Parece que o bom senso está voltando. Entrou em funcionamento o trem que era chamado de “trem do Pantanal”, da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Ele sai de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e vai até Miranda. Dizem que, no ano que vem, chegará a Corumbá. Esse trem percorre uma das regiões mais lindas do mundo, e ia até a Bolívia, quando estudei em Bauru. Criminosamente, também acabaram com essa estrada de ferro, e as rodovias estão coalhadas de caminhões levando combustível de Paulínia aos confins de Mato Grosso, encarecendo o combustível e se envolvendo em acidentes. Já sei que a resistência vai ser muito grande e, se possível, esse trem, por sinal muito bonito, vai ser boicotado.
Em primeiro lugar, as montadoras de caminhões gigantes, chamados de carretas (no meu tempo eram jamantas, principalmente os da fábrica FNM) não vão tolerar a concorrência. Em segundo lugar, as fábricas de autopeças e de pneus também vão boicotar o trem. Em terceiro lugar, as empresas de ônibus vão fazer movimentos no Congresso (lobbies, parece que assim se escreve essa palavra maldita). Os governos federal e estadual vão dizer que não sabem de nada. Vou falar aos pescadores de Taquaritinga: vocês pensaram em alugar um vagão desse trem, e ir pescar no Pantanal, sem o perigo das estradas e sem gastar tanto em combustível? Dividir a despesa por 40 ou 50 pessoas? Não parece um sonho? Mas ainda é, infelizmente. Vou voltar ao assunto, cuja reportagem a respeito foi escondida dos brasileiros.
FLANS
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