quarta-feira, 2 de junho de 2010

Você está fazendo a sua parte?

Sábado é Dia Mundial do Meio Ambiente. Muitos celebrarão, em sinal de remorso, plantando uma árvore ou recusando uma sacola plástica de supermercado. É um ótimo dia para os ecochatos darem as caras, dizendo o que a gente tem que fazer, ou seja, exatamente o contrário do que eles fazem. Uma sacolinha demora cem anos para se decompor, tempo infinitamente menor do que os ecochatos vão levar para sumirem da face da Terra.
Não tolero essa raça porque ela só dá maus exemplos. Não tenho automóvel (ando a pé ou de transporte público); eles só se locomovem de carro (alguém já viu um ecologista num ponto de ônibus?). Com as próprias mãos, lavo minhas roupas no tanque (não tenho máquina de lavar, que gastam uma infinidade de água e energia elétrica). Em vez de matar o tempo somente na TV, dedico maior espaço à leitura. Não deixo lâmpadas acesas à toa. Não jogo gordura na pia da cozinha. Não produzo lixo em excesso porque consumo somente o que preciso. Estou fazendo a parte que me cabe para deixar um mundo melhor à minha filha, Mariana, que vai completar dois aninhos no dia 13.
Sou um exemplo para o planeta. Tudo bem que, se todos fossem igual a mim, ainda estaríamos no tempo das cavernas, mas não haveria risco de apagão, falta de água potável, congestionamentos, essas coisas com que somos ameaçados o tempo inteiro. Ao usar com parcimônia os recursos naturais, terei menos contas a acertar com a posteridade. É a primeira vez que falo sobre isso publicamente. Andarei com esse recorte de jornal no bolso para o caso de alguém, no futuro, quiser me acusar de negligenciar o meio ambiente.
Meus amigos já tentaram me convencer de que isso tudo é bobagem, com aquela de que uma andorinha só não faz verão. A eles conto a seguinte história: um povoado promovia a festa do vinho. Cada família levava um litro da bebida, fruto da safra anual, e depositava em um tonel. Um dia, um homem resolveu doar, em vez de vinho, um litro de água. “Ninguém vai perceber. Não vai fazer diferença”, ele pensou. O homem não imaginava que todos iam ter a mesma ideia. Resultado: naquele ano ninguém saiu bêbado da festa.
Para a consecução de um mundo melhor, é necessário que todos colaborem com atitudes que possam se tornar práticas cotidianas. Pequenos sacrifícios valem a pena. No momento estou pensando seriamente em começar a fazer xixi no banho para economizar a água da descarga.
NILTON MORSELLI

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