segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não dá para protelar

Entre avanços e retrocessos, chegou ao fim o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, do PT. O maior trunfo de seus oito anos foi ter mantido a economia sob controle, sem muitos sobressaltos, principalmente durante crises que ameaçaram a estabilidade Essa, em resumo, é a maior explicação para o fato de Lula ter conseguido eleger sua sucessora, a atual presidente Dilma Rousseff. A bem da verdade, ele não teve dificuldade para conduzir esse setor que tantos dividendos políticos traz. Recebeu de Fernando Henrique um país no rumo certo, ajustado graças ao Plano Real.
Dilma tem pela frente um trabalho importante, que em parte já deveria ter sido feito em nome do real crescimento econômico: a reforma tributária. Tão comentada e nunca colocada em prática, essa medida surtirá um resultado incrível, com a possibilidade concreta de geração de emprego e renda. Se esmagado por impostos o empresariado nacional produz milagres, imagine como seria melhor se a gula arrecadadora do governo se arrefecesse.
Como a nova presidente brasileira conta com ampla maioria legislativa, na Câmara Federal e no Senado, em tese possui condições favoráveis para propor e aprovar uma reforma que privilegie quem de fato trabalha para o desenvolvimento da nação. Hoje, uma política fiscal ultrapassada pune com pesada carga todas as pontas da produção.
É necessário ressaltar que mudar esse panorama negativo requer muito mais que habilidade política para negociar com deputados e senadores. Dilma precisa ter a coragem que seus antecessores não tiveram para enxugar a estrutura governamental, que consitiria numa reforma antes da reforma. Sem reduzir os gastos da máquina pública certamente não será possível abrir mãos de certas receitas. Fazer uma mudança somente para unificar tributos seria trocar seis por meia dúzia. É preciso baixar as alíquotas, do insumo à manutenção do empregado com carteira assinada.
O fato preocupante é que essa discussão não teve espaço na campanha eleitoral em que a primeira inquilina do Planalto se saiu vitoriosa. Tomara que, sem muita demora, a ideia tome corpo com uma desejável pressão de entidades representantivas da indústria, do comércio e da agropecuária. Nada justifica protelar por mais quatro – oito anos – um ajuste imprescindível para consolidar a posição do Brasil entre as nações desenvolvidas.
EDITORIAL DA SEMANA

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