segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Atriz taquaritinguense integra núcleo teatral de Ribeirão

Embora todas as pessoas sejam providas de talento, são poucas as que acreditam que transformar o sonho em realidade é possível. A atriz taquaritinguense Ester Moreira, de 24 anos, é apaixonada por teatro desde pequena, quando se deu seu primeiro contato com o palco, na Escola Estadual Felícia Adelvais Pagliuso, no Jardim São Sebastião.
Além de Ester, são mais 13 irmãos, mas nenhum deles envolvidos com a arte. “Como eu era uma pessoa muito tímida, fui convidada para fazer aula de teatro na escola”, contou Ester.
E a vontade de ser atriz foi crescendo. Foi por meio de uma amiga de classe que Ester conheceu o projeto Quartel Legal, hoje conhecido como Centro Cultural Adesca, que coleciona talentos dos mais diversos no mundo artístico e já provou para a cidade que veio para ficar.
Lá, uma das atividades desenvolvidas é o teatro, que foi o ponto chave para Ester seguir carreira. “Quando eu fiz minha primeira aula de teatro com o professor Marcelo Rosa, eu me apaixonei”, ressaltou.
Com o projeto, ela apresentou oito peças teatrais e foi escolhida como a melhor atriz do Mapa Cultural Paulista, entre as dez cidades da região de Araraquara. A peça foi “Velório à Brasileira”, apresentada na cidade de Itápolis.
“Eu fiquei por seis anos no projeto e depois percebi que tinha que crescer ainda mais, foi onde procurei pela cidade de Ribeirão Preto. O projeto me serviu como uma bagagem e acredito que servirá para outras pessoas também”, disse.

Ribeirão Preto – Sem incentivo de cultura em Taquaritinga, Ester decidiu procurar por uma escola de teatro em Ribeirão Preto e está nela até hoje.
No final de 2006, além de Ester, a amiga Pamela Gibertoni, que também fazia parte do Centro Cultural, foram tentar uma vaga na ONG Ribeirão em Cena para fazer o curso de um ano, de iniciação às artes cênicas. As duas foram aprovadas mediante um teste e uma entrevista pessoal.
“Eu escolhi para apresentar no teste a Valsa nº 6 de Nelson Rodrigues, mas antes mesmo eu percebi que várias pessoas também iam fazer a mesma apresentação, então na hora resolvi trocar. Encenei uma peça baseada na música ‘Sonho impossível’, de Chico Buarque, e com ela fui aprovada”, contou. Pamela, embora também selecionada, não deu continuidade ao curso.
Mas Ester não parou por aí com simplesmente o curso na ONG. Aluna do curso de Letras da Faculdades COC e secretária de um consultório odontológico, a vontade de crescer falou mais alto quando ela ingressou no Núcleo de Investigação Teatral, que pertence à ONG. E lá se vão três anos de pura felicidade. “Eu vivo por isso. Eu respiro teatro.”
Há 15 dias, o núcleo, que é composto por 10 pessoas, entre elas os atores José Maurício Cagno, coordenador/diretor, e Renato Ferreira, preparador corporal, foram convidados para fazer um workshop e demonstração de trabalho na Universidade de la Sourbonne Nouvelle, em Paris. A oportunidade foi alcançada devido a uma ex-integrante do núcleo, que está fazendo mestrado sobre o Núcleo de Investigação Teatral. Os integrantes vão ficar em Paris durante uma semana.
O núcleo pretende, em dezembro deste ano, levar para Ribeirão Preto Eugênio Barba (diretor teatral italiano) e Julia Varley (atriz), o que será um grande marco das artes cênicas no Estado de São Paulo. Na ocasião, o grupo irá estrear sua primeira montagem: “Édipo em Colono”, que compõe a trilogia Tebana ao lado de “Antígona” e “Édipo Rei”, do grego Sófocles.
NATALIA GALATI

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