sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eleições. De novo?

Domingo eleições. Novamente. Haja paciência. Procurar na gaveta o título de eleitor; enfrentar uma fila “desse tamanho”, formada por pessoas estranhamente silenciosas; ser documentalmente aferido pelos fiscais com pose oficial; contar até dez para não perder as estribeiras com os eleitores “nó cego”, incapazes de digitarem corretamente alguns dígitos e apertarem uma simples tecla confirmando o voto; sufragar meu candidato e depois, finalmente, retornar ao lar doce lar, aproveitando as poucas horas que ainda restam da tarde dominical entregando-me ao merecido repouso do guerreiro.
Sinceramente, estou cansado de democracia. A cada dois anos eleições. Propaganda atrás de propaganda, promessas e mais promessas, projetos de governo sem pé nem cabeça, enfim, tudo isso parecendo ser apenas uma grande palhaçada. (Que me desculpe o Tiririca, agora um ilustre representante do povo brasileiro na Câmara Federal.) Não aguento mais ouvir o Lula falar. A cada frase um erro de português. Irritante. Parece até um papagaio, repetindo, repetindo e repetindo estatísticas, bazófias, listas de realizações “jamais vistas em nenhum governo” e patati e patatá.
Tanta eleição esgota até a boa vontade de um frei franciscano. Sabem de uma coisa? Acho que vou me mudar para Cuba. Lá temos o ditador Fidel Castro, há cinquenta longos anos no poder; um único partido político – o dele, é claro; não há campanhas políticas na TV, no rádio, nos jornais, nas revistas e nem muito menos Horário Eleitoral Gratuito; e também não ocorrem dezenas de cansativos debates entre os candidatos à presidência. E mais! De quando em vez assiste-se a um fuzilamento no “paredón” ou acompanha-se a morte lenta e inútil de um grevista que luta pelos direitos humanos, pura pele e osso, recusando-se a comer um único pedaço de pão. Os amigos leitores querem um programa melhor que esse para passar o tempo? Com Fidel “Paredón” Castro é assim: diversão garantida ou o seu dinheiro de volta.
As eleições já estão batendo na porta e ainda não me decidi. Serra, Dilma ou nulo? Dilma, Serra ou nulo? Nulo, Serra ou Dilma? Oh! Dúvida cruel! Ser ou não ser, eis a questão! Afinal, senhores, há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia. Mas, vejamos. Sou um cidadão responsável, cumpridor dos deveres, pai de família e tenho que ponderar os prós e os contras de cada plano de governo. Devo escolher racionalmente o melhor candidato. Não nos enganemos, é o futuro da nação que está em jogo. Nossas crianças, nossos jovens dependem do que nós, adultos conscientes, decidirmos diante das urnas eletrônicas no próximo domingo. Bom, analisemos com calma. O Lula... Não, o Lula não é candidato. Perdoem-me, caros leitores. A candidata é a Dilma. (É que ele apareceu mais tempo na propaganda eleitoral do que a própria presidenciável.) Justificado o equívoco, prossigamos. A Dilma garantiu que continuará levando adiante as coisas boas do governo Lula. O Serra, por sua vez, garantiu que continuará levando adiante as coisas boas do governo Lula... E então? Qual apito tocamos? Ah! Já sei! “Mamãe mandou bater neste daqui, mas...”
PROF. GILBERTO TANNUS

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