segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um gesto de cavalheiro

A história de hoje é bem mais antiga do que as contadas até agora. O meu amigo Gino Andreis, centroavante e grande artilheiro dos anos 60, foi quem me falou deste acontecimento. Uma senhora e duas crianças caminhavam pela estrada velha do Turvo, quando foram surpreendidas por um grande temporal, com raios e trovões. A ventania parecia arrancar os eucaliptos que ladeavam aquela vicinal.
Um cavaleiro que passava por ali, vendo-as em desespero, parou para socorrê-las. Colocou as crianças sobre o cavalo, cobriu-as com sua capa boiadeira e saiu enfrentando todo aquele mau tempo. Em dado momento, o homem perguntou porque ela escolhera justamente aquela hora para sair de casa. Com a tempestade mais calma e a mulher mais tranquila, explicou:
“Fiquei sabendo que hoje irá passar por aqui um bandido muito perigoso chamado Lino Catarino. Por isso estou indo para a cidade. Vou passar a noite por lá na casa dos meus parentes.
Quando chegaram na entrada da cidade, o cidadão calmamente tirou os garotos do lombo do cavalo e educadamente, falou:
– Visite seus parentes sossegada. O Lino Catarino sou eu, e agora estou indo lá pras bandas de São Lourenço do Turvo.
Dizendo isso, montou em seu bonito e ligeiro cavalo e rapidamente desapareceu. A mulher, ainda muito assustada e agradecida, não acreditava em tudo que diziam a respeito daquela pessoa que agiu como um verdadeiro cavalheiro.
ÂNGELO BARTHOLOMEU

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