
NATALIA GALATI
Reencontrar pessoas queridas, que não se veem há muito tempo, é o desejo de alguns que por algum motivo deixaram sua terra natal ainda cedo. Recentemente, um grupo com esse propósito começou a se formar em Taquaritinga. O reencontro está sendo possível graças a um dos sites de relacionamentos mais importantes hoje no mundo, o Facebook.
A administradora e criadora do Grupo Taqua é a promotora de eventos Branca Jordão, que reside em São Paulo. Para dar conta do recado e da tarefa, ela recorreu a duas amigas, Nilza Bellini e Elenice Fucci, ambas taquaritinguenses radicadas na capital. “O grupo surgiu por iniciativa minha. Entrei no Facebook há dois meses e descobri a fantástica ferramenta que ele é na interação das pessoas e a facilidade de trabalhar também”, contou Branca, que está deslumbrada com o que a internet tem a oferecer.
Ela foi em busca de amigos e colegas da época em que morou em Taquaritinga. “Quero agregar o maior número de pessoas que se conhecem, mas que não se veem há muito tempo. Com isso, vamos resgatar a memória de uma época marcante de nossas vidas”, ressaltou Branca à reportagem do NJ.
Com o dia-a-dia corrido, as pessoas acabam se afastando uma das outras e, com o Facebook, cria-se uma oportunidade de “convivência”. A ferramenta virtual serve também como um disseminador de imagens, por garantir uma exposição e troca de fotos antigas e atuais. Lá, os membros trocam fotos, comentam e descobrem quem são as pessoas.
“Essa grande adesão foi uma surpresa muito boa. Não esperava tanta gente no grupo assim como está. Pelo Face você mostra a sua terra, a sua gente e a sua cara”, observa Branca, de 58 anos. Até na sexta-feira (3), o grupo estava com 149 integrantes.
Branca deixou a capital paulista com seis anos de idade para morar em Taquaritinga, de 1959 a 1971, na Fazenda Santa Maria, propriedade de seu avô Gastão Jordão, que hoje ficou para os seus herdeiros. “Vivi uma infância e uma juventude muito felizes, entre familiares e amigos. A mistura da vida rural com a da cidade interiorana marcou para sempre a minha vida”, rememora.
Aos 18 anos, ela voltou a São Paulo em busca de aprimorar os estudos e pensar em seu futuro. Formou-se em relações públicas pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em 1975. Aos 21 anos, casou-se com Fernando Esquível, com quem teve dois filhos, um casal de gêmeos, Suzana e André Jordão Esquivel, de 36 anos.
Passado algum tempo, ela trabalhou com seu marido desenvolvendo softwares. Sua função era fazer contatos e a contabilidade. Dessa área, surgiu a ideia de trabalhar em Campos do Jordão, criando sites para a rede hoteleira e restaurantes da região. “Temos esse trabalho há 13 anos. Sou o contato e a diretora de conteúdo do site. Participo dos eventos mais importantes, das coletivas de imprensa, cobertura dos festivais de inverno, entre outras atrações da temporada.”
A professora de ciências e biologia Salme Esquivel, que trabalhou na Escola 9 de Julho, é sogra de Branca e mora na famosa e gelada cidade turística.
A grande festa – É por meio do site de relacionamentos que o Grupo Taqua está programando, para o dia 6 de agosto, o 1.º Festaquá, no Clube dos Funcionários Públicos. Até agora, mais de 100 pessoas confirmaram presença. “A gente pode se afastar, mas nunca apagar as lembranças. É só a gente assoprar que a chama volta”, afirma Branca. A festa está sob o comando da organizadora de eventos Renata Iria e conta com o apoio de algumas amigas em comum.
Agosto foi escolhido por ser o mês de aniversário da cidade. “Essa vai ser uma homenagem a ela que nos acolheu e abrigou por muitos anos. Taquaritinga está marcada para sempre em nossas vidas”, explica Branca, que se lembra muito bem dos bailes de gala, dos desfiles, da festa da cerveja, da guerra de tomates, do rodeio e tantos outros eventos. “Como alguém pode se esquecer desses momentos bons que passamos?”
O Clube do Samba, roda criada por amigos como Zé Mila, João Longhitano, Donaldo Passafaro, Marta Cogiolla e Né Parise, vai animar o evento. “Vai ser com a mesma filosofia: reunir e reavivar a velha chama. Mostrar aos moços boas lembranças que não morrem, como a música tocada em volta de uma mesa com amigos que chegam e se aconchegam”, ressalta Branca.
O grupo já prepara uma projeção de fotos e imagens da época, filmes e documentários, e cada participante vai ganhar uma caneca personalizada da festa. “Acredito que vai ser uma dia muito especial.”
De acordo com Renata Iria, o reencontro veio na hora certa. “No grupo, há saudade não só de pessoas. A ideia da festa é a primeira de muitas coisas que virão pela frente.”
Entre tantas pessoas que deixaram a cidade, algumas já fizeram questão de confirmar presença. O deputado federal Dimas Ramalho, o fotógrafo Du Zuppani, os jornalistas Guilherme Calderazzo e Nilza Bellini (que atuam em São Paulo), Carlos Bellini (cirurgião plástico que hoje trabalha em Rio Preto) e o professor da USP de São Carlos Josmar Pagliuso. A lista é grande. A reportagem do NJ estará presente.
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