segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dançando na maturidade

Projeto na Etam prova que nunca é tarde para aprender ballet e sapateado
Um dos maiores prazeres que o ser humano pode desfrutar é a dança. Mesmo não sabendo os passos certos, ao ouvir uma música o corpo se entrega ao ritmo de uma explosão de sentimentos e expressão corporal.
Além de exercitar o corpo, a agilidade, a coordenação motora, a mente e o equilíbrio, ela também melhora a autoestima, pois a dança ajuda na percepção do corpo. Foi pensando nisso que a aluna do último ano do curso técnico em dança da Etam Santa Cecília, Maria Alice Moreira da Silva, lançou em 2009 – o projeto SenHora para dançar. “Este é um projeto que visa a integração com a dança de senhoras a partir dos 30 anos até a terceira idade de Taquaritinga, fazendo com que elas se sintam jovens e que possam realizar um antigo sonho: ser como uma bailarina”, afirmou.
Para a professora, o projeto propõe tirar esse preconceito de que dançar é só para alguns. O nome SenHora para dançar foi criado pensando que não há hora (tempo) idade para dançar e muito menos para sonhar e tornar esses sonhos em realidade. “Trabalhar com essas mulheres é muito gratificante, apesar de ser mais difícil que trabalhar com criança, pois há uma limitação de opções de exercí-cios e mesmo alguns passos não podem ser dados como giros e saltos. Na nossa aula de ballet e sapateado elas se dedicam de corpo e alma”, explicou.
Maria Alice desde pequena sempre gostou de dança, mas nunca teve a oportunidade de fazer aulas, como tantas outras pessoas que também por vários motivos não puderam. “Eu entrei na dança já adulta e fazia aulas com as crianças, até cheguei a participar de festivais. Baseada nessa minha experiência foi que eu pensei em fazer esse projeto de iniciação a dança para senhoras e assim compartilhar essa alegria de realizar um sonho. Começamos com quatro alunas e hoje estamos com 15”, afirmou.
São vários os motivos que levam uma pessoa a procurar a dança como atividade física. A professora aposentada Josefina Pelatti Pavarina está no grupo há três meses. “Adoro o curso. Para mim é um acréscimo na minha vida, a gente tem o e-mail de todas as mulheres, nos comunicamos por meio dele. Além é claro da convivência, eu voltei a reencontrar minhas amigas de quando eu estudava.” E completa: “na realidade eu tenho que acrescentar o que eu não fiz antes, que é a dança de ballet e sapateado.”
Além da Josefina, sua filha Luciana Pavarina também faz parte das aulas de dança. “Ela ficou sabendo que o Conservatório estava oferecendo as aulas de ballet e não pensou duas vezes. Toda semana nós duas vamos, é uma grande alegria. A Luciana fez dança durante 15 anos e depois por motivos profissionais precisou se afastar”, disse Josefina.
O projeto SenHora para dançar não forma bailarinas e nem tem a pretensão de fazer shows e/ou apresentações, mas sim desenvolver a musicalidade, coordenação motora, condicionamento físico e trabalhar a memória e a postura, resgatando um antigo sonho.
Pesquisas científicas envolvendo dança e idosos comprovam as contribuições para a saúde física e mental, principalmente no que se refere aos ganhos ligados à força, ritmo, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. As atividades físicas, quando praticadas regularmente, retardam as doenças que podem acometer os idosos. É evidente também a possibilidade de retardar o declínio normal associado ao envelhecimento.
A professora Maria Alice acredita que a dança liberta, faz bem à saúde e tem função terapêutica. “A arte do movimento, além de desenvolver correta e harmoniosamente o corpo, propõe também desenvolver as formas individuais e coletivas de expressão, criatividade e espontaneidade. O que vemos é que o envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas.”
Preocupada em estar sempre de bem com a vida, a empresária Maria Lúcia Luchetti, que está no grupo há um ano, diz que o ballet é uma terapia, ainda mais eu que amo dança e tenho ritmo. “Quando eu era criança, eu morava em São Paulo, então lá era tudo mais difícil, muito longe, só tinha em escolas municipais. Hoje, com a oportunidade de a Etam oferecer a dança facilitou bastante”, afirmou a empresária.
Ela ainda diz que sempre foi apaixonada pela dança. “A dança vem da alma. Quando eu vou às aulas eu durmo muito melhor, me sinto relaxada. Supero as dores nos braços e nas costas. Procuro sempre manter minha jovialidade”, complementou.
O projeto SenHora pra dançar é aberto para toda a população. As aulas são realizadas no Conservatório Municipal de quinta-feira, das 8h30 às 10h. “As alunas não pagam mensalidade, é gratuito, apenas precisam ter a roupa e sapatos de dança. Para este ano, as matrículas já se encerraram”, finalizou a professora que se forma no final desse ano e vai concretizar o sonho de ser bailarina.
NATALIA GALATI
Publicado no Nosso Jornal em 3 de julho de 2010

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