segunda-feira, 21 de março de 2011

Cidade espera a chegada do AME

Há um ano, a Prefeitura deixou seu prédio para dar lugar ao Ambulatório
Médico de Especialidades. Até agora, o Estado não dá sinal da instalação


Neste sábado (19) fez um ano que a Prefeitura Municipal deixou o prédio da Vila Rosa para o Estado instalar o Ambulatório Médico de Especialidades (AME). A expectativa em torno da chegada desse órgão de atendimento regional é muito grande, mas por enquanto nem foram iniciadas as adequações do imóvel, que fica na Avenida João de Jorge. A Prefeitura informou, no começo do ano passado, que as obras deveriam começar dentro de 90 dias, ou seja, em maio.
Em abril de 2008, a unidade do AME foi anunciada para Taquaritinga. Na época, surgiu a ideia de ocupar o Centro de Saúde da Rua Carlos Gomes. O prédio chegou a ser esvaziado, e os departamentos transferidos para quatro imóveis alugados pela Prefeitura à toque de caixa.
Um ano e quatro meses depois, a coordenadora do programa de instalação dos AMEs da Secretaria de Saúde do governo de São Paulo, Aparecida Teruko Yamada, achou o espaço pequeno. É bom lembrar que, bem antes disso, o Nosso Jornal deu o mesmo parecer. O prefeito Paulo Paulo (DEM), temendo perder o investimento, decidiu ceder o prédio que abrigava a própria Prefeitura.
Com isso, além de ganhar uma grande benfeitoria na área de saúde, a cidade poderia se livrar de uma dívida. Quando o ex-prefeito Sérgio Salvagni (PSDB) decidiu transferir a Prefeitura para lá, o município ocupou um imóvel pertencente ao Estado. Com o AME, o prédio voltaria para as mãos do Estado. No entanto, a proposta de anulação da dívida não foi aceita.
A ideia dos ambulatórios de especialidades surgiu no tempo do ex-governador José Serra (PSDB). O também tucano Geraldo Alckmin manteve a espinha dorsal do projeto, já tendo inaugurado algumas unidades. De acordo com o secretário municipal da Saúde, Wilson Rodrigues, ainda está em estudo a instalação do AME em Taquaritinga, em razão da mudança de governo. “Estamos tendo que nos adequar às mudanças do novo secretário, em relação às especialidades, entre outras coisas”, disse.
O secretário de Governo, Félix Pereira Marques Júnior, afirmou que o AME de Taquaritinga está garantido. “Estamos aguardando a liberação do governo e a verba, porque o prédio já está disponível e toda documentação encaminhada. Acreditamos que seja para este ano, pois o Estado nos deu a garantia e já está dentro da pauta. O que nos ‘trava’ é a mudança de governo”, explicou.
Mas a demora e o mistério em torno do assunto causam preocupação. A reportagem entrou em contato, diversas vezes, com a Secretaria da Saúde de São Paulo, mas não recebeu nenhuma resposta. Ao mesmo tempo em que o prédio da Vila Rosa segue como um matagal, o deputado estadual Geraldo Vinholi (PSDB) se apressou em dar um nome para AME que se prometeu instalar na cidade. Ele protocolou na Assembleia Legislativa o projeto de lei 615/2010 que batiza o futuro órgão como AME Fued Simão, médico e ex-prefeito morto em dezembro de 2006.
O modelo a ser implantado em Taquaritinga está orçado em R$ 10 milhões, segundo a Prefeitura. Em 2008, divulgou-se que o novo órgão atenderá pacientes de Taquaritinga, Matão, Ibitinga, Itápolis, Borborema, Nova Europa, Tabatinga, Dobrada, Santa Ernestina e Cândido Rodrigues. Quando entrar em operação, as atividades serão gerenciadas pela Fundação da Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto.
A ousadia do projeto chamava atenção. Além dos 1.700 m2 de área construída, o prédio ganhará um adicional de pelo menos o dobro desse tamanho. O Estado havia prometido investir R$ 5,5 milhões na compra de equipamentos, em 10 especialidades. Com as mudanças ocorridas na troca de governo, não há informações precisas acerca do que será cortado e do que poderá ser mantido.

Outras cidades – No último dia 28, o governador Alckmin inaugurou o AME de Franca, referência em consultas e exames ambulatoriais para dez municípios da região. Lá, as especialidades médicas são: acupuntura, alergologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, dermatologia, endocrinologia, endocrinologia infantil, gastroenterologia, ginecologia, hematologia, infectologia, nefrologia, neurologia, neurologia infantil, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, proctologia, reumatologia e urologia.
Os serviços de apoio diagnóstico vão de audiometria/impedanciometria até estudo urodinâmico. Além de serviço social, nutrição, psicologia, enfermagem e pequenas cirurgias. Os equipamentos são audiômetro, impedanciômentro, colposcopio, esteira ergométrica, eletrocardiógrafo, letroencefalógrafo, letroneromiógrafo, espirômetro, nasofibroscópio, ultrassons (ecocardiógrafo/doppler vascular), aparelho de radiologia e urodinâmica. A cidade de Mauá também deve receber ainda neste semestre uma unidade.
NATALIA GALATI

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