terça-feira, 31 de agosto de 2010

Apuro em Minas Gerais

Os amigos Edevídio Bussadore, Nei Lacativa e Zé Pimenta gostam muito da história que vou narrar hoje.
Em 1957, o Gino Andreis e o Edwil Veríssimo, o Biba, foram as revelações do esporte amador da cidade.
Por isso, receberam convites para fazer testes no Uberlândia, time da bonita cidade do Triângulo Mineiro.
Nos primeiros amistosos, os jovens ganharam a confiança do técnico, dos diretores e dos torcedores uberlandenses. Gino, centroavante habilidoso e grande cabeceador, todos os jogos balançava as redes adversárias.
Biba jogava direitinho na zaga e não dava moleza aos atacantes contrários. Havia um porém: o clube oferecia somente as refeições e a grana havia acabado.
Nosso zagueiro deu a ideia:
– Estamos bem na fita. Como a torcida está ao nosso lado, com certeza vamos ser contratados.
A dupla não pensou duas vezes e se hospedou em um hotel do centro da cidade, onde acomodaram seus pertences. Passaram a ter noites de sono dignas de atleta com futuro promissor.
Certa manhã, chegaram ao estádio e o encarregado lhes deu o recado:
– O presidente pediu para vocês subirem até a sala dele.
– Legal, vamos ser contratados – falou Gino.
O cartola os recebeu e foi logo dizendo:
– Vocês foram muito bem, mas infelizmente não temos condições de contratá-los no momento. Aqui está o dinheiro das passagens de volta. E muito obrigado.
Naquela noite, a dupla não conseguiu dormir. Eles só pensavam no dia seguinte. Como fariam para pagar o hotel?
No outro dia, pela manhã, disseram ao porteiro que iam para o treino, mas foram direito à estação rodoviária. Deixaram no estabelecimento uma velha mala cheia de jornais e algumas peças de roupa.
Decepcionados, os rapazes entraram no busão e disseram adeus àquela bela cidade. Prometeram também que nunca mais voltariam lá pras bandas de Minas Gerais, nem para buscar a velha mala que largaram no hotel.
Angelo Bartholomeu, o Angelim, cabeleireiro, gosta de ouvir e contar causos.

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