Num tempo em que a televisão era apenas um aparelho de que muito se ouvia falar, mas quase ninguém em Taquaritinga havia sequer passado os olhos, o surgimento de uma rádio era motivo de comemoração. A notícia de que um grupo de pessoas interessadas em fundar uma estação de ra-diodifusão estava se movimentando foi estampada na capa do Nosso Jornal, semanário que punha nas ruas as suas primeiras edições.
Quase todas as famílias tinham o aparelho receptor, mas eram obrigadas a sintonizar emissoras como a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde fazia sucesso o programa “Balança mas não cai” e a novela “O Direito de nascer”. Ria-se muito com Chico Anysio e sua “Rua da Alegria”, na Rádio Tupi, também carioca. Pela Record PRB-9, de São Paulo, ecoava a voz do “Repórter Esso”.
Mas Taquaritinga já merecia a sua. No dia 11 de maio de 1948, Dr. Vicente Pelúcio Neto reuniu o Conselho Deliberativo do Clube Imperial para tratar da instalação de uma rádio. O capital inicial, de Cr$ 150.00,00, já estava nas mãos do Dr. Ernesto Salvagni, que se responsabilizou pela montagem dos equipamentos.
No começo de janeiro de 1949, relata o historiador Milve Peria, o Nosso Jornal informava que saíra o prefixo para a Rádio Clube Imperial. Dr. Pelúcio Neto esteve na capital federal – o Rio de Janeiro na época –, de onde voltou com a autorização para o funcionamento da emissora. A Portaria n.º 1.113, de 26 de dezembro de 1948, foi publicada no “Diário Oficial” quatro dias depois.
Nossa estação recebera o parecer n.º 1.095 da Comissão Técnica de Rádio no dia 21 de dezembro. A permissão do governo federal previa a operação em ondas médias, com potência de 100 watts. A partir de 3 de junho de 1949, o prefixo ZYT-4 passou a fazer parte do cotidiano dos taquaritinguenses, com música, entretenimento e informação. Na quinta-feira (3), serão completados 61 anos no ar.
NILTON MORSELLI
Publicado no Nosso Jornal em 29 de maio de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário