segunda-feira, 5 de julho de 2010

ESTRABISMO TEM CURA

Cirurgia gratuita no Hospital de Olhos melhora a qualidade da visão e a aparência dos pacientes
Há 15 anos, o funcionário público Darci Derencio, conhecido como “Cachoeira”, sofreu um derrame ocular, que entortou seus olhos. Ele, que se sentia muito incomodado com o desvio e a dupla visão, recebeu há oito meses um convite de tratamento do oftalmologista Tomás Scalamandré Mendonça. “Eu estava trabalhando de garçom em uma festa na cidade e fui servir a mesa em que estava o médico, que eu não conhecia. Ele olhou bem para mim, percebeu o meu problema e me convidou para fazer a cirurgia no Hospital de Olhos”, contou Darci, que tem 57 anos.
Depois da noite de festa, o fun-cionário da Cozinha Piloto da Prefeitura começou a frequentar o consultório do oftalmologista, para iniciar o tratamento. “Foram seis aplicações, eu até me sentia melhor, mas a pedido do doutor Tomás eu fiz a cirurgia da correção do estrabismo no mutirão do dia 21 de abril”, rememorou.
“Além de ter sido tudo de graça no Hospital de Olhos, eu ainda tenho o acompanhamento. Depois de um mês, voltei para ver como estava. Estou enxergando bem melhor agora. Meus amigos até brincam comigo falando que ficou nota 10”, disse.
O estrabismo é um desvio de um olho em relação ao outro, em qualquer direção: para dentro, para fora ou para cima. Tomás, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenou a ação social do dia 21 de abril. “Dos 11 pacientes que participaram do mutirão, apenas dois vão precisar de um retoque para eliminar totalmente o desvio. Do resto, todos os pacientes tiveram melhora em seu estrabismo. É muito seguro, além de o tempo de recuperação ser bem rápido e o nível de acerto em uma cirurgia ser de 80% e o retoque, de 100%”, explicou.
A incidência do estrabismo em Taquaritinga, segundo o médico, varia de 3% a 4% da população, ou seja, cerca de 2.500 pessoas. De acordo com o oftalmologista, o número de estrábicos adultos vem aumentando, em parte como consequência de acidentes automobilísticos. “A falta de uso de cinto de segurança, acidentes com moto, principalmente em pessoas sem capacete ou com capacete inadequado, causam estrabismo paralítico por lesão de nervos cranianos. Outras doenças como diabetes, hipertensão arterial, doenças de tireóide também podem causar estrabismo”, informou.
Até os quatro meses de idade, os olhos da criança podem apresentar desvios normais. Mas, se o problema permanecer após esse período, é importante que os pais procurem um médico. Para Tomás, membro fundador da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, quando a anormalidade é detectada precocemente e o tratamento iniciado cedo, as chances de correção aumentam em 70%. “A disfunção visual e a aparência causam graves problemas emocionais e so- ciais, como isolamento, aparência estética comprometida, a pessoa sabe que está sendo observada e isso causa um desconforto emocional”, afirmou.
Quem carrega esse problema não pode exercer profissões de risco, como motorista, piloto de avião, por terem a visão distorcida. O médico contou que há pouco tempo operou um moço de 20 anos que não conseguia arrumar emprego por causa da “vesgueira” (termo pelo qual a doença é conhecida popularmente).
Segundo o presidente do Hospital de Olhos Lions Manoel Dante Buscardi, João Panosso, uma cirurgia desse tipo varia de R$ 2.500 a R$ 2.800. Já em São Paulo, na Universidade Federal Paulista, o preço dessa inter-venção pode chegar a R$ 4.800.
O oftalmologista Tomás Mendonça disse, que até o final do ano, mais um mutirão de cirurgias para correção de estrabismo será realizado no Hospital de Olhos. “Vamos fazer novamente em colaboração com médicos especialistas da Unifesp e oftalmologistas que cursam especialização em estrabismo”, exaltou o diretor do hospital paulista.
Para os interessados, o Hospital de Olhos atende pelo SUS. Mas o pa- ciente deve primeiro se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde para o atendimento primário. A critério do oftalmologista da UBS de Taquaritinga ou da região, o paciente é encaminhado.
No caso de atendimento particular ou por intermédio de um dos convênios que o Hospital de Olhos mantém, o paciente pode agendar a consulta diretamente na instituição, inclusive por telefone (3253-3200).


Mais um caso de sucesso
A visão é um dos sentidos do ser humano que não permite somente detectar a luz e as imagens, mas também interpretá-las. A auxiliar de salão de beleza Bruna Natalia da Silva, de 19 anos, foi uma das privilegiadas com a cirurgia para correção de estrabismo no Hospital de Olhos. “Quando eu era criança, mantinha tampão no olho esquerdo, que foi o que eu fiz a cirurgia, e também usava óculos. Foi por isso que o problema não se agravou”, contou ela.
Bruna passou pela consulta no SUS e depois foi encaminhada para o oftalmologista Tomás Mendonça. Diagnosticado o problema, a cirurgia foi marcada para o dia do mutirão, há dois meses.
“Quando a gente tem vontade, tem que fazer mesmo. Não me sentia bem, eu queria corrigir de todo jeito. Sempre quando eu tirava foto ficava ruim. Também quero fazer no olho direito”, disse ela, que não gastou nada com a cirurgia. “Hoje, me sinto feliz.”
NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 3 de julho de 2010

2 comentários:

  1. Sempre digo aos meus amigos e parentes que sonho em um dia poder me olhar no espelho e ver os meus olhos perfeitos,poder olhar para as pessoas sem vergonha,poder tirar fotos sem medo em fim viver com total liberdade!
    Este ano completarei dia 02/10/2011(18 anos de idade)e com toda certeza irei o mais breve possível fazer a cirurgia dos meus olhos.
    Kassyo Fernandes Barbosa-Goiânia

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  2. meu sonho e ter os olhos correto e nao ter mais q passar por constrangimentos tenho 28 anos e sou assim desde de quando nasci mais se deus quiser eu vou conseguir e ai sim vou poder olhar olhar o mundo melhor sem ser motivo de chacota

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