segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma temeridade

Em 2008, assim que a Prefeitura anunciou a instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) no prédio do Centro de Saúde Dr. Ernesto Pagliuso, o Nosso Jornal expressou neste espaço a sua opinião contrária. O prédio, afirmava este semanário, era pequeno para as pretensões regionais do AME. Pouco tempo depois, a médica Aparecida Tominaga Yamada, coordenadora de implantação dos AMEs no Estado de São Paulo, chegando à mesma conclusão, escolheu a então sede da Prefeitura.
Agora, a Secretaria Municipal da Saúde anuncia a construção do novo pronto-socorro, obra em parte custeada pelo governo federal, na esquina das Avenidas Vicente José Parise e João Perissinotti. Infelizmente, mais um erro de escolha está ocorrendo. É uma temeridade e uma irresponsabilidade levar o atendimento de urgência e emergência para longe da Santa Casa. A proximidade desse serviço em relação aos equipamentos disponíveis no hospital pode, simplesmente, significar a vida para um paciente infartado ou acidentado – só para ficar em dois exemplos.
O melhor lugar para a instalação do novo pronto-socorro está aos olhos de todos: é justamente o prédio do antigo posto de saúde, na Rua Carlos Gomes, a poucos metros da Santa Casa. Além de oferecer espaço suficiente, está desocupado e sua localização é estratégica, no centro da cidade, equidistante aos bairros de todas as regiões, o que facilita o acesso dos moradores da periferia.
Não se justifica a explicação de que pronto-socorro deve ficar em avenida porque o tráfego é mais rápido. Nesse caso, teria de se retirar todos os semáforos ao longo de seu trajeto, porque veículos particulares não possuem sirene para “abrir caminho”.
O terreno em questão seria mais bem aproveitado caso a Prefeitura construísse nele seu complexo administrativo, incluindo a Câmara. Seria uma saída muito mais inteligente do que levar o pronto-socorro para longe da Santa Casa, decerto uma ideia desaprovada por dez entre dez taquaritinguenses. Com isso – também comemorariam os cidadãos que suam a camisa para impostos –, a Prefeitura deixaria de gastar a exorbitância de R$ 270 mil por ano com o aluguel de 19 imóveis.
Segundo o que foi divulgado, a Prefeitura gastaria R$ 600 mil para construir o prédio, cuja licitação é anunciada para breve. Em nome dos bons princípios administrativos, o projeto deveria ser mais bem pensado, sob a perspectiva da logística, e até discutido com a população.
EDITORIAL

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