segunda-feira, 19 de março de 2012

CAT: 70 anos

Neste sábado (17), um dos símbolos de Taquaritinga completa 70 anos de existência. Infelizmente, há pouco a comemorar, pois o Clube Atlético Taquaritinga (CAT) tenta sobreviver a sucessivos anos de má administração e quedas que o colocaram na segunda divisão, categoria quase amadora do futebol paulista.
É pouco, muito pouco, para uma agremiação que já esteve entre os grandes clubes de São Paulo. Fundado em 1942, o tricolor nasceu com um escudo que levava as cores da bandeira da Itália. O branco foi mudado para o preto para disfarçar, porque o Brasil estava em lado aposto ao da Itália na 2.ª Guerra Mundial.
Durante 12 anos, o Leão da Araraquarense disputou campeonatos regionais. Depois, alcançou a segunda divisão. Seguiu-se um período turbulento e de constantes fracassos, mas protagonizou uma guinada em 1981, quando conseguiu o acesso à segunda divisão. No ano seguinte, o título garantiu um marco: a divisão de elite.
Esse feito acarretou outro: a construção do Estádio Municipal Taquarão em apenas 90 dias, a maior mobilização popular da história da cidade. Caso não conseguisse, a equipe não poderia disputar o campeonato. Rebatizado em 1986 como Estádio Dr. Adail Nunes da Silva (o prefeito da época), a arena é um símbolo de união.
O CAT tem uma história muito bonita. Em 1983 e 1984, permaneceu por duas temporadas na primeira divisão. Na década seguinte, tocada graças a vultosos investimentos pessoais, a equipe novamente empolgou a cidade com formações competitivas. Porém, sem esses recursos, novamente sobrevieram tempos amargos.
As dificuldades para manter um time no interior, associadas a gestões amadoras, levaram o clube ao colapso vivido hoje. Certamente, a primeira divisão é um sonho inverossímil, mas a série B1 não é o lugar do CAT, avisa sua trajetória pontuada por conquistas.
O time é importante para a cidade. Nesta data, em que comemora 70 anos de fundação, o Nosso Jornal deseja dias melhores para o maior cartão de visitas de Taquaritinga. Mais que uma tradição, o CAT está ligado à história da cidade, que só tem 50 anos a mais.
Talvez uma mobilização comparável à de 1982 seja necessária para que o clube retome seu lugar no esporte nacional. A ascensão é custosa, mas vale a pena quando o que está em jogo não é apenas um time, mas a representação de uma cidade reconhecida pelo bom futebol e por seu grandioso estádio.
EDITORIAL

Nenhum comentário:

Postar um comentário