segunda-feira, 21 de março de 2011

Em nome da infância

A presença de crianças no Carnaval merece uma séria reflexão. Chamou a atenção a irresponsabilidade de pais e mães, certamente despreparados para a missão a que se propuseram, que levavam bebês de colo para o Trio Elétrico Batatão. Não se trata de criticar um caso isolado, mas denunciar diversas ocorrências, que em países civilizados caracterizariam maus-tratos. A reportagem do NJ chegou a consultar policiais militares de plantão, que informaram não poder atuar nesses casos, sobretudo no perímetro não-patrulhado do trio elétrico. A Prefeitura contratou seguranças particulares.
O que se verificou neste ano foi digno de interferências imediatas do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. Alguns bebês, aparentando não mais que três meses (três meses!) de vida, eram expostos a centenas de decibéis a poucos metros de potentes caixas de som. Se para um adulto a vibração é prejudicial, imagine o estrago provocado numa criança que ainda está com sua estrutura auditiva em formação. Além dessas criaturas indefesas, crianças menores de 5 anos brigavam contra o sono e sob a chuva, enquanto seus pais se divertiam nos festejos.
Esse crime, decididamente, não pode mais ocorrer. Registra-se, aqui, um pedido para a organização do Carnaval: disciplinar a entrada e a permanência de crianças, mesmo se acompanhadas, estabelecendo talvez um critério de idade. Elas não podem ser vítimas de tratamento desumano.
EDITORIAL

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