advogado Valmir Carrilho Marciano, que representa dois ex-empregados do Clube Imperial, os contatos foram intensos para trazer a Barbizan para Taquaritinga e conseguir o negócio. “Nosso escritório foi quem fez todo o contato”, disse.
O atual presidente do Clube Imperial, João Batista Machado, que também estava presente, disse que vai mudar em breve o escritório para a sede da piscina, no Jardim Contendas.
Muitas pessoas ficaram tristes com a venda do prédio histórico e a perda de um patrimônio que também tem valor sentimental. A professora aposentada Iraci Angotti lembrou que o Clube Imperial vivia cheio de gente. “As festas de debutantes eram muito lindas, sempre com artistas de renome nacional. Tinha também o baile dos casados, orquestras excelentes, bailes de réveillon, de primavera, entre outros. Era um luxo”, afirmou. Para ela, tudo que se pode falar de um clube de alta sociedade Taquaritinga teve. “Para nós, é muito triste. Eu participei de muitos eventos lá.”
No dia 17 de julho, o Clube Imperial vai completar 92 anos. A sede social, que agora vai para as mãos da iniciativa privada, foi inaugurada na década de 1940.
O prazo para eventuais embargos do leilão termina na próxima semana, mas é pouco provável que isso aconteça. A arrematação deverá ser concluída pelo juiz titular da Vara do Trabalho, Edson Trindade.
NATALIA GALATI E NILTON MORSELLI

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