segunda-feira, 24 de maio de 2010

O credor e devedor

Vou lembrar, agora, de um dos inúmeros “causos” que meu pai contava. Estava ele na rua Campos Sales, defronte ao então famoso Bar Seleta, e viu uma discussão entre dois conhecidos. Um dele chamava-se Francisco Laise, apelidado de “Tchitcho” Laíse. Ele tinha a língua presa. O antagonista dele queria receber uma nota promissória de 5 mil cruzeiros, emitida pelo “Tchitcho”. Este perguntou se já havia pago metade da quantia e o outro confirmou. O devedor pegou a nota promissória, rasgou no meio e disse que depois pagaria a outra metade, o que seria impossível, porque o título deixou de existir.
O credor, p. da vida, disse que iria à Delegacia de Polícia pedir abertura de inquérito policial, e saiu andando rapidamente. Meu pai, o “Negão”, disse ao “Tchitcho” que ele não deveria ter feito aquilo, mesmo porque o credor levou a metade do título rasgado à autoridade policial. O “Tchitcho” respondeu: “ele não vai à Delegacia”. Meu pai perguntou como ele sabia disso. Veio a resposta: “Ele também não plesta”. Adorei o “também”.
FLANS
Publicado no Nosso Jornal em 22 de maio de 2010

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