segunda-feira, 9 de maio de 2011

Manual Prática do Professor

Notícias sobre agressões verbais e físicas por parte de alunos contra professores já deram o que tinham que dar. Cansaram. Viraram rotina. Aos olhos dos editores de redação não são mais merecedoras de manchetes sensacionalistas. Quando muito lhes destinam uma notinha ao pé da página menos lida do jornal.
Diante disto decidi escrever uma obra de cunho didático-pedagógico tratando de tema tão importante, porém, injustamente menosprezado pelos meios de comunicação. Mais. Entrarei em contato com editoras de renome e credibilidade para publicá-la e divulgá-la por todo o território nacional. Alvíssaras! De Taquara City para o mundo!
Portanto, a partir desta semana exporei à sábia avaliação de meus leitores contumazes as principais ideias (em forma de provisórias anotações) contidas no que imagino será um novo best seller na área da psicopedagogia: o “Manual Prático de Sobrevivência do Professor”.
Iniciarei o Capítulo 1 transmitindo aos docentes conselhos no sentido de se evitar que se transformem, de um momento para o outro, em saco de pancadas de algum aluno mais temperamental. Ou, então, impedir que sejam partícipes involuntários do treinamento de adolescentes que, não se contentando em darem socos e pontapés de maneira vulgar, buscam aperfeiçoar sua técnica de espancamento de profissionais da Educação dedicando-se perseverantemente à aprendizagem de golpes mortais preconizados por alguma nobre arte marcial do Oriente: kung-fu, karatê, etc.
Exemplificarei com uma cena corriqueira nas salas de aula atuais. Um aluno se recusa a fazer a leitura de um texto, as atividades relativas ao conteúdo do mesmo e, também, a sentar-se. Prefere ficar em pé conversando, gargalhando e brincando com outros colegas que, embora sentados, não estão nem aí com Revolução Francesa, Predicados e Pronomes, Equações, Coordenadas Geográficas e outras coisas chatas que a escola insiste em ensinar-lhes. O que é que o professor deve fazer neste caso, para não perder sua autoridade diante da classe? Resposta: absolutamente NADA. Banque artista de telenovela global e interprete um personagem autista. Finja que não vê nada, não ouve nada e não se importa com nada. Se o colega professor chamar a atenção desse aluno, das duas uma: ou ele o espancará na hora ou se sentará calmo, tranquilo e sereno. Ora, dirão alguns, se ele se sentou calmo, tranquilo e sereno significa que nem tudo está perdido... Lamento informar-lhes que o “NEM TUDO” pode não estar perdido, mas vocês estão. O cara sentou-se “educadamente” porque é um psicopata de carteirinha. Aguarde, pois ele vingar-se-á cruel e violentamente, agindo nas sombras, e sentirá um prazer doentio na vingança, vendo-os sofrer. Deliciar-se-á com suas dores, em presença de suas lágrimas terá verdadeiros orgasmos. E atenção. Sua retaliação preferida é “detonar” o carro do professor que ousou chamar-lhe a atenção diante dos colegas de classe. Quebrará vidros, riscará a pintura, arrancará antenas, furará pneus. Neste quesito o doente mental é um demolidor nato. E quem poderá ajudá-los, professores? O diretor? Não. A polícia? Não. A Justiça? Não. Todas as leis estão do lado do menor criminoso, do aluno delinquente. Todas.
Próxima semana comentarei o Segundo Capítulo. Até lá!
PROF. GILBERTO TANNUS

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