A história de hoje aconteceu numa bela manhã ensolarada de 1967. Quatro crioulos (para usar uma palavra comum na época para se referir aos negros) circulavam pelo bairro Farwest. Sem ter muito o que fazer, resolveram ir até o cemitério.
Ao entrarem no campo santo, os rapazes se depararam com uma linda morena que fazia limpeza na tumba do ente querido. A moça, de cócoras e muito à vontade, exibia as belas pernas, sem notar a presença do quarteto.
Mais do que depressa, os coloredes (outro termo em desuso, mas comum antigamente) se ajoelharam na primeira campa que encontraram, mexiam a boca como se estivessem rezando e admiravam atentamente a beleza e demais atributos da garota.
A rapaziada não notou que o túmulo era de japoneses, e os familiares chegavam justamente naquele momento para fazer uma visita aos parentes falecidos. Assustados com a presença dos japoneses, os quatro foram saindo de fininho e desapareceram da necrópole o mais rápido possível. Muita gente lá no Farwest ainda se lembra deste caso.
O Adizamar sempre comenta: “A japonesada não consegue entender até hoje o motivo de os crioulos estarem rezando no túmulo dos orientais.”
ANGELO BARTHOLOMEU (ANGELIM BARBEIRO)
Publicado no Nosso Jornal, de 8 de maio de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário