terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma mensagem do outro plano

Maria Rita Simões Braga, mulher do cantor e compositor Roberto Carlos, perdeu a luta para o câncer no dia 19 de dezembro de 1999. Para quem conhece um pouco da doutrina espírita, morrer não é o verbo apropriado, uma vez que a "morte" não existe, pelo menos com a virulência que se empresta ao termo. Professora universitária, tinha apenas 38 anos quando partiu. Seu corpo foi enterrado no dia seguinte, no cemitério da Aclimação, em São Paulo, no jazigo 33 da quadra 60.
O rei da música popular a conheceu quando ela era uma adolescente, que contava apenas 16 anos. Em 1991, começaram a namorar e, cinco anos depois, se casaram. Foi Maria Rita a terceira mulher com que Roberto trocou alianças – as anteriores foram Myriam Rios e Nice, a primeira, também vítima de câncer. As núpcias duraram apenas três anos, tendo valido ao pé da letra a expressão "até que a morte os separe". Muita gente se lembra como o cantor ficou abalado. Depois de um tempo longe do público, reapareceu como a música-homenagem "Amor sem limite", escrita em parceria com Erasmo Carlos. Em 2003, lançou "Acróstico", música cujos versos começam com as iniciais da expressão "Maria Rita, meu amor".
Eis que, no dia 20 de abril, surge na caixa de e-mails uma carta atribuída ao espírita de Maria Rita. Desde o título, o texto parafraseia algumas frases de canções de Roberto Carlos e fala de diversos assuntos, inclusive sobre o mal que a acometeu: "Uma doença desse tipo, o câncer, tem muitas explicações sobre as suas causas... E aqueles que o têm em seu corpo não é apenas por um efeito de karma, razão mais lógica e comum, mas também pelo que sentimos em algumas vidas, no sentido da destruição de nossos sonhos".
Na suposta carta de Maria Rita há o relato de seu trabalho como espírito. "Estive junto às equipes de enfermeiros que atenderam os mortos dos deslizamentos de regiões próximas ao Rio de Janeiro, no Brasil", afirma. Aos que desconhecem a religião, parece absurdo uma pessoa "morta" voltar à Terra para realizar tarefas do tipo. Mas o espiritismo garante que as almas em elevação atuam aqui, no andar de baixo, em trabalhos socorristas de toda ordem.
A propósito dos terremotos no Japão, a carta informa que o Brasil está sendo preparado para "a grande acolhida", ou seja, muita gente estaria "rumando para cá, antes dos maiores abalos sísmicos". Eis aí um anúncio de cunho catastrófico. Sobre a "Terra de Santa Cruz", o texto avisa que muitas orientações têm sido dadas "com relação à aplicação dos mananciais da natureza do planeta". Mas os brasileiros não estariam levando a sério as considerações que vêm do outro plano.
A carta que roda o país pelo meios virtuais é, de fato, emocionante. Mas um detalhe não tão pequeno chamou a atenção: a origem. Rosane, de sobrenome Amantéa, teria sido a médium que psicografou a mensagem. Utilizando a rapidez das redes sociais, foi fácil encontrá-la em Londrina, no Paraná. Rosane não só confirmou a psicografia, como também disse ter parentes em Taquaritinga. Ela pertence à linhagem de Fiori Marcelo Amantéa, taquaritinguense, coronel do Exército, que foi um grande cristão espírita, cuja obra social funciona até hoje na cidade de Itu. Li sua biografia, escrita pelo filho Ciro, que no ano passado fez uma palestra na cidade.
Não se sabe ainda se Roberto Carlos, reservado, católico mas admirador de Chico Xavier, emitirá opinião sobre a carta que certamente chegou ou chegará ao seu conhecimento. A psicografia, base da maior parte dos escritos da doutrina codificada por Allan Kardec, é vista de forma muito criteriosa até mesmo entre os espíritas. A doutrina possui técnicas para identificar a autenticidade das comunicações. De qualquer forma, elas são um alento para os que ficam.
NILTON MORSELLI

Um comentário:

  1. OS ESPIRITOS TRABALHAM MUITO, É SÓ AQUI QUE TRABALHO EXISTE NO SENTIDO MATERIAL E MUITO POUCO ESPIRITUAL, LÁ É UMA OBRIGAÇÃO E UM PRAZER.

    E MARIA RITA TRABALHA SIM COMO TODOS.

    WWW.CASAESPIRITADRP.BLOGSPOT.COM

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