segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sem salários desde novembro, médicos ameaçam fazer greve

Os médicos de Taquaritinga não recebem salários desde novembro do ano passado. A informação foi dada nesta semana pelo presidente da cooperativa de serviços médicos, Manuel Barreto. Segundo ele, a classe não descarta fazer uma greve, caso a situação não seja resolvida. Os profissionais trabalham nos postos de saúde e no Pronto Atendimento Municipal, por meio da cooperativa.
Para Manuel, o atraso no pagamento está causando problemas. “Eles estão querendo paralisar [o atendimento]. Na verdade, tem médicos que precisam do salário. Não estão trabalhando porque gostam e sim porque precisam. Há até a possibilidade de eles procurarem outros lugares para trabalhar, na região”, afirmou o presidente da cooperativa.
O que chama a atenção de Manuel e dos demais médicos é que esta é uma situação que vem acontecendo desde que o prefeito Paulo Delgado (DEM) assumiu, há seis anos. “Nós nunca conseguimos receber em dia, é sempre no final de ano. É uma novela. É um problema jurídico que precisa ser resolvido junto à Câmara, mas parece que a Prefeitura não dá importância para isso”, disse. “Como pode desrespeitar uma classe que de forma digna continua atendendo à população de Taquaritinga? É um desrespeito com todos os médicos e com a população”, asseverou.
Manuel tentou entrar em contato com o secretário da Saúde do município e com o prefeito, mas ambos estão de férias. O secretário de Gestão Pública, Rodrigo Leite Segantini, disse que Wilson Rodrigues saiu de férias, mas deixou o assunto pautado. “Nós precisamos mandar uma lei de subvenção para a Câmara, assim pedindo mais recursos para a saúde”, explicou.
Ele disse que o dinheiro é repassado para a Santa Casa e não diretamente para a cooperativa dos médicos. “A gente dependia do orçamento aprovado que foi em dezembro. Então, a lei não foi enviada antes em função disso”, disse Segantini.
Para Segantini, existe uma parte de uma parcela que ficou para ser paga no começo de janeiro e que não é necessariamente referente a novembro e dezembro. “Médico não é funcionário da Prefeitura. O médico é um prestador de serviço da Santa Casa que recebe a subvenção”, sentenciou
De acordo com a presidente da Câmara, Márcia Zucchi Libanore (DEM), é uma situação extremamente preocupante se houver a paralisação do Pronto-Socorro, pois a população de Taquaritinga deixará de ser atendida. “O Segantini está equivocado. Nós já aprovamos o orçamento, que diz respeito ao ano seguinte. No final de 2009, nós aprovamos o orçamento para 2010 e, em fevereiro, a lei que foi mandada pela Prefeitura para que fosse feita a divisão desse repasse, ou seja, o valor para ser repassado às entidades”, disse Márcia.
Para ela, os vereadores não têm culpa pelo atraso na remuneração da cooperativa. “Se não pagou [os médicos], é uma questão da Prefeitura, porque a Câmara já aprovou. A Câmara não deixou de aprovar nenhum orçamento”, completou Márcia, ressaltando que os médicos precisam receber as horas trabalhadas porque uma greve prejudicaria a população mais carente, que depende do serviço público de saúde.
NATALIA GALATI

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